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Investidor de renda fixa também precisa diversificar apostas

Conservador, moderado ou arrojado: as recomendações para o investidor montar um portfólio de acordo com seu perfil

Onde investir para além da renda fixa (Getty/Getty Images)

Onde investir para além da renda fixa (Getty/Getty Images)

Karla Mamona
Karla Mamona

Editora de Finanças

Publicado em 22 de março de 2023 às 06h00.

Última atualização em 22 de março de 2023 às 09h54.

Investir em tempos de incertezas pode exigir estudo e paciência para fazer o dinheiro render e proteger o patrimônio. A escalada da taxa de juro e o aumento da inflação em todo o mundo adicionaram desafios para o pequeno investidor. A renda fixa ainda deve ocupar a maior fatia da carteira de investimento desde o perfil conservador até o mais arrojado (como mostram as indicações de carteiras do BTG Pactual, abaixo). Mas colocar suas apostas em um único ativo pode ser perigoso. O mais importante é saber fazer boas escolhas nos momentos certos.

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Álvaro Frasson, economista do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME), afirma que o investidor aprendeu na prática que “a renda fixa não é fixa”. A atualização diária, a chamada marcação a mercado, dos preços tem impactado as carteiras neste ano. A obrigatoriedade de marcação a mercado para título de renda fixa passou a valer em janeiro deste ano, uma novidade para o investidor que está entendendo que renda fixa também tem risco, principalmente em um cenário de aperto monetário. De acordo com o especialista, neste ambiente, pensando em uma carteira local, estar posicionado em ativos pós-fixados é uma boa estratégia. “Pós-fixado e de liquidez diária são importantes neste momento para reduzir a volatilidade. Quando o juro está alto o investidor tem de aproveitar o momento de política econômica contracionista”, diz.

A orientação do economista é que o investidor olhe para a renda fixa da mesma forma que avalia a renda variável. É fundamental ter uma diversificação na carteira, analisando o duration (prazo médio ponderado para o recebimento do valor investido em renda fixa), bem como o tipo de ativo. O investidor pode buscar um título público ou um crédito privado. E, mesmo que o cenário seja de temor para o mercado de crédito para as empresas, Frasson afirma que não há risco de credit crunch. O economista explica que está ocorrendo uma desaceleração da tomada de crédito, o que é favorável para a política adotada pelo Banco Central, visando conseguir controlar a inflação por meio da taxa de juro. Ele cita que os indicadores de inadimplência das empresas cresceram nos últimos meses, mas ainda estão em patamares próximos ao pré-pandemia. Assim como os pedidos de recuperação judicial continuam em linha com 2019.

E, ainda que o mercado de capitais esteja sob maior desconfiança do investidor, a renda variável tem de ter uma fatia desse bolo. Ela está em todas as indicações de carteiras, mas o que varia é o percentual de alocação de acordo com o perfil de quem está investindo e os tipos de ativos.

Neste cenário, a indicação do BTG Pactual é investir com maior seletividade. O mercado continua favorecendo as ações de empresas ligadas a materiais básicos na expectativa da retomada da atividade econômica chinesa. Ainda assim, o banco recomenda cautela para todos os tipos de papéis. O ambiente incerto para a curva de juros, em especial a longa, sensível ao cenário fiscal, deve manter a volatilidade elevada. Por isso, o BTG reforça a preferência pela liquidez e favorece a alocação em ações mais negociadas do que as small caps, que movimentam menor volume financeiro. Há ainda a contribuição de fluxo do investidor estrangeiro, que tem buscado diversificação dentro do mercado emergente, favorecendo a bolsa brasileira. Por isso, na preferência do banco ainda estão as ações de serviços financeiros e commodities, setores tradicionais e mais resilientes.  

(Arte/Exame)

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