Pequenas empresas poderão vender seus produtos para clientes da Vivo
Devido à covid-19, operadora permitiu que pequenos negócios participem de seu programa de relacionamento, que tem mais de 28 milhões de clientes cadastrados
Carolina Ingizza
Publicado em 25 de maio de 2020 às 14h00.
Última atualização em 25 de maio de 2020 às 14h03.
Em uma ação para ajudar pequenas e médias empresas durante a crise causada pela pandemia do novo coronavírus, a operadora Vivo decidiu abrir seu programa de relacionamento com clientes, o Vivo Valoriza, para companhias de menor porte. Os empreendedores selecionados poderão oferecer seus produtos e serviços a mais de 28 milhões de pessoas cadastradas no programa.
Há dois anos, a Vivo mudou seu programa de pontos para o modelo atual, em que seus clientes podem acessar benefícios, como descontos e brindes, de marcas parceiras. Até agora, somente empresas maiores, como Cinemark, Outback e Marisa, participavam. Na plataforma, as marcas podem criar campanhas segmentadas por público sem nenhum custo.
Com a pandemia, a Vivo começou a incluir nos benefícios experiências online que seus clientes pudessem consumir em casa. Durante a Páscoa, surgiu a ideia de usar a plataforma da empresa para aproximar pequenos negócios de potenciais clientes. Como antes da crise o cadastro de empresas era feito de forma manual, a equipe da operadora precisou desenvolver um site em que potenciais candidatos pudessem se cadastrar para entrar no programa.
Agora, com o site pronto, a empresa lança a iniciativa. Os empreendedores que quiserem participar vão precisar acessar o portal, se cadastrar, explicar o que sua empresa faz e que tipo de benefício poderia oferecer aos clientes da Vivo. O único critério de seleção da operadora é que as empresas tenham como atender os clientes durante a pandemia, seja em um e-commerce, com pedidos via telefone, ou com um modelo de retirada dos produtos em loja.
A Vivo não intermedeia a venda e também não cobra nada das empresas cadastradas. O foco da parceria é mais na comunicação. Com dados dos clientes, a operadora consegue segmentar os anúncios de benefícios por cidades e até mesmo bairros, enviando avisos por SMS ou e-mail.
A meta da companhia é agregar mais de 100 parceiros novos para o programa nos próximos três meses. “Queremos ajudar esses negócios menores a passar pela crise”, afirma Marcio Fabbris, vice-presidente de marketing e vendas da operadora.
Para a Vivo, ampliar o escopo de empresas no Vivo Valoriza ajuda a oferecer mais opções de benefícios para clientes que estão fora do eixo Rio-São Paulo, onde estão concentradas as ofertas atualmente. “É uma forma de crescer e de levar o programa para todo o Brasil”, diz Fabbris. Se o projeto for bem sucedido, o plano é continuar com a plataforma para pequenas e médias empresas mesmo depois da pandemia.
Outras ações na pandemia
O programa de benefícios não é a única forma que a companhia encontrou para ajudar as pequenas e médias empresas na crise do coronavírus. Desde que a pandemia começou, a operadora decidiu adiantar o pagamento aos seus fornecedores, que costumam receber normalmente entre 70 e 90 dias. Dessa forma, a empresa adiantou 1 bilhão de reais aos seus pequenos e médios fornecedores de vários segmentos, ajudando no fluxo de caixa dessas empresas.
Aos clientes corporativos, a Vivo deu isenção nas franquias de internet para ferramentas de videoconferência, para ajudar as empresas a montar uma estrutura de home office. A companhia também iniciou um negócio de aluguel de tablets e computadores para outras empresas.
Para os clientes finais, além da liberação gratuita de 100 canais de televisão, a operadora ofereceu degustação grátis por 60 dias de aplicativos de entretenimento e meditação. Mas, o esforço maior da companhia, foi para tentar garantir a qualidade da rede. Segundo Fabbris, a empresa manteve os técnicos trabalhando, com equipamento de proteção adequado, para uma manutenção rápida de eventuais problemas.
A empresa, no período, também sofreu um impacto no faturamento com o fechamento das mais de 1.600 lojas físicas no país em meados de março. O valor de recarga no modelo pré-pago dos celulares também caiu drasticamente. Para tentar recuperar as vendas, a empresa investiu no e-commerce, criou um modelo de drive thru no estacionamento dos shoppings e colocou os vendedores para trabalhar via WhatsApp.
Agora, a Vivo vê uma melhora no cenário com a reabertura de algumas unidades em locais em que há menos transmissão da doença. Aos poucos, os valores de recarga nos telefones também começam a subir.