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Por que o Brasil perde de Ruanda em empreendedorismo

Entre 130 países analisados na pesquisa, o Brasil está na 100ª colocação, atrás de Ruanda, Irã, República Dominicana, entre outros

Empreendedor preocupado (Thinstock)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de maio de 2015 às 09h24.

São Paulo - Na Copa do Mundo, uma editora de livros tomou um susto quando teve de dar 70% de desconto em seus produtos, depois de anunciar 10% para cada gol da Alemanha. Todos ficamos surpresos. Mas e se, ao invés de perder para os alemães, tivéssemos perdido para Ruanda?

É essa a realidade do Ranking Global do Empreendedorismo, lançado no final de 2014. Entre 130 países analisados, estamos na 100ª colocação, atrás de Ruanda, Irã, República Dominicana, entre outros. Os líderes do ranking geral são Estados Unidos, Canadá, Austrália, Reino Unido e Suécia.

Mas por que isso acontece se o Brasil é “ um dos países mais empreendedores do mundo ”?

De fato, há muita gente querendo abrir o próprio negócio no país, e isso é ótimo! Se por um lado o Brasil tem uma das culturas mais empreendedoras do mundo ( 3 em cada 4 brasileiros prefeririam empreender ), por outro sabemos que muitos desistem no caminho.

E entre aqueles que vão em frente e abrem uma empresa, poucos têm sonhos grandes: só 11% dos novos empreendedores planejam contratar mais de 5 funcionários nos próximos 5 anos (no Chile são 43%).

Se juntarmos todos os indicadores que explicam o potencial de crescimento das empresas (e o estudo faz isso), o Brasil está ainda pior, na 129ª colocação — de 130 países. Parece pouco para a 8ª maior economia do mundo.

Não é “só” sonho grande que falta por aqui: entre os fatores que nos põe ladeira abaixo está a baixa inovação entre as empresas brasileiras. Preocupa especialmente o fato de, segundo o estudo, apenas 22% dos novos empreendedores brasileiros considerarem seu produto inovador, número entre as piores taxas do mundo, próximo a Irã e Jamaica, e muito atrás do Chile (89%), primeiro colocado, e China (61%), décima.

A falta de investimento em Pesquisa e Desenvolvimento também atrapalha, que é pouco mais de 1% do PIB brasileiro e alcança mais de 4% na Coreia do Sul, quase 2% na China e 2,7% nos Estados Unidos.

Nesse sentido, o próprio estudo recomenda que o Brasil, caso queira avançar no desenvolvimento do empreendedorismo local, invista mais de 80% dos esforços no fomento à inovação, focando no desenvolvimento de novos produtos e serviços, transferência de tecnologia e internacionalização de empresas.

Mas, além desses, o relatório revela uma preocupação com as instituições nacionais, algo evidente nos jornais que relatam diariamente casos de corrupção espalhados pela política do país: “o Brasil apresenta um sistema de governança e instituições públicas e econômicas consideravelmente fracas, se comparado às do Chile, por exemplo”.

O Brasil faz muito bem em comemorar o fato de ser considerado “um dos países mais empreendedores do mundo”, e é justamente por isso que podemos (e devemos) incentivar nossos empreendedores a terem sonhos grandes, muito maiore. Ao mesmo tempo, precisamos de um ambiente de negócios melhor, com mais investimentos e atenção à inovação, e que, através dela, incentive o crescimento das empresas.

São Paulo - Poder administrar o negócio de qualquer lugar do mundo é o sonho de vários empreendedores . Esse desejo pode vir da vontade de sair conhecendo vários continentes enquanto trabalha ou da comodidade em cuidar do empreendimento de qualquer lugar: em casa, no aeroporto ou em uma cafeteria. Mas essa não é uma tarefa simples: empreender remotamente é um campo que requer muito conhecimento antes de sair levando o seu computador por aí ( já viu os erros que os empreendedores digitais mais cometem? ). Por isso, separamos 10 livros para o empreendedor se preparar antes de resolver cuidar de seu negócio de qualquer lugar do mundo, com a ajuda de David Kallás, professor dos cursos customizados de Educação Executiva do Insper, Marcelo Minutti, professor de empreendedorismo e inovação do Ibmec/DF, e Gustavo Ziller, empreendedor Endeavor e fundador da desenvolvedora de aplicativos Aorta.
  • 2. Livro para quem quer saber quais estratégias funcionam

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  • Veja também

    O primeiro passo para empreender é ter uma ideia. Mas isso é apenas o começo. É preciso ter um planejamento para o negócio dar certo, principalmente em um empreendimento administrado digitalmente.

    "Estratégia boa, Estratégia ruim" usa exemplos reais de empresas, entidades e organizações para revelar quais são suas inovações. Esses planejamentos não são só originais, mas também práticos, para todo empreendedor aprender o que funciona ou não e aplicar no seu empreendimento. Segundo o professor David Kallás, a obra é escrita pelo "estrategista dos estrategistas", Richard Rumelt, e fornece "dicas preciosas de como avaliar se uma estratégia é boa, bem como ideias de fontes de poder e diferenciação".
  • 3. Livro para quem quer um trabalho menos burocrático

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  • "Reinvente Sua Empresa", livro de Jason Fried e David Hansson chamado originalmente de "Rework", é um bestseller do New York Times. A obra vai contra as ideias de que o empreendedor precisa ser um viciado em trabalho e se encher de reuniões e análises para ser bem sucedido.  A obra tem uma pegada meio motivacional, para todo mundo que quer montar seu próprio negócio, diz Marcelo Minutti. "Reinvente Sua Empresa" traz vários exemplos práticos de como criar e otimizar um ritmo de trabalho, como pensar fora da caixa e como ter um ambiente de trabalho menos burocrático, assuntos necessários para quem pensa em empreender remotamente.
  • 4. Livro para quem quer conhecer o trabalho remoto de cabo a rabo

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    "Remote: Office Not Required" é outro livro escrito por Fried e Hansson, só que disponível apenas em inglês. Como o próprio nome diz, a obra esclarece dúvidas sobre o trabalho remoto e estimula os que querem tocar seu negócio, mas sem se prender ao ambiente tradicional do escritório com horário fixo. "Durante o livro todo, os autores contam histórias e dão dicas de empreendedores e profissionais que levaram ao extremo a cartilha do trabalho remoto e tiveram sucesso saindo do trabalho mais convencional. Esse livro é como um manifesto", conta Marcelo Minutti.
  • 5. Livro para quem quer ter um modelo de negócios inovador

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    Fazer um modelo de negócio é um passo considerado fundamental para empreender ( quer aprender como fazer um? ). Mas não basta ter um projeto em mãos: é preciso que ele seja inovador. O livro "Business Model Generation: Inovação em Modelos de Negócio", de Yves Pigneur, pretende oferecer ferramentas testadas para compreender, projetar, retrabalhar e implementar modelos de negócio provocadores, com dicas práticas e visuais para o empreendedor.
  • 6. Livro para quem quer saber lidar com os imprevistos

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    O acaso faz parte da vida de um empreendedor - especialmente se ele não trabalha em um local físico. "O Andar do Bêbado", de Leonard Mlodinow, é um livro para os empreendedores nômades digitais aprenderem a lidar com os imprevistos e a se virar nesse ambiente de incertezas. Como exemplo do acaso no trabalho remoto, Marcelo Minutti cita possíveis distrações que não existem em escritório, como uma campainha tocando ou o filho chamando. "O trabalho em casa gera mais riscos de distração do que o ambiente convencional, um conjunto de coisas não previstas e que você deve estar preparado para lidar com elas", diz o professor.
  • 7. Livro para quem quer acabar com o horário comercial

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    "Trabalhe 4 Horas Por Semana", livro de Timothy Ferriss de nome original "The 4-Hour Workweek", é um clássico para estimular os empreendedores a gerenciar seu tempo quando trabalham remotamente. Ferriss é, ele próprio, um empreendedor remoto e um autor bestseller do New York Times. A obra promete que o leitor poderá não apenas conseguir aproveitar seu tempo, mas também multiplicar seu salário e viver onde quiser. "Trabalhe 4 Horas Por Semana" fala sobre como priorizar coisas que são realmente importantes no dia a dia e como fazer que seu trabalho ande sem depender de você, construindo um estilo de vida que valoriza o tempo livre.
  • 8. Livro para quem quer uma rotina bem arquitetada

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    "Design Your Self: Repensando o Modo Como Você Vive, Ama, Trabalha e Se Diverte" é um livro escrito pelo famoso designer Karim Rashid, que planejou, por exemplo, as lojas da Lacoste e as Trump Towers. O objetivo da obra, assim como o livro anterior, é repensar como organizar a rotina para fazer com que tudo caiba de forma harmoniosa, gerando bons resultados com esse planejamento. O livro "privilegia a qualidade em detrimento da quantidade do trabalho e estrutura como você trabalha no dia a dia e distribui essas atividades em ambientes remotos, como de casa, em aeroporto ou hotéis", explica o professor Marcelo Minutti.
  • 9. Livro para quem quer aprender a pensar melhor

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    "Pense Melhor", de Tim Hurson, dá dicas de ferramentas para criar soluções originais para problemas tanto no ambiente profissional quanto no pessoal. Segundo Marcelo Minutti, a principal lição do livro é separar o pensamento criativo do pensamento analítico.  É um livro relevante para o trabalho remoto, diz o professor, já que oferece um guia para fazer um modelo mental orientado à produtividade e eficácia.
  • 10. Livro para quem quer ter uma lição sobre persistência

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    "Endurance: Shackleton's Incredible Voyage" conta a história do navio Endurance, de 1912, que embarcou para a Antártica. Após um ano de viagem, e ainda distante do destino final, a embarcação ficou presa no gelo. Ernest Shackleton e sua equipe tiveram de sobreviver durante cinco meses até conseguirem navegar novamente com um barco salva-vidas. O livro, escrito por Alfred Lansing, é descrito como uma obra intensa, inspiradora e que define o heroísmo. Inclusive para os empreendedores que pretendem partir em uma viagem.
  • 11. Livro para quem quer se descobrir enquanto viaja

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    "On The Road" é uma famosa narrativa de descobrimento do mundo e de si mesmo por meio de uma viagem. A obra causou uma revolução cultural no século XX, inspirando movimentos como o punk e os hippies. O livro de Jack Kerouac conta o viagem de dois jovens por meio da Rota 66 ao longo dos Estados Unidos, misturando lirismo, transgressão e loucura. Segundo o empreendedor Gustavo Ziller, o livro é um clássico, que deu origem a cultura beatnik (movimento de contracultura nômade). "O livro é acelerado, gostoso e intenso", avalia.
  • 12. Agora, conheça franquias para trabalhar sem sair de casa

    12 /12(Getty Images)

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