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Startup liga jogadores de futebol a recrutadores e capta aporte milionário

A Tero conecta jovens atletas a oportunidades no esporte. Com investimento de um milhão de reais, startup espera aumentar cadastros e contratações

Bruno Pessoa e Felipe Araújo, da Tero: são oito mil jovens atletas cadastrados na plataforma, ainda em fase de testes (Tero/Divulgação)

Mariana Fonseca

Publicado em 13 de outubro de 2019 às 06h00.

Última atualização em 13 de outubro de 2019 às 06h00.

A tecnologia está cada vez mais presente no mundo dos esportes -- e não apenas por meio dos esportes eletrônicos. Mesmo as atividades mais tradicionais, como um jogo de futebol , estão ganhando inovações que vão dos estádios às ruas feitas por startups do ramo. A sportstech Tero acabou de ganhar um aporte semente milionário para tracionar sua solução para conectar jogadores de futebol a clubes.

São oito mil jovens atletas cadastrados na plataforma, ainda em fase de testes, e oito contratações assinadas. O investimento apoiará as grandes ambições da Tero até o final de 2020: chegar até 500 mil usuários e de 800 a 1.000 oportunidades de trabalho geradas.

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Jogadores de futebol, treinadores e clubes

Os empreendedores Bruno Pessoa e Felipe Araújo têm experiência com empreendimento em futebol. Eles fundaram há quatro anos a Next Academy, uma escola que preparava jogadores de futebol para conseguirem trabalho nos Estados Unidos. O empreendimento teve mais de mil atletas enviados a universidades americanas e mais de 30 franquias em operação, no Brasil e em Portugal.

“Logo vimos, porém, queo envio do atleta aos Estados Unidos era um modelo muito limitado, havia jogadores querendo emprego em clubes nacionais. O modelo de franquia não permitia que a gente tivesse um negócio tão exponencial quanto um software”, afirma Pessoa. Somente no Brasil,são cerca de 30 milhões de praticantes do futebol.

No final de 2018, os dois empreendedores criaram a Tero a partir de um investimento inicial de 150 mil reais. A plataforma nasceu de um teste com mil inscritos, dos quais 96% disseram gostar de futebol e querer e se profissionalizar, mas não encontrar oportunidades para tal. Ao mesmo tempo, os clubes conseguem atletas de forma manual, com olheiros analisando jogadores em campos de futebol. “É um método atrasado, diante da tecnologia que temos disponível hoje”, diz Pessoa.

A Tero conecta os atletas aos clubes de futebol. O jogador de futebol se cadastra, colocando suas experiências e um vídeo mostrando suas habilidades. Treinadores independentes também se cadastram na plataforma e podem contatar os jogadores para avaliações presenciais de habilidades físicas, táticas, técnicas e psicológicas. Com base na observação, os treinadores preenchem mais detalhadamente o perfil dos atletas e dão aos clubes mais dados para a decisão de contratação.

A Tero tem oito mil atletas cadastrados na plataforma e 400 treinadores. Gerou oito contratações em clubes não divulgados no Rio de Janeiro, Lisboa (Portugal) e Nova York (Estados Unidos). “O foco agora está em aumentar números de jogadores e treinadores. As oportunidades virão depois”, diz Pessoa.

Investimento e próximos passos

A Tero acabou de ganhar mais recursos para fazer o plano virar realidade. A startup captou uma rodada semente de um milhão de reais. O aporte teve a participação de André Barros, fundador do canal de futebol Desimpedidos no YouTube e de executivos de startups como Biz Capital, Quinto Andar, Volanty e WeWork.

Os recursos serão usados para contratar mais equipe -- passar de seis para 25 funcinários até o final do próximo ano -- e para desenvolvimento da plataforma. A Tero ainda funciona em formato de testes ( beta ).

A startup terá cursos de formação para treinadores no próximo ano, garantindo um sistema de notas para eles dentro da plataforma. Os treinadores poderão avaliar os jogadores não só presencialmente, mas digitalmente. A Tero também terá um espaço para os próprios clubes se cadastrarem. Para 2020, o objetivo é chegar a 500 mil atletas cadastrados, 800 treinadores e 1.000 oportunidades de trabalho.

A Tero ainda estuda formas de monetização. Uma opção é cobrar de anunciantes, que gostariam de atingir o público-alvo de jovens de 13 a 23 anos de idade interessados em futebol. Outra opção é cobrar dos clubes, que pagariam uma anuidade para acessar a plataforma. O plano é manter a Tero gratuita ao atleta, com exceção de aulas adicionais com os treinadores -- afinal, eles serão os talentos a serem pagos.

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