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Brinquedos serão ferramentas de iniciação robótica, diz engenheiro da IEEE

Esses aparelhos não são limitados para crianças já que podem desbloquear o poder criativo de adultos

AIBO (Divulgação)

Lucas Agrela

Publicado em 19 de dezembro de 2014 às 08h45.

O surgimento de brinquedos cada vez mais tecnológicos, como o Lego MindStorm, a iniciação robótica deixará de ser na fase adulta e acontecerá ainda na infância. É nisso que acredita Antônio Espingardeiro, engenheiro membro do IEEE e pesquisador independente em robótica.Em 2014, o Furby, um dos primeiros brinquedos robóticos completou 16 anos de lançamento e existem uma série de opções mais avançadas no mercado atualmente, como o AIBO e o ROMO . Espingardeiro, entretanto, prevê que esses aparelhos irão se desenvolver ao ponto de influenciar a escolha de carreira no futuro.

Confira a seguir a entrevista de INFO a seguir.

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Qual é o principal desafio em atrair o interesse de crianças por brinquedos robóticos?

O desafio é atrair a imaginação da criança para desbloquear o seu potencial criativo. Os pequenos podem começar montando e criando seus próprios robôs por meio de um processo de aprendizagem. Esse fenômeno é “um framework de contrução de blocos inconsciente” que influencia nas escolhas profissionais futuras. Portanto, o futuro dos brinquedos é tornarem-se ferramentas de aprendizado e criatividade.

A linguagem “universal” do momento é o código. Ele permite transformar ideias em realidade de uma forma unicamente ampla. Surgirão novos brinquedos como o Mindstorm, da Lego, porém com custo mais acessível em países como o Brasil?

Os servo motores, sensores e microcomputadores ainda são componentes caros. Alternativas são os kit de desenvolvimento robótico Cubelets , Atoms, EZ Robot , Makeblock ou Moss (disponíveis fora do Brasil). Infelizmente, todos esses produtos custam entre 100 e 400 dólares. Podemos esperar que esses preços sejam reduzidos nos próximos anos conforme mais modelos cheguem ao mercado.

Qual é o papel de um brinquedo como esse em países emergentes?
Oferecer habilidades e motivação necessária para educar as novas gerações quando se trata de matérias como ciência, tecnologia, matemática e engenharia. Contudo, tais aparelhos não são limitados para crianças já que podem desbloquear o poder criativo de adultos no momento de criar e programar seus próprios robôs.

Brinquedos são produtos que exigem cautela especial. De alguma forma, nos próximos dez anos, esses brinquedos robóticos podem te r restrições de segurança por padrão? Poderia citar alguns exemplos?
Questões de privacidade, quando se trata de robôs e outros dispositivos que filmam ou fotografam seus usuários, serão discutíveis. Quem tem acesso a tais informações e quais serão os protocolos de proteção para usuários de robôs? Em termos de hardware, padrões de segurança terão que contemplar situações em que motores e servo motores terão que ser complacentes. É provável que os padrões de segurança ISO terão papel crucial para informar fabricantes e usuários.

A robótica caminha para a criação de brinquedos parcialmente conscientes, como o que vimos no filme Inteligência Artificial, de Stephen Spielberg, ou isso é algo que permanecerá na ficção cientifica?
Vamos ver várias formas de interação com brinquedos robóticos. Os exemplos vão de sons, processamento de imagens (cores, faces, gestos), reconhecimento de voz e até a habilidade de iniciar uma ação física de acordo com o que o robô detectar.

Animais de estimação podem ser, de certa forma, “substituídos” por robôs? Isso poderia gerar uma afeição semelhante ao que aconteceu com Robin e sua dona no livro de Isaac Asimov, “Eu, robô”?
Do ponto de vista biológico, parece que não fomos criados para responder positivamente a certos animais. Em apartamentos e casas, animais de estimação robóticos como focas, gatos ou cachorros serão opções que os humanos poderão interagir como se fossem animais normais. Eles também irão nos dar informações relevantes e terão integração com a nuvem. No fim do dia, eles são vão comer nem sujar nada. Isso é um grande ganho.

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