São Paulo - Com 18 anos de experiência no mercado de comunicação corporativa, a SubWay Link decidiu que era hora de crescer. A empresa, que nasceu como uma produtora audiovisual convencional, era contratada por clientes de grande porte para produzir canais internos de televisão. Além de criar o conteúdo, a empresa fazia a transmissão via satélite da programação. Com grandes clientes no portfólio, o negócio garantia um faturamento mais que satisfatório.

Mas para crescer em um ritmo mais acelerado, a companhia decidiu aproveitar toda a experiência acumulada na produção de conteúdo para terceiros para investir em canais próprios, com patrocínio de anunciantes. “Precisávamos de um modelo mais escalável”, explica Arnold Eugênio Correia, fundador da empresa.

Criada em 2006, a nova área decolou rapidamente e passou a responder por 30% das receitas da companhia. Com mais de 13 mil telas instaladas em redes de varejo de peso como Wal-Mart, Ri Happy, Magazine Luiza, SAM´s Club e AmEx,a companhia precisava de um novo impulso para continuar sua expansão. Foi quando a SubWay Link resolveu ir às compras.

A primeira aquisição foi a TV Mulher & Mãe, fechada em outubro de 2009. Exibido em 155 maternidades presentes em 70 cidades, o canal atinge um público de 300 mil mulheres anualmente. O contato com a mãe-telespectadora é reforçado por meio de um guia impresso que ela recebe no quarto e por uma rede social, que está sendo testada por 1,8 mil usuárias no momento.

“Como o modelo de negócio é muito parecido, o custo de incorporar um novo canal ao portfólio é pequeno. Com a aquisição, conseguimos crescer mais rápido do que organicamente”, explica Correia.

Colocando ordem na casa

Mas antes de continuar com a estratégia de aquisições, a SubWay Link precisou dar um passo atrás e colocar ordem na casa. “Quando você compra uma empresa sempre há um clima de incerteza. O funcionário fica com medo de vir alguém que vai tomar o seu lugar”, aponta Correia. “O processo de fusão não estava acontecendo de maneira fluída, como esperávamos”.

A empresa resolveu procurar suporte profissional para lidar com a situação. “Contratamos a Fundação Dom Cabral para nos apoiar no processo de fusão. Escolhemos eles porque eles vão com o objetivo de nos ensinar a lidar com os problemas e não só prestar uma consultoria”, conta o executivo.

A equipe externa se reuniu com o quadro gerencial da companhia, composto de 20 executivos, para ajudá-los a traçar planos estratégicos para suas áreas. Além de ajudar os gerentes, diretores e coordenadores de área a definir metas e criar mecanismos para acompanhá-las, os consultores apoiaram os gestores no processo de escolha dos funcionários que ficariam nos seus times na hora de eliminar as posições redundantes.

“Eles orientaram os gestores a escolher as melhores pessoas para manter nas equipes de acordo com o mérito profissional de cada um, sem ser tendenciosos em relação aos funcionários da casa”, destaca Correia.

Os 26  funcionários da TV Mulher & Mãe foram inicialmente integrados à equipe de 128 pessoas SubWay Link para que o seu desempenho de todos pudesse ser avaliado no dia a dia da operação. Segundo o executivo, esse processo permitiu aproveitar os talentos da empresa incorporada sem deixar de reconhecer o valor dos funcionários antigos. “É difícil, pois em uma fusão algumas pessoas sempre vão ter que sair. Mas procuramos fazer tudo com base na meritocracia para evitar a insegurança dos funcionários nas próximas fusões”, explica o executivo.

Com todos os ajustes na operação finalizados, a TV Mulher & Mãe deve contribuir com pelo menos metade do crescimento da SubWay Link neste ano, que deve ser da ordem de 40% (a empresa não abre o valor estimado de faturamento). A nova operação combinada tem 168 funcionários. E a companhia está pronta para continuar a expansão. Segundo Correia, pelo menos uma nova aquisição deve ser fechada ainda neste ano.