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A lição de vida de Steve Jobs aos estudantes de Standford

Executivo contou sua fica durante discurso de formatura em 2005; 'Vocês precisam encontrar o que amam' aconselhou o criador da Apple

Steve Jobs em seu discurso em Stanford, em 2005 (Reprodução)

Steve Jobs em seu discurso em Stanford, em 2005 (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 6 de outubro de 2011 às 16h43.

San Francisco - Assim como a maioria dos discursos de formatura, as palavras proferidas por Steve Jobs em junho de 2005 visaram a inspirar os jovens recém-formados da Universidade de Standford em seus primeiros passos na vida adulta, mas se basearam em temas incomuns, como os percalços, a decepção e a morte.

Nesse famoso discurso, o ex-diretor-executivo da Apple revelou os altos e baixos e sua vida notável e a filosofia zen que alimentou sua paixão criativa e ajudou a canalizar sua energia inesgotável.

"Vocês precisam encontrar o que amam", aconselhou Jobs, que abriu seu discurso com o seguinte conselho: "sejam famintos, sejam tolos".

Em seguida, o visionário recontou sua própria história: uma vida apresentada em três atos, a começar por seu nascimento, filho de uma jovem solteira que o deu para adoção em troca da promessa dos pais adotivos de que um dia mandariam seu filho para a universidade.

"E, 17 anos depois, eu fui para a universidade", contou Jobs à jovem plateia de Stanford.

"Após seis meses, não conseguia ver valor naquilo", revelou. "Decidi largar e confiar que ficaria tudo bem", disse, acrescentando que decidiu abandonar os estudos no Reed College, em Portland (Oregon) aos 20 anos para fundar sua inovadora companhia Apple Computers, na garagem dos pais.

"Fiquei bem assustado na época, mas, olhando para trás, foi uma das melhores decisões que já tomei", lembrou Jobs.

As lições que aprendeu na vida foram muito mais profundas, acrescentou.

"Você precisa acreditar que os pontos vão se conectar de alguma forma em seu futuro. Precisa acreditar em algo - instinto, destino, vida, carma, qualquer coisa", afirmou.

"Essa abordagem nunca me deixou sucumbir e fez toda a diferença na minha vida", emendou.


Jobs compartilhou, também, as amargas lições tiradas daquele que talvez tenha sido seu pior momento profissional: sua expulsão do conselho de diretores no comando da Apple, em 1985 - um episódio "devastador", marcado, ele disse, por "amor e perda".

"Como você pode ser demitido de uma companhia que você criou?", questionou.

Mas uma vez mais, o que parecia ser um grande infortúnio se revelou uma bênção disfarçada.

"Lentamente, algo começou a ficar claro para mim: eu ainda amava o que fazia".

"Eu tinha sido rejeitado, mas ainda estava apaixonado. Então, decidir recomeçar. Eu não vi isso na época, mas acontece que ser demitido da Apple foi a melhor coisa que poderia ter me acontecido", acrescentou.

"Isto me libertou para entrar em um dos períodos mais criativos da minha vida", emendou.

Jobs descreveu a criação de suas "startups" (novos empreendimentos), que acabaram se tornando enormes sucessos em seu setor: a Pixar, que hoje é o estúdio de animação mais bem sucedido do mundo, e a companhia de computação e software NeXT.

O sucesso desta última abriu o caminho para sua volta triunfante à Apple, quando em uma reviravolta surpreendente, a Apple comprou a NeXT.

"Estou bem certo de que nada disto teria acontecido se não tivesse sido demitido da Apple", afirmou.

"Foi um remédio com gosto horrível, mas acho que o paciente precisava dele. Às vezes, a vida nos acerta uma tijolada. Não percam a fé", acrescentou.


O discurso de Jobs aos formandos de Stanford, há seis anos e desde então assistido mais de 4,5 milhões de vezes no site de vídeos YouTube e foi reproduzido na íntegra esta quinta-feira na CNN, se seguiu de aconselhamentos ainda mais sábios, inclusive de uma advertência sobre a tarefa de escolher o trabalho de uma vida.

"Vocês precisam encontrar o que amam", afirmou. "Isto serve tanto para o seu trabalho quanto para seus amores".

"Seu trabalho preencherá grande parte da sua vida e a única forma de se sentirem completamente satisfeitos é fazerem o que acreditam ser um grande trabalho. E a única forma de se fazer um grande trabalho é amando o que se faz. Se ainda não encontraram, continuem procurando", acrescentou.

"Nos últimos 33 anos, eu me olhei no espelho todas as manhãs e me perguntei: 'se hoje fosse o último ano da minha vida, eu gostaria de fazer o que estou prestes a fazer hoje?' E sempre que a resposta foi 'não' numa sequência de muitos dias, eu sabia que precisava mudar alguma coisa", emendou.

No terceiro ato de seu discurso, Jobs falou da forma como lidava com o câncer no pâncreas, doença que acabou ponto fim à sua vida.

"Lembrar que em breve estarei morto é a ferramenta mais importante que já encontrei para me ajudar a tomar as grandes decisões da minha vida", declarou.

"Lembrar que se vai morrer é a melhor forma que eu conheço de evitar a armadilha de pensar que se tem algo a perder. Você já está nu. Não há razão para não seguir seu coração", concluiu.

Veja o discurso de Jobs em Stanford:

https://youtube.com/watch?v=66f2yP7ehDs

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