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Por que as pequenas empresas serão fontes de emprego em 2017

Pesquisa do Insper divulgada exclusivamente para EXAME.com mostra a expectativa de contratações e demissões das PMEs.

Jovens conversando: 30 empresas são destaque em satisfação (foto/Thinkstock)

Mariana Fonseca

Publicado em 14 de dezembro de 2016 às 11h00.

Última atualização em 14 de dezembro de 2016 às 11h00.

São Paulo – Para as pequenas e médias empresas , o começo do ano que vem será pior do que a época atual. Mesmo assim, há grandes chances de seu próximo local de trabalho ser um desses empreendimentos.

É o que revela o Índice de Confiança do Pequeno e Médio Empresário (IC-PMN) para o primeiro trimestre de 2017. Elaborado pelo Insper em parceria com o banco Santander, o indicador mede a confiança dos pequenos e médios empresários na economia brasileira .

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O IC-PMN registrou 63,14 pontos, em um máximo de 100. É um recuo de 3,1% na confiança em comparação com a expectativa para o quarto trimestre de 2016, que ficou em 65,17 pontos.

EXAME.com recebeu com exclusividade um recorte do índice na questão de empregabilidade. A expectativa quanto às contratações se manteve praticamente estável, em queda de 0,2%, o que indica que, mesmo menos confiantes na situação geral da economia, os empreendedores continuam com a mesma expectativa quando se fala em gerar empregos .

Mais de 90% das pequenas e médias empresas pretendem ou manter as vagas atuais ou realizar contratações – 9,83% delas pensam em demitir. Apenas contando as que irão contratar, a porcentagem é de 38,83%.

-(Site Exame)

É uma contribuição significativa ao mercado de trabalho, sabendo-se que as PMEs geram 27% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, segundo a última medição do Sebrae.

“Vemos um sinal de que o mercado de trabalho começou a se ajustar e estabilizar, pelo menos no mundo das pequenas e médias empresas. Isso é uma ótima notícia, pensando nas últimas notícias de taxa de desemprego recorde, e causará um impacto relevante no mercado de trabalho em nível nacional”, diz Gino Olivares, professor e pesquisador do Insper.

Contexto macroeconômico e volatilidade

O resultado negativo do IC-PMN geral veio depois de dois trimestres seguidos de variação positiva. Segundo Olivares, isso se deve a uma revisão realista das expectativas.

“Não só os pequenos e médios empresários: toda a sociedade esperava uma recuperação econômica mais rápida com a mudança de governo. Mas o fato é que, depois de uma recessão tão intensa e prolongada como esta, talvez a recuperação precise de mais esforço. As decisões na economia demoram para acontecer em efeitos práticos”, explica o pesquisador.

Para ele, é provável que a incerteza continue até o fim do primeiro semestre de 2017, o que gerará leituras oscilantes no IC-PMN nos próximos trimestres. “Mesmo assim, a minha expectativa é um próximo índice ou estável ou com uma pequena recuperação. Olhando exclusivamente para o cenário econômico atual, não vejo razões para surpresas mais negativas ainda.”

A estabilização e a recuperação econômica virão mais na segunda metade do ano, na análise de Olivares. “Se as pessoas estão revisando suas expectativas de crescimento para 2017, é porque percebem esse panorama. Já ficou claro que a recuperação não será exuberante. Poranto, quem vai iniciar um projeto ainda vai esperar antes de apostar suas fichas.”

Marcelo Aleixo, superintendente executivo de PME do banco Santander, complementa o raciocínio. “Olhando o lado empresarial, a expectativa quanto ao último trimestre do ano sempre é grande: é um período em que as vendas se aquecem. Diante dessa alta, um declínio da expectativa para 2017 era esperado.”

Setores e regiões

A expectativa negativa para o primeiro trimestre de 2017 está presente para todos os setores da economia, em comparação com o trimestre atual.

Os empresários sinalizam queda de 3,6% na confiança em serviços (62,92 pontos), a área que mais teve redução nas expectativas. A confiança com o comércio declinou 3,4% (63,08 pontos), enquanto a da indústria caiu 1,3% (63,73 pontos).

Os empresários do norte do país são os mais desconfiados quanto à melhora da economia brasileira. A região Norte registrou a maior queda do IC-PMN para o período, com 65,39 pontos de confiança em relação a 2017. É uma caída de 6,4%, comparando-se com o trimestre atual. A piora na expectativa também foi identificada nas regiões Sul (62,19 pontos, com variação negativa de 5,5%) e Sudeste (62,74 pontos, com variação negativa de 3,6%).

Na contramão da baixa expectativa para o primeiro trimestre de 2017, os empresários do Centro-Oeste sinalizaram a maior confiança no IC-PMN, ao atingirem a soma de 65,29 pontos, uma variação positiva de 4,2%. No Nordeste, o indicador marcou alta de 0,6%, com 64,03 pontos.

O IC-PMN foi elaborado a partir de entrevistas por telefone com 1 262 pequenos e médios empresários de todo o país sobre suas expectativas quanto ao primeiro trimestre de 2017. A margem de erro do IC-PMN é de 1,4% para mais ou para menos.

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