23 coisas que a ciência já descobriu sobre a cerveja
Dos segredos da fermentação à possibilidade de fabricação no espaço, a cerveja já foi alvo dos mais diversos estudos
Da Redação
Publicado em 8 de setembro de 2014 às 06h23.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h48.
Não é só nos bares que a cerveja coleciona apreciadores. No mundo da ciência, a bebida já foi tema de diversos estudos. A seguir, reunimos alguns deles. Dos segredos da fermentação à possibilidade de fabricação no espaço, muita coisa já foi alvo da curiosidade dos cientistas.
Cerveja não dá barriga. A descoberta foi feita por nutricionistas da universidade de Gotemburgo. Durante quatro anos, eles monitoraram o peso, a quantidade de cerveja tomada por dia e as medidas de quadril e cintura de cerca de 20 mil pessoas. No fim, os cientistas constataram que o consumo da bebida gerou aumento da gordura corporal total, mas não necessariamente na região da cintura.
A frase "beba com moderação" já é um clássico das propagandas de cerveja. O que pouca gente sabe é que essa moderação já foi medida pela Organização Mundial da Saúde. A entidade recomenda que mulheres não bebam mais que uma lata de cerveja por dia e que homens se limitem a duas. Ir além disso já representa risco para o corpo humano.
Em sua dissertação de mestrado, a economista da Universidade de São Paulo Valéria Ikeda verificou que há uma relação entre o poder aquisitivo dos paulistanos e suas bebidas favoritas após analisar dados colhidos em mais de 2.500 residências. Enquanto a classe média prefere o chope, a cerveja engarrafada está entre as preferências das classes alta (junto com o uísque) e da faixa mais pobre (junto com a cachaça).
Astronautas da Estação Espacial Internacional conseguiram produzir cerveja no espaço. Os testes tinham um finalidade nobre, já que a combinação de água e álcool presente na bebida mata bactérias e pode ser uma importante alternativa de hidratação para futuras colônias espaciais.
Um dos ingredientes da cerveja, o lúpulo contém humulona. Esse composto químico protege o organismo da ação de um dos causadores da gripe, o vírus respiratório sincicial. A descoberta é de cientistas da Universidade Médica de Sapporo. Entretanto, os apreciadores da bebida não devem ficar muito animados. Como a concentração de humulona na cerveja é baixa, seria preciso beber 30 latas de cerveja para ficar protegido da gripe - o que pode acarretar outros problemas...
As pesquisadoras alemãs Gerd Liebezeit & Elisabeth Liebezeit analisaram 24 amostras de diferentes marcas de cerveja daquele país e fizeram uma descoberta surpreendente. Todas as amostras analisadas continham vestígios de... plástico. Até um inseto quase inteiro foi encontrado numa das cervejas levadas para o laboratório.
Tomar cerveja pode estar mexendo com o seu DNA. A descoberta é de cientistas da universidade de Tel Aviv. Em testes realizados com material genético de uma levedura muito parecido com o de humanos, eles verificaram que a exposição a soluções com concentração de etanol entre 5% e 7% é capaz de alongar os telômeros - que são estruturas que ficam localizadas nas extremidades de cada cromossomo.
De acordo com cientistas da universidade de Illinois, a cerveja deixa o raciocínio mais preciso e mais rápido. A constatação surgiu após um experimento com 40 homens. Metade deles tomou duas tulipas de cerveja e a outra metade não. Então, os dois grupos participaram de um jogo, no qual cada integrante recebia três palavras e deveria pensar num quarto termo ligado a elas. No fim, aqueles que beberam tiveram 40% a mais de sucesso e, em média, fizeram as associações em 2,5 segundos a menos do que os outros.
No Brasil, os homens bebem cinco vezes mais cerveja do que as mulheres. O dado é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ainda segundo o órgão, 5% dos homens bebem cerveja todos os dias. Em mais de 60% dos casos, a bebida é tomada fora de casa.
Os danos causados ao fígado pelo consumo exagerado de cerveja e outras bebidas alcóolicas em mulheres são duas vezes maiores do que os efeitos em homens. Quem afirma são hepatologistas do Hospital Metodista de Houston. Segundo eles, o fato de as mulheres terem, em geral, uma altura menor e, consequentemente, menos água armazenada no corpo do que os homens potencializa os efeitos da bebida.
Cerca de 50 homens foram submetidos a um experimento realizado por neurologistas da universidade de Indiana. Nele, os participantes deveriam escolher entre tomar sua cerveja favorita ou uma bebida isotônica. A bebida escolhida era oferecida a eles em pequenas porções pelos cientistas. No estudo, ficou constatado que a liberação de dopamina (hormônio ligado à satisfação) era maior quando as pessoas bebiam cerveja do que quando elas tomavam a outra bebida (mesmo que elas dissessem preferir tomar o isotônico).
Tomar um copinho de cerveja de vez em quando pode ser uma boa para o seu coração. Pelo menos, é o que afirmam cientistas da Universidade de Boston. Segundo eles, a ingestão diária de 43 gramas da bebida reduz em 42% as chances de uma pessoa desenvolver problemas cardiovasculares.
Pessoas que sofreram um ataque cardíaco e bebem cerveja moderadamente têm menos chances de passar pelo mesmo problema outra vez. Num estudo realizado pela Faculdade de Saúde Pública de Harvard, 1.818 indivíduos já infartados foram acompanhados durante 20 anos. No fim, aqueles que ingeriam até duas latas e meia de cerveja por dia tinham menos chances de morrer por problemas cardiovasculares do que os abstêmios e aqueles que ingeriam mais do que isso de álcool por dia.
Você sabia que já existe uma cerveja que evita a ressaca? A bebida inusitada foi criada por médicos do Instituto de Saúde Griffith, na Austrália. Por trás da ausência de efeitos colaterais dessa cerveja, estão os eletrólitos. Incluídos na receita da bebida, esses minerais mantêm o corpo hidratado - o que evita a sensação de mal estar no dia seguinte.
Após exercícios físicos, beber cerveja moderadamente pode ser tão eficaz quanto tomar água para efeitos de hidratação. Pelo menos, é o que afirmam pesquisadores da universidade de Granada. Segundo eles, não foram encontrados efeitos negativos que pudessem ser atribuídos a ingestão moderada de cerveja nessa situação.
Após analisarem mais de mil fungos usados em processos de fermentação de cerveja, cientistas da Universidade Nova de Lisboa localizaram na Patagônia a espécie que parece ter dado origem à variedade usada há mais de 500 anos pelos produtores da bebida da região da Baviera. Batizado de Saccharomyces pastorianus, o fermento pode ter chegado à Europa na madeira de algum navio.
Cerca de 3 mil pessoas de 147 municípios das cinco regiões brasileiras participaram de um estudo pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). A pesquisa constatou que 10% da população do país não consegue passar mais de um dia sem tomar um gole de cerveja ou trago de aguardente.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, a cerveja é a principal origem do álcool bebido pelos brasileiros. A bebida representa 60% do volume de álcool ingerido no país e está na frente dos destilados (36%) e do vinho (4%).
Os pré-requisitos para que uma bebida seja chamada de cerveja estão em discussão no Brasil. De acordo com as normas do Ministério da Agricultura, só pode ser chamado de cerveja o produto que recebe apenas sucos vegetais. Porém, os fabricantes estão brigando para que ingredientes como leite e mel possam ser incluídos na receita.
O uso de cerveja no preparo de carnes marinadas reduz a chance desses alimentos causarem câncer no futuro. A descoberta é de cientistas da universidade do Porto. De acordo com os pesquisadores, a aplicação da bebida sobre a carne a ser assada reduz os nível de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos presentes nesses alimentos. Testes com animais mostraram que esses hidrocarbonetos estão relacionadas ao desenvolvimento de câncer.
Na Rice University, químicos desenvolveram um polímero a partir de nanofitas de grafeno. Ele é capaz de tornar a entrada de moléculas de gás em uma garrafa mil vezes mais difícil. No futuro, um material com estas características pode ser muito útil para produção de garrafas de cerveja - já que a entrada de moléculas de oxigênio no líquido afeta sua qualidade.
Enquanto fica na prateleira, uma cerveja pode perder até 50% de seus antioxidantes. A descoberta é da cientista Priscila Siqueira, da Unicamp. Por quatro meses, ela realizou testes bioquímicos e análises sensoriais com amostras da bebida. Os antioxidantes ajudam na conservação da cerveja (evitando o chamado "gosto de papelão") e na prevenção de doenças degenerativas e do coração pelo organismo.
Na Áustria, a cervejaria Starkenberger conta com sete piscinas aquecidas preenchidas cada uma com 12 mil litros de água e 300 litros de cerveja. Segundo a cervejaria, o banho de cerveja tem propriedades curativas - como a cicatrização de feridas e a melhora da circulação sanguínea. Um mergulho de duas horas sai por quase 700 reais.
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