Contra racismo, IBM deixa de desenvolver tecnologia de biometria facial
A empresa americana tem postura diferente da chinesa Huawei, que oferece o serviço de reconhecimento facial no Brasil
Lucas Agrela
Publicado em 9 de junho de 2020 às 18h57.
Última atualização em 9 de junho de 2020 às 19h34.
A IBM , uma das maiores empresas de inteligência artificial do mundo, anunciou que deixará de desenvolver e oferecer tecnologia de reconhecimento facial. A IBM se diz fortemente contra o uso da tecnologia para monitoramento em massa, criação de perfis raciais e violações de direitos humanos básicos, além da liberdade individual.
Em uma carta aberta, o presidente global da companhia Arvind Krishna fala sobre a tecnologia aos senadores democratas dos Estados Unidos, pedindo atenção para o tema. “A IBM se opõe firmemente e não tolerará o uso de nenhuma tecnologia [ de biometria facial ], incluindo a de reconhecimento facial oferecida por outros fornecedores, para vigilância em massa, perfil racial, violações dos direitos e liberdades humanas básicas, ou qualquer finalidade que não seja consistente com nossos valores e princípios de confiança e transparência”, escreveu Krishna na carta.
“Acreditamos que agora é a hora de iniciar um diálogo nacional sobre se e como a tecnologia de reconhecimento facial deve ser empregada pelas agências autoridades nacionais dos Estados Unidos.”
A postura da IBM é diferente da adotada pela sua concorrente no campo de inteligência artificial aplicada à visão computacional, a chinesa Huawei. Enquanto a americana é contra o uso dessa tecnologia, a Huawei oferece o serviço a diversos países, incluindo a China, para que as autoridades encontrem suspeitos de crimes.
No Brasil, o governo da Bahia usa a mesma tecnologia chinesa para detectar suspeitos e já efetuou mais de 100 prisões desde que adotou a tecnologia de reconhecimento facial.