Cientistas japoneses criam novo tipo de vida: híbrido entre planta e animal
Com células de hamsters, o novo tipo de vida realiza fotossíntese e pode transformar a engenharia de tecidos orgânicos
Repórter
Publicado em 5 de novembro de 2024 às 17h11.
Última atualização em 5 de novembro de 2024 às 17h12.
Cientistas no Japão desenvolveram "células planimais", um tipo de célula híbrida que integra cloroplastos de algas em células de hamsters, permitindo que células animais tenham a capacidade de realizar fotossíntese, o que pode transformar a biotecnologia sustentável.
A pesquisa conseguiu introduzir cloroplastos de algas verdes nas células CHO (ovário de hamster chinês), criando células capazes de captar energia solar e produzirem oxigênio, um feito inédito na biologia celular. Para isso, os cientistas isolaram cloroplastos da alga Chlamydomonas reinhardtii e realizaram um procedimento complexo de fusão celular, que preserva o funcionamento dos cloroplastos em um ambiente celular animal.
A inovação pode impactar diversas áreas da engenharia de tecidos e da medicina, pois células híbridas movidas a energia solar podem ser usadas paradesenvolver enxertos de pele e órgãos com maior independência energética. Em experimentos, essas células reduziram o consumo de glicose e produziram mais ATP, fonte energética celular, em resposta à exposição à luz, comprovando a funcionalidade da fotossíntese.
Possibilidades de uso em carnes cultivadas e enxertos artificiais
A introdução de cloroplastos em células animais também pode oferecer soluções para produção de carne em laboratório, usando energia solar para alimentar o processo, e até mesmo para desenvolver tecidos mais viáveis, como enxertos que geram oxigênio. Tais avanços visamtornar processos biotecnológicos mais sustentáveise diminuir a dependência de fontes de energia convencionais.
Futuras pesquisas poderão adaptar essa tecnologia para outros tipos de células e tecidos, expandindo as aplicações biomédicas, como na criação de órgãos complexos e sistemas que aproveitam a fotossíntese em ambientes celulares distintos. Cientistas também exploram formas de combinar essas células com novas proteínas híbridas para aumentar a resistência a doenças.