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Biografia de Steve Jobs revela intimidades do fundador da Apple

Além de detalhes sobre o tratamento médico, livro também traz informações sobre a vida romântica do executivo

Steve Jobs teve que esconder as facas de sua mulher quando recebeu Rubert Murdoch em casa (Yasuyoshi Chiba/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de outubro de 2011 às 16h24.

Washington - Steve Jobs negou-se a princípio a se submeter a uma cirurgia para extirpar o câncer de pâncreas que acabou com sua vida, optou por tratamentos alternativos e gastou fortunas com pesquisas médicas, segundo sua biografia, que estará à venda a partir desta segunda-feira, revelando aspectos íntimos do cofundador da Apple. É o livro "Steve Jobs", de Walter Isaacson.

Trechos de uma entrevista com o autor, divulgados na quinta-feira, e informes dos jornais que obtiveram uma cópia da biografia, apresentaram detalhes da vida privada de Jobs, falecido no dia 5 de outubro, aos 56 anos.

Em entrevista ao programa de televisão da CBS "60 Minutes", que será transmitida domingo, Isaacson fala de Jobs, o empresário visionário que mudou o estilo de vida de milhões de pessoas.

Segundo o biógrafo, Jobs confessou a ele que, no final, arrependeu-se da decisão de adiar a cirurgia. E recebeu tratamento contra o câncer em segredo, ao mesmo tempo em que dizia as pessoas que estava curado.

De acordo com Isaacson, os médicos disseram a Jobs, em 2003, quando foi diagnosticado com a doença, que a enfermidade "estava entre os 5% dos cânceres de pâncreas que podem ser curados".

"Mas Steve Jobs não quis ser operado", lembrou. "Tentou tratar a enfermidade com dieta. Visitou pessoas espirítas. Tentou diversas formas de tratamento macrobiótico".

"Logo todas as pessoas lhe diziam: 'pare de tentar combater a doença com todas essas raízes e vegetais, simplesmente faça a operação'", contou o biógrafo. "Mas só foi fazê-la nove meses depois".

"Foi muito tarde porque, no momento da cirurgia, os médicos se deram conta de que o mal havia se espalhado aos tecidos próximos ao pâncreas", contou o autor.

À pergunta sobre o porquê de Jobs ter rejeitado inicialmente a operação, Isaacson afirmou: "Eu mesmo o questionei sobre isso e ele me respondeu que não queria que seu corpo fosse aberto. Não queria ser violado dessa forma".

"Mas arrependeu-se", disse o escritor. No final, queria falar sobre isso, sobre quanto o lamentava".

Jobs submeteu-se à cirurgia contra o câncer de pâncreas em 2004 e recebeu um transplante de fígado em 2009.


O New York Times, que obteve uma cópia do livro, divulgou que a insistência de Jobs de adiar a cirurgia "angustiou a família, seus amigos e médicos".

Ainda segundo o jornal, quando Jobs decidiu finalmente ser operado não poupou gastos, tornando-se uma das únicas 20 pessoas do mundo, naquele momento, que possuía os genes e o DNA de um tumor sequenciado a um preço de 100.000 dólares.

O livro inclui detalhes da vida privada e romântica de Jobs, conhecido por ser extremamente reservado nesse aspecto, assim como sobre suas relações de trabalho, disse o Times.

Assim, Jobs chegou a propor casamento a Laurene Powell, uma corretora do Goldman Sachs, no Ano Novo de 1990, mas não voltou a mencionar o pedido a ela durante meses.

Exasperada, Laurene mudou-se em setembro, mas voltou quando Jobs lhe presenteou com um anel de noivado, de diamantes.

Jobs também contou a Isaacson, rindo, que teve de deixar fora do alcance de sua esposa liberal as facas de cozinha, quando convidou para jantar em sua casa Rupert Murdoch, o chefe conservador da News Corp.

Quanto a seus históricos rivais, Jobs brigou muito e recebeu aos gritos, em 2008, os cofundadores da Google, Larry Page e Sergey Brin, por causa do sistema operacional e dos aplicativos Android que concorrem com o iPhone da Apple, segundo o Times.

O jornal assinalou que Jobs considerava o Android um "produto roubado" que copiava a tecnologia da Apple.

De acordo com o livro, Jobs começou a se encontrar, na última primavera, com as pessoas que queria ver antes de morrer. Entre essas estava seu eterno rival Bill Gates, cofundador da Microsoft, quem o visitou em casa, em maio, e ficou mais de três horas.

The Huffington Post, que também obteve uma cópia do livro, disse que Jobs ofereceu ao presidente Barack Obama, ano passado, ajuda para a campanha política de 2012.

O livro de Isaacson, quem realizou mais de 40 entrevistas com Jobs, criador do Macintosh, do iPod, e do telefone iPhone, além do tablet iPad, estará sendo publicado pela editora Simon & Schuster.

Isaacson, ex-chefe de redação da revista Time e presidente executivo da consultora Aspen Institute, é também autor das biografias de Benjamin Franklin, Albert Einstein e Henry Kissinger.

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Trechos de uma entrevista com o autor, divulgados na quinta-feira, e informes dos jornais que obtiveram uma cópia da biografia, apresentaram detalhes da vida privada de Jobs, falecido no dia 5 de outubro, aos 56 anos.

Em entrevista ao programa de televisão da CBS "60 Minutes", que será transmitida domingo, Isaacson fala de Jobs, o empresário visionário que mudou o estilo de vida de milhões de pessoas.

Segundo o biógrafo, Jobs confessou a ele que, no final, arrependeu-se da decisão de adiar a cirurgia. E recebeu tratamento contra o câncer em segredo, ao mesmo tempo em que dizia as pessoas que estava curado.

De acordo com Isaacson, os médicos disseram a Jobs, em 2003, quando foi diagnosticado com a doença, que a enfermidade "estava entre os 5% dos cânceres de pâncreas que podem ser curados".

"Mas Steve Jobs não quis ser operado", lembrou. "Tentou tratar a enfermidade com dieta. Visitou pessoas espirítas. Tentou diversas formas de tratamento macrobiótico".

"Logo todas as pessoas lhe diziam: 'pare de tentar combater a doença com todas essas raízes e vegetais, simplesmente faça a operação'", contou o biógrafo. "Mas só foi fazê-la nove meses depois".

"Foi muito tarde porque, no momento da cirurgia, os médicos se deram conta de que o mal havia se espalhado aos tecidos próximos ao pâncreas", contou o autor.

À pergunta sobre o porquê de Jobs ter rejeitado inicialmente a operação, Isaacson afirmou: "Eu mesmo o questionei sobre isso e ele me respondeu que não queria que seu corpo fosse aberto. Não queria ser violado dessa forma".

"Mas arrependeu-se", disse o escritor. No final, queria falar sobre isso, sobre quanto o lamentava".

Jobs submeteu-se à cirurgia contra o câncer de pâncreas em 2004 e recebeu um transplante de fígado em 2009.


O New York Times, que obteve uma cópia do livro, divulgou que a insistência de Jobs de adiar a cirurgia "angustiou a família, seus amigos e médicos".

Ainda segundo o jornal, quando Jobs decidiu finalmente ser operado não poupou gastos, tornando-se uma das únicas 20 pessoas do mundo, naquele momento, que possuía os genes e o DNA de um tumor sequenciado a um preço de 100.000 dólares.

O livro inclui detalhes da vida privada e romântica de Jobs, conhecido por ser extremamente reservado nesse aspecto, assim como sobre suas relações de trabalho, disse o Times.

Assim, Jobs chegou a propor casamento a Laurene Powell, uma corretora do Goldman Sachs, no Ano Novo de 1990, mas não voltou a mencionar o pedido a ela durante meses.

Exasperada, Laurene mudou-se em setembro, mas voltou quando Jobs lhe presenteou com um anel de noivado, de diamantes.

Jobs também contou a Isaacson, rindo, que teve de deixar fora do alcance de sua esposa liberal as facas de cozinha, quando convidou para jantar em sua casa Rupert Murdoch, o chefe conservador da News Corp.

Quanto a seus históricos rivais, Jobs brigou muito e recebeu aos gritos, em 2008, os cofundadores da Google, Larry Page e Sergey Brin, por causa do sistema operacional e dos aplicativos Android que concorrem com o iPhone da Apple, segundo o Times.

O jornal assinalou que Jobs considerava o Android um "produto roubado" que copiava a tecnologia da Apple.

De acordo com o livro, Jobs começou a se encontrar, na última primavera, com as pessoas que queria ver antes de morrer. Entre essas estava seu eterno rival Bill Gates, cofundador da Microsoft, quem o visitou em casa, em maio, e ficou mais de três horas.

The Huffington Post, que também obteve uma cópia do livro, disse que Jobs ofereceu ao presidente Barack Obama, ano passado, ajuda para a campanha política de 2012.

O livro de Isaacson, quem realizou mais de 40 entrevistas com Jobs, criador do Macintosh, do iPod, e do telefone iPhone, além do tablet iPad, estará sendo publicado pela editora Simon & Schuster.

Isaacson, ex-chefe de redação da revista Time e presidente executivo da consultora Aspen Institute, é também autor das biografias de Benjamin Franklin, Albert Einstein e Henry Kissinger.

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