São Paulo - O presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, destacou hoje a necessidade de reduzir a burocracia em todas as instâncias de governo para facilitar a vida dos cidadãos e estimular a atividade empreendedora no Brasil.
O presidente participou do painel “Inovador, transparente e menos burocrático: um novo modelo de governo”, que fechou o Seminário Fiesp – OCDE – “Uma agenda positiva para o Brasil: aprendendo com práticas internacionais”.
Afif lembrou as iniciativas à frente da Secretaria das Micro e Pequenas Empresas para desburocratizar a atividade empresarial, facilitando, por exemplo, o processo de fechamento de empresas. E também a lei de Simplificação de Atividades Econômicas, que permite a redução do prazo de abertura de empresas, e que foi implantada inicialmente no Distrito Federal.
A legalização da atividade, mesmo em locais onde não houver regularização fundiária, foi uma das medidas citadas por Afif para estimular a formalização. “A regularização de empresas será maciça, por exemplo, dentro das favelas, onde há muito imóveis não regularizados, mas há uma intensa atividade econômica”, destacou. Outra medida citada por ele é a facilitação de concessão de alvarás para atividades consideradas de baixo risco.
Em relação ainda à burocracia para as empresas, Afif citou o caso de Portugal. “Em Portugal, há três procedimentos para abertura de empresas, que leva em média dois dias e meio. No Brasil, existem 12 procedimentos e uma demora de 120 dias para abrir um negócio", comparou Afif.
O presidente do Sebrae lembrou o Artigo 170 da Constituição Brasileira - que contou com sua participação na elaboração - que diz que ”é assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo os casos previstos em Lei”. “Portanto, a regulação é uma exceção e a liberdade é uma regra. Mas nós invertemos esse preceito, estabelecendo que a regulação é uma obrigação e a liberdade, uma concessão. Portanto, saibamos usar o direito constitucional”.
O painel teve como objetivo discutir como o Brasil pode transformar suas instituições públicas por meio de um conjunto de medidas, desde a redução da carga administrativa até a elaboração de políticas abertas e inovadoras, garantindo que as partes envolvidas, como organizações da sociedade civil e o setor privado, estejam efetivamente envolvidas na tomada de decisões. Os moderadores do painel foram os jornalistas Monica Waldvogel e Gustavo Krieger.
Além do presidente do Sebrae, participaram do painel o chefe da Divisão de Reforma do Setor Público da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Edwin Lau; o presidente da Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública de Portugal, Jaime Quesado; o ministro-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz; e o ex-ministro da Desburocratização, presidente do Instituto Hélio Beltrão e vice-presidente da Comissão de Juristas da Desburocratização do Senado, João Geraldo Piquet Carneiro.
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1. Empreendedores pelo mundo
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1/8 (Creative Commons/ Martinak15)
São Paulo – Quais as motivações e os desafios de uma empreendedora no Uganda? E os conselhos de um jovem empresário da Escócia? O Global Entrepreneurship Monitor, um estudo global sobre
empreendedorismo, reuniu os relatos de alguns donos de negócios ao redor do mundo. Nos depoimentos, seis jovens empreendedores falam sobre seus objetivos e dificuldades, além de dar conselhos para quem deseja empreender como eles. Navegue pelas fotos acima e veja como é ser um empreendedor e seis países pelo mundo.
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2. Canadá
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2/8 (mikeinlondon/ThinkStock)
O jovem David Lloyd é um empreendedor canadense, fundador da startup FREDsense. Com mestrado em bioquímica pela univerdade de Calgary, Lloyd desenvolveu sensores para detectar toxinas na água. A tecnologia é mais barata e rápida que de outros sensores disponíveis no mercado. Ele conta que não tinha planos de seguir pelo empreendedorismo. “Caí nesse universo por acidente”, afirma. A FREDsense nasceu de um projeto da universidade, com o qual Lloyd e seus colegas ganharam uma série de prêmios. Segundo o empreendedor, o ambiente aberto à inovação proporcionado pela universidade foi fundamental para a continuidade do negócio. No entanto, mesmo com esse ambiente propício, empreender não foi fácil, lembra Lloyd. “Não tínhamos ideia do que fazer primeiro. Não fizemos cursos sobre negócios e apenas mergulhamos de cabeça”, afirma. Para vencer os obstáculos (especialmente os financeiros), a startup recebeu apoio de diversas organizações. Para os jovens que pensam em abrir um negócio, Lloyd afirma: “Mergulhe de cabeça. Cerque-se de pessoas que já fizeram isso antes. Sugue o máximo de informação que puder. Exponha-se para a comunidade”.
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3. Escócia
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3/8 (Thinkstock)
O empreendedor escocês Craig Taylor tem uma empresa de tecnologia – a Cojengo – que ajuda produtores rurais na África com seu aplicativo, o VetAfrica. O programa ajuda a diagnosticar doenças em animais e a identificar o melhor remédio para o bicho, de forma rápida e prática. Taylor conta que se formou em ciência da computação e, em seu projeto de final de curso, elaborou um app que foi testado na Etiópia. A viagem ao país africano fez com que o empreendedor conhecesse de perto os problemas enfrentados na região. Depois de formado, Taylor foi trabalhar numa grande empresa, mas sentia falta de algo. “A experiência daquele projeto continuava comigo e eu sentia que tinha deixado algo inacabado. Senti que ou eu iria atrás daquilo ou me arrependeria no futuro”, conta. O empresário europeu conta que, apesar dos desafios e complexidades e ter seu próprio negócio, seu país tem bons incentivos a jovens empreendedores, o que ajudou a fazer a empresa amadurecer. Para os jovens que querer empreendedor, Taylor afirma: “Abrace o caminho do empreendedorismo. Você não estará sozinho, existem diversas pessoas e organizações para te ajudar a ter sucesso. Então, tenha coragem, avalie os riscos e, se você acredita na sua ideia, vá fundo”.
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4. Eslovênia
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4/8 (Mirci/Flickr/CreativeCommons)
Damjan Matičič é um jovem empreendedor da Eslovênia (leste europeu), que abriu uma empresa de tecnologia com três amigos. A Koofr tem como produto uma interface de armazenamento na nuvem que permite aos usuários acessar e compartilhar arquivos pela internet. Em 2013, ano de sua fundação, a empresa recebeu o prêmio de Startup Eslovena do Ano.
O sangue empreendedor já estava na família de Matičič. O pai dele tem um pequeno negócio e, quando criança, o jovem empresário passava horas em seu escritório ajudando com pequenas tarefas. Após se formar em engenharia, Matičič chegou a ter um emprego estável e com bom salário, porém, sentia que deveria fazer algo diferente.
Para Matičič, uma das dificuldades em ser um jovem empreendedor está na negociação com pessoas mais experientes. “Jovens empreendedores às vezes têm medo de não serem levados a sério em reuniões. Mas não acho que isso aconteça se você tiver um bom produto, uma boa apresentação e confiança”, afirma.
Aos jovens aspirantes a empreendedores, Matičič aconselha: “Cerque-se de empreendedores de sucesso, que estejam sempre dispostos a te dar conselhos. Acredite na sua ideia e não desista após um fracasso, porque é com os fracassos que nós crescemos”.
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5. Indonésia
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A empreendedora Ii Ratna Yanti Kosasih, da Indonésia (Ásia), montou com seu marido a PT Bumibraja Nusantara, uma empresa que fornece mini aquecedores de água para pequenas e médias empresas. Os aquecedores são super eficientes (permitindo que o cliente economize quase 80% com combustível) e têm baixo custo, o que os tornam atrativos para pequenas empresas. Para Ratna, qualquer pessoa pode ser um empreendedor, desde que seja focado e esteja preparado para desafios. Ela conta que sua própria trajetória foi repleta de desafios, a começar pela necessidade de levantar dinheiro no início do negócio. A primeira tentativa da empresa para conseguir investimento foi através de um crowdfunding com ex-colegas de faculdade. Antes de abrir seu negócio, Ratna tinha uma carreira de sucesso em uma companhia internacional, e precisou largar o emprego para empreender. “Uma vez que decidi sair do meu emprego de prestígio, eu sabia que não existia caminho de volta. Meu marido disse: Agora nós não temos um paraquedas de reserva. Eu aceitei aquilo, o que significa que usei toda a minha criatividade, minhas habilidades e minha experiência profissional anterior para fazer nosso negócio crescer”, conta a empreendedora. Aos jovens que desejam um dia empreender, Ratna diz: “Não tenha medo de abrir um negócio. Ser inovador não é difícil”.
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6. México
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Formada em criação e desenvolvimento empresarial, a mexicana Laura Fabiola Henandez ajudou a fundar duas empresas, a Enaay Tecnologías SA de CV e a Sunu Inc, ambas na área de tecnologia. Ela conta que o empreendedorismo não estava em seu horizonte, até que ela percebeu que queria uma carreira que permitisse aprender e ao mesmo tempo realizar atividades diferentes. “A ideia da liberdade de ação foi uma das coisas que me conquistou, porque eu não precisava seguir um caminho predeterminado, nem trabalhar para ninguém. Eu só precisava aprender, colocar em ação e seguir minha paixão”, lembra. A empreendedora contou com o apoio dos pais, mesmo que outros parentes a criticassem. Como jovem empresária, ela afirma que sua principal dificuldade foi a inexperiência. “Não importa o que te ensinaram na escola, na prática é bem diferente”. Para superar esse obstáculo, Laura contou com a ajuda de mentores e o apoio de organizações mexicanas voltadas para o empreendedorismo. Para quem quer abrir seu próprio negócio, Laura recomenda: “Siga sua paixão e transforme-a em sua startup, porque é um longo caminho, e você vai precisar de perseverança e vontade. Se a sua ideia não é forte o bastante para continuar em frente, procure outra coisa”.
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7. Uganda
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A jovem Allen Nabukenn é uma empreendedora social que usa seu talento artístico para ajudar a solucionar o grave problema do lixo na cidade de Kampala (capital do Uganda, na África), ao mesmo tempo em que incentiva crianças pobres a almejar um futuro melhor. Formada em Arte e Desenho Industrial, Allen começou a usar materiais tirados do lixo para fazer objetos como sapatos, bolsas e bijuterias. Hoje, os itens são vendidos em galerias de arte e já estiveram em diversas exposições. Para coletar o material, Allen faz um trabalho com crianças de rua da cidade. Com o dinheiro vindo dos objetos, ela ajuda essas crianças e mantém uma atuação com outros empreendedores sociais. “ Vejo que é meu dever motivá-los a aspirar um futuro melhor”, afirma. Além das dificuldades inerentes a um empreendimento social, Allen enfrenta ainda o julgamento de pessoas que não respeitam seu trabalho. Mas se existem os que criticam sua atuação, também existem os que a reconhecem. Allen já participou de treinamentos do British Council e da USAID (United States Aid). Para quem quer ser um jovem empreendedor, ela diz: “Mantenha o foco no seu sonho, seja paciente quando as coisas não acontecerem do jeito que você quer e seja determinado”.
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8. Veja agora o que motivou 30 brasileiros a empreender na crise
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