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Airbnb 2.0? A startup de aluguel de temporada que quer ganhar o Brasil

A Brazilian Corner quer fazer do serviço ao hóspede o diferencial para uma indústria já dominada por gigantes do setor e já fatura R$1 milhão com a ideia

Felipe Balaky e Marcela Marin, fundadores da Brazilian Corner: startup atua com o um Airbnb 2.0, com atendimento 24 horas e serviços ao hóspede (Brazilian Corner/Divulgação)

Felipe Balaky e Marcela Marin, fundadores da Brazilian Corner: startup atua com o um Airbnb 2.0, com atendimento 24 horas e serviços ao hóspede (Brazilian Corner/Divulgação)

A Brazilian Corner, startup de aluguel de imóveis para temporada, surgiu da ideia de que ainda é possível competir com gigantes do setor, a exemplo do Airbnb, desde que haja uma pitada de sofisticação e qualidade a mais no serviço prestado aos hóspedes e aos proprietários.

Fundada em 2018 pelo empreendedor Felipe Banlaky, a startup aluga imóveis para temporada junto de serviços para o dono de apartamentos, sejam eles investidores do mercado imobiliário ou para pessoas interessadas em um serviço mais completo de estadia, como assistência 24 horas por dia e manutenção constante, por exemplo. A ideia é ser uma espécie de “Airbnb 2.0”.

A ideia para o negócio surgiu após uma temporada no exterior. De mudança para Austrália para um novo emprego, Banlaky decidiu sublocar o apartamento em que morava, na França, mas encontrou algumas pedras no caminho. “Era muito difícil manter um apartamento à distância. Contava apenas com a ajuda de alguns amigos para manter tudo de pé. Vi que era chance de profissionalizar esse mercado”, diz o fundador da Brazilian Corner.

Para tirar a ideia do papel, o empreendedor precisou ir de porta em porta em busca de proprietários que topassem sublocar seus imóveis para uma empresa recém-criada. O desafio era imenso, considerando o conservadorismo do mercado imobiliário como um todo, segundo Banlaky.

De lá para cá, o crescimento orgânico que veio de indicações fez com que a empresa chegasse ao total de 60 apartamentos. Na conta, estão imóveis para sublocação e também os que são geridos pela startup. Isso significa que a Brazilian Corner pode alugar um imóvel por um período de 30 meses, e assumir o aluguel, mobiliário e suprimentos do local enquanto aluga o mesmo imóvel para um terceiro, mas também pode apenas prestar assessoria para os proprietários que desejam alugar seus apartamentos para temporada sem muita interferência.

Na lista de serviços prestados estão limpeza, sistema de reservas, supervisão e gestão financeira. Ao final de cada mês, a empresa também emite um relatório para o proprietário com informações sobre o perfil dos hóspedes, duração das estadias e valor médio da diária cobrada para cada um dos apartamentos.

Apesar das semelhanças nos modelos de negócio, a Brazilian Corner não compete diretamente com o Airbnb, mas se aproveita da capilaridade da empresa de 100 bilhões de dólares para ganhar visibilidade e conquistar seu espaço. “Hoje, a plataforma serve de canal para nós. Conquistamos os clientes por lá e então oferecemos a assessoria, coisa que o Airbnb não faz”, diz. Além do Airbnb, as reservas podem ser realizadas pelo site da Brazilian Corner ou em sites de reserva como Booking e Expedia.

Na contramão da pandemia e do baque no setor de hotelaria, a Brazilian Corner cresceu de maneira agressiva em 2020. Dos cinco apartamentos sublocados em 2019, a empresa saltou para 20 apartamentos em 2020 e 60 apartamentos um ano depois. “Nossas taxas de ocupação chamaram até mesmo a atenção de representantes de grandes empresas do setor na América Latina. A desocupação, baixa no valor dos imóveis e outros fatores no início da pandemia nos ajudaram a ter mais fôlego”, diz Marcela Marin, sócia da Brazilian Corner.

O bom momento leva a empresa a projetar um crescimento ainda maior em 2021. A Brazilian Corner deve chegar a 120 apartamentos até o final do ano, o dobro do portfólio atual. Além disso, estão nos planos da startup também uma expansão para além do estado de São Paulo, lugar que concentra 100% da operação hoje.

A ideia é também criar um novo modelo de negócio baseado na compra de imóveis, algo que já tem sido estudado junto a construtoras. Todo o conjunto deve ajudar a empresa a ampliar o faturamento anual de 1,4 milhão de reais.

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