Nasa atrasa novamente o regresso dos astronautas à Lua, que está agora previsto para 2027
Decisão se deu devido a problemas técnicos e mudanças políticas
Agência de Notícias
Publicado em 5 de dezembro de 2024 às 19h50.
Última atualização em 5 de dezembro de 2024 às 19h57.
A agência espacial dos Estados Unidos, Nasa , anunciou nesta quinta-feira um novo atraso de um ano em sua missão de retorno à Lua devido a problemas técnicos, postergando a chegada dos astronautas à superfície lunar para 2027.
Este anúncio representa um novo revés para o programa Artemis, a principal iniciativa da Nasa, e ocorre a poucas semanas da posse do presidente eleito Donald Trump, que ainda não detalhou suas intenções para essa missão.
Em uma coletiva de imprensa, o administrador da Nasa, Bill Nelson, informou que a missão Artemis III, que prevê a chegada de astronautas à Lua pela primeira vez em mais de 50 anos, foi adiada de 2026 para meados de 2027. A missão Artemis II, que deve colocar uma nave tripulada em órbita lunar, também sofreu atrasos, passando de 2025 para abril de 2026.
“Não vamos voar até estarmos preparados, até que seja seguro para os astronautas a bordo. Devemos fazer isso corretamente”, declarou Nelson.
Exploração lunar
O programa Artemis foi projetado como o primeiro passo para a chegada do ser humano a Marte e teve início em 2022 com um sobrevoo não tripulado pela Lua. Embora o primeiro voo tenha sido um sucesso, engenheiros da Nasa identificaram uma série de problemas técnicos, incluindo danos inesperados no escudo térmico da cápsula Orión, o que resultou no atraso do cronograma das missões subsequentes para garantir a segurança dos astronautas.
Em janeiro passado, a Nasa já havia anunciado o adiamento de um ano em suas missões lunares, com a Artemis II sendo adiada para 2025 e a Artemis III para 2026.
Nelson detalhou, nesta quinta-feira, que o novo plano envolve o uso do mesmo escudo térmico da cápsula Orión, mas com uma modificação na trajetória de reentrada na atmosfera terrestre após o voo.
Impacto das mudanças políticas
O novo atraso ocorre em um momento de transição no governo dos Estados Unidos e na direção da Nasa, com a vitória de Donald Trump nas eleições de 5 de novembro. O presidente eleito, que assumirá o cargo em 20 de janeiro, anunciou que nomeará o milionário Jared Isaacman, o primeiro astronauta privado a realizar uma caminhada espacial, para liderar a agência espacial.
Isaacman, de 41 anos, é um colaborador próximo do magnata Elon Musk, fundador da empresa SpaceX, que também participará do governo republicano como responsável por cortar o orçamento das agências federais.
Nelson, que já teve uma primeira conversa telefônica com Isaacman, afirmou que a Nasa trabalhou "laboriosamente" para garantir a viabilidade da missão Artemis e previu que o novo governo apoiará o plano. Ele também mencionou que a boa relação entre Trump e Musk, cuja empresa está construindo o módulo de aterrissagem para a Artemis III, será benéfica para evitar cortes no orçamento da Nasa.
Durante o primeiro mandato de Trump, entre 2017 e 2021, os planos para o retorno à Lua começaram a ganhar força, após décadas de inatividade desde a missão Apollo 17 de 1972. Contudo, ainda não está claro se o presidente republicano manterá esses esforços ou mudará o foco para uma possível missão a Marte.