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Rappi se torna o mais novo unicórnio da América Latina

Aplicativo que entrega “de tudo” recebeu novo investimento de US$ 200 milhões e foi avaliado em um bilhão de dólares

Bruno Nardon, da Rappi: executivo é um dos que lidera a operação do unicórnio no Brasil (Germano Lüders/Exame)

Bruno Nardon, da Rappi: executivo é um dos que lidera a operação do unicórnio no Brasil (Germano Lüders/Exame)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 4 de setembro de 2018 às 06h00.

Última atualização em 5 de setembro de 2018 às 21h40.

São Paulo - A startup colombiana de delivery Rappi acaba de se tornar o mais novo unicórnio da América Latina. Com um novo investimento de 200 milhões de dólares (na cotação atual, cerca de 826 milhões de reais), a Rappi foi avaliada em mais de um bilhão de dólares, segundo o veículo TechCrunch. A startup informou que não se pronunciará ainda sobre o assunto.

O aporte foi liderado pelo fundo DST Global, o mesmo que fez diversos investimentos no também unicórnio Nubank. Outros investidores são os fundos Andreessen Horowitz e Sequoia, que já haviam aportado na Rappi. Ao todo, a Rappi já recebeu 392 milhões de dólares em investimento (1,62 bilhão de reais).

O negócio chegou ao Brasil em agosto do ano passado. Alguns de seus clientes são o centro gastronômico Eataly e o supermercado Pão de Açúcar. A startup espera expandir sua cobertura de cinco para 15 cidades brasileiras neste ano, segundo entrevista anterior a EXAME.

Modelo de negócio

A proposta da Rappi é entregar de produtos de supermercado a remédios, passando por petshops e restaurantes. É possível até sacar dinheiro, num conceito chamado de hiperconveniência. Pelo aplicativo, os clientes podem escolher uma série de estabelecimentos credenciados e comprar qualquer produto pelo preço de prateleira, mais o valor do frete. Em um raio de três quilômetros, a entrega custa seis reais e noventa centavos e vai integralmente para o entregador.

As empresas conveniadas pagam uma porcentagem das vendas para a Rappi, em um modelo parecido com o do aplicativo de delivery de comida iFood. A taxa depende do tipo de produto.

Caso o produto não faça parte da lista de cadastrados, é possível indicar onde o entregador poderá encontrá-lo e qual a mercadoria desejada em um campo específico para isso. Nesse caso, o cliente paga uma taxa de 14% sobre o valor do pedido – limitada a 25 reais –, mais o frete de seis e noventa.

É possível fazer uma assinatura mensal, chamada de Rappi Prime, que custa 38 reais e dá direito a fretes grátis ilimitado e diminui a taxa sobre o valor de produtos não cadastrados para 9%.

Histórico

Os sócios-fundadores colombianos Felipe Villamarin, Sebastian Mejía e Simón Borrero tiveram a ideia para a Rappi enquanto tocavam outra empresa, no ramo de soluções de e-commerce para supermercados.

Para os empreendedores, o grande gargalo na hora de comprar comidas pela internet não era apenas a experiência nas plataformas, mas a entrega dos produtos com qualidade e rapidez. Assim, os sócios resolveram testar uma estrutura de logística própria, com quatro entregadores da empresa.

Tal experimento virou a startup Rappi, com a promessa de entregar os produtos ao cliente final em até uma hora. Em seis meses de operação, 200 mil pessoas se cadastraram apenas na cidade colombiana de Bogotá.

Tendência

A transformação da Rappi em unicórnio é o indicador mais recente de uma tendência de investimentos maiores em startups da América Latina.

Segundo a LAVCA (Latin American Private Equity & Venture Capital Association), os contratos de aporte na região ultrapassaram 1 bilhão de dólares pela primeira vez em 2017, o dobro do visto em 2016. Foram 249 acordos, contra 197 em 2016. O último ano também foi marcado pela entrada de grandes fundos na América Latina, como o SoftBank.

O valor obtido agora pela Rappi, de 200 milhões de dólares, se equipara ao recorde de 2017 - outros 200 milhões de dólares investidos na brasileira 99, que anunciaria ter virado um unicórnio no começo de 2018. Diante dessas tendências, as startups da América Latina não querem nem saber de crise.

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