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Plant-based: Fazenda Futuro capta R$300 mi e chega aos R$ 2,2 bi

Startup de alimentos à base de plantas pioneira no Brasil encerrou rodada série C para acelerar expansão pelo mundo e entrar para categoria de leite vegetal

Fazenda Futuro: startup de alimentos plant-based recebeu R$ 300 milhões para ir além da carne e passar a vender leite vegetal (Fazenda Futuro/Divulgação)
MC

Maria Clara Dias

Publicado em 3 de novembro de 2021 às 07h00.

Última atualização em 3 de novembro de 2021 às 19h17.

A ambição da startup Fazenda Futuro é fazer com que pessoas abandonem a carne vermelha sem pena ou ressentimentos. Para isso, a promessa da foodtech brasileira é entregar produtos que se parecem com itens de origem animal, em aparência, textura e sabor. Nesta quarta-feira, 03, a empresa comandada por Marcos Leta ganha um novo fôlego nessa jornada ao receber um aporte de 300 milhões de reais. A série C faz com que a empresa alcance valor de mercado de 2,2 bilhões de reais.

O aporte - e novo valuation - vêm apenas dois anos depois da fundação da empresa, e pouco mais de um ano após um aporte de 115 milhões de reais liderado pelo BTG Pactual, ENFINI Investments (Grupo PWR Capital) e também Monashees e Go4it Capital e que elevou o valor de mercado da empresa para 715 milhões de reais. Além de todos os investidores antigos, a nova rodada também atraiu o fundo europeu focado em empresas plant-based Rage Capital e a brasileira XP.

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Segundo Leta, o novo investimento está baseado não apenas no crescimento acelerado da startup, mas no rebuliço causado no mercado de carnes vegetais, o plant-based. A corrida por carnes de origem vegetal atrai gigantes da indústria, como JBS e BRF, que já anunciaram itens à base de plantas no portfólio. E é claro, as startups. Na América Latina, a Fazenda Futuro disputa mercado com a chilena NotCo, por exemplo. Além, é claro, das empresas de proteína animal, como frigoríficos.

“Nesses últimos dois anos, entendemos de fato o que o público gosta e as melhores receitas, temperos e sabores preferidos de cada região onde atuamos”, disse Leta, em entrevista à EXAME. “A nova captação basicamente vai nos ajudar a continuar essa expansão, com ajuda de tecnologia”.

Apesar de ter começado no Brasil em 2019, foi durante a pandemia que a startup adotou uma postura global ao entender que o mercado plant-based era a grande chance da empresa em outros países. Assim, a Fazenda Futuro passou a vender no mercado americano e europeu, e hoje está em 10.000 pontos de venda em 24 países. Entre eles estão Holanda, Reino Unido e Alemanha. “O Brasil ficaria pequeno para a marca, e assim começamos um plano de expansão que agora continua mais forte ainda”, diz.

Continuar nesse ritmo de expansão é a intenção da empresa com o novo aporte. Leta diz que a empresa está chegando à Austrália e Canadá, além de ter aberto recentemente a primeira unidade operacional nos Estados Unidos, localizada em Los Angeles. O racional por trás da escolha desses países está na percepção de que a grande chance da startup está em países onde o consumo de carne vegetal já é algo corriqueiro.

Ainda assim, o Brasil não é deixado de lado nos planos estratégicos da empresa. “A nossa trajetória por aqui segue um ritmo diferente”, diz. Para manter a terra natal no radar de crescimento, a Fazenda Futuro vai apostar em tecnologia e na “educação” da população sobre o consumo de carne à base de plantas.

“O Brasil tem um potencial imenso, isso é indiscutível. Lançamos essa categoria por aqui há somente dois anos, então o Brasil tem ainda um caminho para amadurecimento nesse assunto. Nossa missão é continuar investindo no país para que essa categoria seja madura, e faremos isso com produtos mais saudáveis e com tecnologia que faz com que o consumidor mal perceba que aquele produto não é de origem animal”, diz.

Novos segmentos

Com a combinação de novas tecnologias de biotecnologia, linguagem artificial (e todo o aparato técnico), o desejo da Fazenda Futuro é entrar em novas categorias. Além dos substitutos a carne bovina, suína e de aves, a ideia é passar a comercializar leites e derivados, como manteigas e queijos vegetais. “A chance de crescimento dessas categorias em todo mundo é muito grande”, diz.

As regiões escolhidas para receber os novos produtos são Europa e Estados Unidos, para acirrar a disputa em um mercado que já atrai gigantes. "Nossa competição será com a indústria de proteína animal, jamais com as startups e empresas plant-based. Assim sempre foi com a carne, e com os laticínios não será diferente".

No Brasil, o portfólio da marca conta com o Futuro Burger, Futuro Burger Defumado, Carne Moída do Futuro, Almôndega do Futuro, Futuro Frango, Futuro Atum e Linguiça do Futuro, todos sem glúten, sem transgênicos e sem qualquer proteína animal. Alguns dos ingredientes usados como substitutos da carne são proteína de soja, de grão de bico, beterraba, óleo de coco e alga marinha.

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