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Aos 56 anos, ele sabia seus pontos fortes e fracos. Após cinco anos, o negócio dele fatura R$ 98 mi

Empreendedor criou o negócio aos 56 anos, depois de três décadas como funcionário em empresas de tecnologia

Luiz Martins, da Clear IT: “Enquanto tiver gás para fazer as coisas, a idade é irrelevante” (Clear IT/Divulgação)

Luiz Martins, da Clear IT: “Enquanto tiver gás para fazer as coisas, a idade é irrelevante” (Clear IT/Divulgação)

Daniel Giussani
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 22 de agosto de 2024 às 06h00.

Um misto de oportunidade e necessidade fez o paulistano Luiz Martins criar um negócio de tecnologia aos 56 anos de idade. O empreendedor é um dos fundadores da Clear IT, empresa criada em Manaus para ajudar companhias a terem sistemas de informação em nuvem e a se protegerem de crimes digitais.

Com um faturamento de 98 milhões de reais em 2023, a Clear surgiu em 2018 e atende órgãos de Justiça, prefeituras, secretarias de Fazenda e empresas privadas. Na época, Martins procurava um novo emprego após 35 anos em empresas de tecnologia, como a Digital Equip­ment Corporation, a Compaq e a HP. “Eu cheguei à conclusão de que, com certa idade, a empregabilidade fica um pouco difícil”, diz. “Nesse momento, entendi que era hora de ter um negócio próprio.”

Gás para fazer as coisas

Para Martins, criar esse negócio depois dos 50 anos foi providencial. “As pessoas com mais de 50 têm uma bagagem muito maior e passaram por várias situações que servem como escola”, diz. Uma dessas lições é não empregar parentes no negócio: para o empreendedor, é algo fora de cogitação. Outro aprendizado foi o autoconhecimento. Como sabia bem quais eram seus pontos fortes e fracos, Martins não teve dificuldade de montar um time complementar. “Começamos a Clear com quatro pessoas. Hoje estamos com 50.”

E, pelas projeções, o número deve aumentar. A startup estima faturar 145 milhões de reais neste ano, alta apoiada num investimento de 2 milhões de ­reais em um novo escritório, contratação de pessoas e aumento de produtos, principalmente de cibersegurança.

A expansão que a Clear encara desde a fundação do negócio tem, em partes, fundamentos nos anos em que Martins passou conhecendo, trabalhando e estudando o mercado. “Sou o tipo de cara que aprendeu que as coisas dão certo quando se vai atrás, liga para o cliente, entende as dores dele, consegue solucionar seus problemas. E vou continuar fazendo isso”, afirma. “Enquanto tiver gás para fazer as coisas, a idade é irrelevante.”


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