Tecnologia

Bain compra plataforma de educação PowerSchool por US$ 5,6 bilhões e fecha capital

Empresa de software educacional baseada em nuvem é retirada da bolsa em meio à onda de aquisições de empresas de tecnologia por fundos de private equity

John Connaughton: Co-Managing Partner da Bain Capital lidera a firma em várias áreas de investimento, incluindo saúde e tecnologia (Thomas Lee/Getty Images)

John Connaughton: Co-Managing Partner da Bain Capital lidera a firma em várias áreas de investimento, incluindo saúde e tecnologia (Thomas Lee/Getty Images)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 7 de junho de 2024 às 15h21.

Última atualização em 7 de junho de 2024 às 16h37.

A PowerSchool, fornecedora de software educacional em nuvem, está sendo adquirida pela Bain Capital em um negócio avaliado em US$ 5,6 bilhões. A transação é a mais recente em uma série de aquisições de empresas de software empresarial subvalorizadas por fundos de private equity.

PowerSchool, fundada em 1997, oferece uma plataforma web que auxilia instituições educacionais na gestão de matrículas, notas, frequência e comunicação com pais e alunos. Inicialmente desenvolvida como um sistema de informações para estudantes, a empresa foi comprada pela Apple em 2001 por US$ 62 milhões em ações, valor que hoje seria equivalente a cerca de US$ 26 bilhões com a valorização da Apple na casa dos US$ 3 bilhões.

A Apple vendeu a PowerSchool para a Pearson cinco anos depois, que por sua vez a vendeu para a Vista Equity Partners em 2015. Em 2018, a empresa de private equity canadense Onex Partners se tornou co-investidora. Em 2021, a dupla levou a PowerSchool ao mercado público, listando-a na Bolsa de Valores de Nova York, o que deu à empresa uma avaliação inicial de cerca de US$ 3,5 bilhões.

Nos anos seguintes, a PowerSchool experimentou os altos e baixos típicos da era pandêmica, atingindo uma avaliação de US$ 5,5 bilhões no final de 2021 antes de cair para US$ 1,8 bilhão dentro de um ano. Nos últimos dois anos, a avaliação da empresa estabilizou na caso dos US$ 3,5 bilhões.

A oferta da Bain Capital é de US$ 22,80 por ação em dinheiro, representando um prêmio de 37% em relação ao preço de fechamento de US$ 16,64 em 7 de maio, quando surgiram rumores sobre a aquisição. Esses rumores coincidiram com a divulgação dos sólidos resultados do primeiro trimestre de 2024 da PowerSchool, que registrou um aumento de 16% nas receitas em relação ao ano anterior, totalizando US$ 185 milhões. Analistas preveem que a empresa atingirá a lucratividade ainda este ano.

Para a Bain Capital, essas aquisições têm o objetivo de identificar empresas com potencial e ajudá-las a alcançar esse potencial longe das pressões do mercado público. "À medida que a demanda por tecnologia educacional K-12 cresce, acreditamos que existem oportunidades significativas para expandir o acesso ao conjunto de produtos de classe mundial da PowerSchool em todo o mundo", afirmou Max de Groen, sócio da Bain Capital, em um comunicado.

Onda de aquisações

Em 2024, houve um aumento de transações semelhantes. No mês passado, a empresa britânica de private equity Permira anunciou a retirada da Squarespace do mercado público em um negócio de US$ 6,9 bilhões. Outras transações incluem a aquisição da empresa de cibersegurança Darktrace por US$ 5 bilhões pela Thoma Bravo e a compra da Everbridge, empresa de software de gestão de eventos críticos, por US$ 1,8 bilhão. A plataforma de otimização de receita Model N também está sendo adquirida pela Vista Equity Partners por US$ 1,25 bilhão.

A Bain Capital espera concluir a aquisição da PowerSchool no segundo semestre de 2024, sujeita às aprovações regulatórias e dos acionistas. Os investidores existentes Vista e Onex manterão participações minoritárias na PowerSchool após a conclusão do negócio.

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