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Por que empreendedores ainda subestimam o plano de negócios?

Alguns acreditam não precisar de um plano de negócios ou até mesmo que ele pode ser prejudicial


	Plano de negócios: as desculpas para não fazê-lo existem aos montes
 (Wavebreakmedia Ltd/Thinkstock)

Plano de negócios: as desculpas para não fazê-lo existem aos montes (Wavebreakmedia Ltd/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 8 de julho de 2015 às 15h32.

Por que tantos empreendedores ainda subestimam o plano de negócios?
Respondido por Eduardo Vilas Boas, especialista em plano de negócios

Elaborar um plano de negócios se tornou muito mais corriqueiro para os empreendedores a partir da década de 90. A ferramenta ficou conhecida e foi difundida, além de sua importância reconhecida por investidores e empreendedores. A existência de grande quantidade de livros sobre o tema e o destaque recebido pela mídia fizeram com que mais pessoas o conhecessem e utilizassem.

No entanto, hoje em dia, seu uso ainda é subestimado por diversos empreendedores, que acreditam não precisar de um plano de negócios ou até mesmo que ele pode ser prejudicial.

Até meados dos anos 2000, a importância do plano de negócios era incontestável. É claro que muitos empreendedores não o faziam, mas poucos discutiam que ele era uma ferramenta importante.

Esse conceito é fruto da consciência dos empreendedores, seguindo o que era sugerido por especialistas, que consideravam o plano imprescindível para determinadas tarefas (conseguir investimentos públicos ou privados, ser aceito por incubadoras de empresas, entre outras) ou mesmo pela tendência a imitar outras empresas bem sucedidas (casos de sucesso relatados pela mídia de empresas que fizeram planos de negócios).

Mais recentemente, surgiu uma onda de especialistas que diminuíram a importância do plano de negócios baseados em teorias como a do effectuation (de que o empreendedor deve priorizar a realização de ações ao invés de ter um planejamento prévio e maior cautela) e do lean startup (que sugere que o empreendedor deve desenvolver o negócio junto com seu cliente baseado em pequenos passos e tentativa e erro e não em um planejamento prévio de longo prazo).

Embora nenhuma dessas teorias efetivamente sugira a não elaboração de um plano de negócios, elas são mal interpretadas muitas vezes e acabam se tornando uma ótima desculpa para quem já não via a importância do plano.

De uma certa forma, o plano de negócios já teve a sua importância comprovada. As desculpas para não fazê-lo existem aos montes e tornam-se mais ou menos presente dependendo da época e das teorias vigentes.

Todo empreendedor, hoje em dia, sabe da importância e consegue buscar informações ou auxílios para elaborar um plano. Não fazê-lo é uma opção. Grande parte das vezes, a mais arriscada.

Eduardo Vilas Boas é empreendedor, doutor em administração de empresas pela FEA/USP, sócio da Empreende e criador do site Empreende.vc.

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