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Por medo de riscos, brasileiro continua apegado à poupança

Pesquisa da SPC Brasil aponta que, dos 69,5% dos brasileiros que aplicam dinheiro na poupança, 56,1% buscam evitar riscos

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	Homem abraçado a cofre em formato de porco: dos 69,5% dos brasileiros que aplicam na caderneta, 56,1% o fazem para evitar riscos
 (AndreyPopov/Thinkstock)

Homem abraçado a cofre em formato de porco: dos 69,5% dos brasileiros que aplicam na caderneta, 56,1% o fazem para evitar riscos (AndreyPopov/Thinkstock)

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Marília Almeida

Publicado em 7 de março de 2016 às, 09h23.

São Paulo - A baixa rentabilidade da poupança não é suficiente para levar o brasileiro a buscar outras aplicações financeiras. O investimento na caderneta continua sendo citado como o preferido por 69,5% dos brasileiros. O maior motivo para a escolha da aplicação, segundo 56,1% dos investidores, é o desejo de evitar a perdas.

É o que aponta uma pesquisa nacional realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), divulgada com exclusividade para EXAME.com. 

Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, apesar de ser uma modalidade de investimento de baixo risco, a poupança oferece um retorno menor em comparação a outros investimentos de renda fixa, considerados mais seguros. Em 2015, por exemplo, o rendimento da caderneta ficou muito abaixo da inflação.

Na pesquisa da SPC Brasil, foram entrevistados 804 consumidores acima de 18 anos, de ambos os gêneros e de todas as classes sociais nas 27 capitais do país. A margem de erro é de no máximo 3,5 pontos percentuais e o intervalo de confiança da pesquisa é de 95%.

Veja abaixo os investimentos preferidos dos brasileiros, de acordo com a pesquisa feita pelo SPC Brasil:

Investimento Investidores (em %)
Poupança 69,50%
Imóveis 28,80%
Previdência privada 8,90%
Fundos de investimento 5,90%
Dólar 5,50%
CDB 1,80%
Tesouro Direto 1,60%
LCI 0,80%
Bolsa de valores 0,40%
Fonte: SPC Brasil

Outras aplicações

Além da poupança, 28,8% dos brasileiros investem em imóveis e 8,9% aplicam em planos de previdência privada. Em ambos os casos, a segurança também é a principal justificativa para a escolha.

Já 5,9% dos entrevistados aplicam dinheiro em fundos de investimento, que são escolhidos principalmente pela indicação do gerente do banco (33,8%).

Entre os brasileiros que investem em dólar (5,5%), 22,9% apontam que o objetivo é obter rentabilidade sem arriscar muito. Contudo, por conta da volatilidade da moeda, o dólar não pode ser considerado um investimento seguro, analisa a economista-chefe do SPC Brasil (veja se é possível investir em dólar sem correr muitos riscos).

Outros investimentos citados pelos entrevistados no levantamento são CDBs (1,8%), Tesouro Direto (1,6%), LCI (0,8%) e a bolsa de valores (0,4%).

Frequência do investimento

Em relação à frequência com que os brasileiros investem, 32,2% realizam depósitos mensais em aplicações financeiras, enquanto 36,6% não têm frequência certa para aplicar o dinheiro. 

Em média, os investidores aplicam o dinheiro cinco vezes por ano. Considerando o último mês anterior à pesquisa, a média de valor do depósito realizado foi de 418 reais, mas 60% dos entrevistados não souberam ou preferiram não responder qual foi o volume exato investido.

Quando recebem um dinheiro a mais, como o 13º salário e a participação nos lucros e resultados (PLR), menos da metade dos entrevistados (41,3%) costuma economizar, poupar ou investir o valor e 32,8% usam os benefícios para pagar dívidas e organizar a vida financeira.

Quase sete em cada dez entrevistados que têm investimentos (68,6%) afirmam ter usado ao menos parte dos recursos aplicados para cobrir gastos mensais e pagar contas em atraso nos últimos 12 meses, sobretudo entre as classes C, D e E.

Motivos para aplicar o dinheiro

Os entrevistados afirmaram que investem principalmente para: proteger-se contra imprevistos, como doenças ou morte (28,6%); garantir um futuro melhor para a família (28%); acumular uma reserva financeira para o período da aposentadoria (21,5%); comprar um imóvel (21,2%); e criar uma reserva de emergência para o caso de ficar desempregado (19,5%).

Entre os brasileiros que não possuem qualquer tipo de poupança ou investimento, 61,9% apontam que o principal motivo para não aplicarem o dinheiro é o fato de não sobrar recursos. Já 20,7% não acreditam que será possível economizar um valor expressivo no longo prazo e 9,9% afirmam não ter disciplina para economizar.

José Vignoli, educador financeiro do SPC Brasil e do portal Meu Bolso Feliz, afirma que mesmo nos meses em que o orçamento estiver mais apertado, o ideal seria poupar algum valor, ainda que pequeno. Com o passar do tempo e a disciplina dos depósitos frequentes, a tendência é que a reserva cresça e se torne cada vez mais relevante, avalia.

Utilização dos recursos

Em caso de dificuldades financeiras, 46,3% dos entrevistados afirmaram que recorreriam a recursos acumulados na poupança ou outro tipo de aplicação para solucionar os problemas. Outros 18,2% fariam um empréstimo e 8,7% ficariam endividados por não terem recursos guardados para essa situação.

Vignoli alerta que os recursos acumulados em uma reserva financeira e investidos podem ser utilizados em caso de imprevistos, mas é fundamental poupar também para a realização de objetivos no longo prazo, como a aposentadoria.

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