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Antidepressivos na gravidez podem deixar criança hiperativa

Ingestão de antidepressivos durante a gravidez pode estar relacionada ao risco de hiperatividade da criança, sugere um estudo

Gravidez: risco é, no entanto, "modesto em termos absolutos" (Loic Venance)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de agosto de 2014 às 09h10.

Paris - A ingestão de antidepressivos durante a gravidez pode estar relacionada ao risco de hiperatividade da criança , sugere um estudo americano publicado nesta terça-feira em uma revista do grupo Nature.

Os transtornos por déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) se caracterizam pelas dificuldades que algumas crianças têm em se concentrar ou realizar atividades complexas.

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Estas desordens afetariam de 3% a 5% das crianças em idade escolar na França, segundo diferentes estudos, e se caracterizam por uma forte impulsividade e a dificuldade para permanecer sentado no mesmo lugar ou esperar sua vez.

Neste estudo publicado na Molecular Psychiatry (grupo Nature), especialistas do Massachusetts General Hospital "observam um risco persistente de TDAH após uma exposição aos antidepressivos, particularmente durante o primeiro trimestre" de gravidez.

Este estudo estatístico foi realizado com dados de um sistema de cuidados do nordeste dos Estados Unidos, com uma amostra de 2.243 menores com problemas de TDAH e com 1.377 crianças autistas.

O objetivo inicial era estabelecer se os antidepressivos durante a gravidez provocam um maior risco de autismo, como alguns estudos haviam sugerido.

Neste sentido, os cientistas consideram que, finalmente, o vínculo é "não significativo", já que é preciso levar em conta outro fator potencialmente agravante para o autismo em crianças: o estado depressivo da mãe.

Por sua vez, os pesquisadores descobriram que é significativa a associação entre a ingestão de antidepressivos por parte da mãe gestante e o risco de desordens de atenção com hiperatividade em crianças.

Este risco é, no entanto, "modesto em termos absolutos", e o resultado pode ter sido afetado por erros em matéria de classificação, reconhecem os pesquisadores, que exigem estudos adicionais sobre este assunto.

Em um comentário separado, o psiquiatra britânico Guy Goodwin também se mostra prudente. Considera que o alcance do estudo é limitado e estima que é possível e inclusive provável que o efeito observado esteja relacionado a riscos genéticos crescentes, herdados da mãe, de sofrer transtornos psiquiátricos.

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