Ana Fontes, presidente da Rede Mulher Empreendedora: ação busca ajudar mulheres em três frentes: empreendedorismo, empregabilidade e tecnologia (Rede Mulher Empreendedora/Facebook/Reprodução)
Carolina Ingizza
Publicado em 3 de julho de 2020 às 06h00.
A pandemia de coronavírus provocou uma crise para os pequenos negócios, especialmente os liderados por mulheres. Para tentar reverter esse cenário, a Rede Mulher Empreendedora (RME), em parceria com o Google.org, lançou o projeto Potência Feminina. Com capacitação e investimento financeiro, a ação busca ajudar mulheres em três frentes: empreendedorismo, empregabilidade e tecnologia.
Ao todo, serão investidos 7,5 milhões de reais no programa, que impactará diretamente 50.000 mulheres ao longo dos próximos dois anos. O edital fica aberto até o dia 19 de julho para inscrições de empreendedoras e de organizações sociais de comunidades que queiram participar.
Ana Fontes, presidente da RME, afirma que o impacto da crise para as mulheres é mais forte. “Além de perder faturamento, elas estão dentro de casa, com os filhos sem escola e creche. A dificuldade é maior que para um homem com um pequeno negócio. Ele consegue dedicar mais tempo à empresa que ela”, diz Fontes.
Pesquisa feita pelo Instituto RME e Instituto Locomotiva mostra que 60% das empreendedoras esperam ter no máximo um salário mínimo como rendimento durante a pandemia. Em maio, 86% dos negócios liderados por mulheres não estavam funcionando, ou funcionavam com menor movimento.
"Acreditamos que, por meio da tecnologia, podemos ajudar quem está sendo mais penalizado a superar os desafios de hoje e, ao mesmo tempo, dar condições para a retomada das atividades em um futuro próximo", diz Valdir Leme, diretor de marketing do Google.
No site do Potência Feminina, o conteúdo ficará disponível para qualquer pessoa que quiser acessar. Há materiais sobre tecnologia e empregabilidade, pensados para orientar aquelas que buscam recolocação profissional, e sobre empreendedorismo, para ajudar quem já empreende ou quer empreender.
A partir dos inscritos na versão gratuita, o programa irá selecionar 10 comunidades para assessorar. Ao todo, 6.300 empreendedoras brasileiras serão acompanhados ao longo dos próximos dois anos. Elas receberão orientações sobre como, sozinhas, podem organizar e alavancar seus negócios.
Desse total, 1.000 serão selecionadas para um processo de mentoria individual, em que seus negócios serão acompanhados de perto por tutores locais das comunidades. No final do processo, 180 empreendedoras receberão um capital semente de 10.000 reais para ser investido na empresa.
“Ações como essa geram um impacto positivo não só para a pessoa, mas também para a comunidade no entorno. É um círculo virtuoso”, diz Ana Fontes.