Aquisições ilícitas do programa nuclear do Irã parecem estar diminuindo, diz painel da ONU
As tentativas do Irã de adquirir ilicitamente materiais para seus controversos programas nucleares e de mísseis parecem ter diminuído
Da Redação
Publicado em 11 de maio de 2014 às 13h25.
As tentativas do Irã de adquirir ilicitamente materiais para seus controversos programas nucleares e de mísseis parecem ter diminuído, à medida que o país segue em negociações para um acordo a longo prazo com as potências mundiais, disse um painel de peritos da ONU, em um relatório confidencial visto pela Reuters.
O Painel de Peritos da ONU que monitora a obediência às sanções do Conselho de Segurança impostas ao Irã, apresentou essa conclusão com cautela, sugerindo que também é possível que o Irã tenha aprendido a ser mais esperto que os serviços de segurança e inteligência, na sua busca por materiais e componentes proibidos.
O relatório citou "uma redução no número de tentativas detectadas do Irã em adquirir itens para programas proibidos, e de apreensões relacionadas desde meados de 2013... É possível que essa queda reflita o novo ambiente político no Irã e um progresso diplomático em direção à uma solução abrangente."
Teerã engajou-se em uma solução negociada em relação à controvérsia nuclear com as grandes potências, depois que o presidente moderado, Hassan Rouhani, venceu a eleição em junho passado, substituindo um ideólogo confrontador. As conversações de alto nível levaram a um acordo interino, diminuindo os temores de uma guerra mais ampla no Oriente Médio e serão retomadas essa semana, em Viena.
O relatório diz que está cada vez mais difícil localizar qualquer ligação entre itens de "dupla utilização" --aqueles com aplicações civis e militares-- que o Irã tem buscado adquirir e potenciais compradores na República Islâmica.
Mas o relatório adverte que "isso pode ser devido a estratégias de aquisição mais sofisticadas por parte do Irã, que desenvolveu métodos de ocultação de aquisições, enquanto expande atividades proibidas. Tais métodos também podem ser utilizados pelo Irã para adquirir e financiar comércio legítimo, o que complica ainda mais os esforços dos países em identificar aquisições ilícitas."
O relatório acrescenta que o Irã também "demonstrou uma crescente capacidade de produzir internamente itens importantes". Entre os itens reservados de utilização dupla, que o Irã tem buscado no exterior ao longo dos anos, estão o alumínio, fibra de carbono e válvulas especiais.
A prioridade do Irã nas negociações com as potências mundiais é o fim das sanções internacionais, que têm debilitado a sua economia dependente do petróleo. A República Islâmica tem negado constantemente as acusações do Ocidente e seus aliados de que está buscando fabricar armas nucleares sob o disfarce de uma energia atômica pacífica.
(Por Louis Charbonneau)