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Pequena empresa usa biotecnologia para se destacar no mercado

Hortaviva Sementes desenvolve projeto para levar mais qualidade a produtores de banana

"“A biotecnologia é o grande futuro da agricultura. É preciso trabalhar no segmento para aumentar a produtividade no campo", disse o empresário (abcdz2000 / Stock Xchng)

"“A biotecnologia é o grande futuro da agricultura. É preciso trabalhar no segmento para aumentar a produtividade no campo", disse o empresário (abcdz2000 / Stock Xchng)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de maio de 2012 às 12h39.

Curitiba - A visão empreendedora e a experiência do empresário Constantino de Marchi Júnior resultaram em um projeto inovador, que aproxima a biotecnologia de pequenas propriedades rurais. Há quase duas décadas ele administra uma pequena empresa der Maringá, no noroeste do Paraná. Batizado de Hortaviva Sementes, o negócio começou com a comercialização de sementes de hortaliças e fertilizantes e atualmente vende inovação.

O empresário decidiu investir em uma alternativa para agregar valor aos produtos comercializados na empresa e ainda levar aos produtores de bananas uma possibilidade de melhorar a qualidade e a produtividade no campo. Para tornar a ideia viável, inscreveu o projeto na Chamada Pública do Programa de Apoio à Pesquisa em Empresas (PAPPE Subvenção Paraná). Ao ser selecionado, fechou uma parceria com a Universidade Estadual de Maringá (UEM) com o objetivo de pesquisar a carga genética da muda da banana para realizar intervenções em laboratório e assim obter mais efetividade e qualidade no plantio da fruta.

“A biotecnologia é o grande futuro da agricultura. É preciso trabalhar no segmento para aumentar a produtividade no campo. E nós fomos atrás da universidade, que é um grande centro de pesquisa e detém essa tecnologia”, observa o empresário.
Na prática, Constantino de Marchi Júnior firmou um convênio com a UEM para, a partir de uma empresa incubada, pesquisar mudas de bananas com o uso da biotecnologia para chegar a resultados mais eficientes.

“A cultura da banana é facilmente atacada por vírus ou pragas. O que nós fazemos é buscar no campo mudas que passam por uma bateria de exames. Nesses testes, é possível detectar várias doenças. O material livre de doenças é clonado.”, explica o empresário. De acordo Marchi, com esse processo seletivo, é possível produzir mudas de bananas em escala geométrica, a partir de uma única matriz, com a garantia de alto padrão de qualidade.

Inovação

Para o emrpesário, o PAPPE Subvenção Paraná foi um instrumento de ligação entre a ideia de pesquisar o uso da biotecnologia e sua aplicabilidade no campo. “Na minha empresa, a Hortaviva Sementes, eu não teria estrutura para criar um laboratório”, afirma.


Por conta do convênio firmado com a UEM e o projeto aprovado pelo PAPPE, recursos foram liberados para que ele investisse na iniciativa, que já apresenta resultados comerciais. “Queria ter um milhão de mudas de bananas, que venderíamos tudo no mercado interno. Mesmo com o uso da biotecnologia, o preço da planta chega com um valor acessível para o produtor. Foi importante participar do PAPPE”, diz o empresário, que pretende criar um laboratório na sede da Hortaviva Sementes para dar continuidade às pesquisas.

Instrumento de apoio

O PAPPE Subvenção Paraná é um mecanismo criado para atender a demanda de empresários de micro e pequenas empresas que buscam inovar, a partir do desenvolvimento ou adequação de produtos ou processos produtivos.
A gestão do PAPPE, bem como a avaliação dos projetos inscritos, é compartilhada por um consórcio institucional, formado pelo Sebrae no Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e o Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade no Paraná (IBQP-PR).

Já os recursos financeiros, repassados por meio de subvenções não reembolsáveis, mas que preveem prestação de contas e contrapartidas dos empresários de micro e pequenas empresas, são liberados pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia.

O consultor do Sebrae no estado, Aloísio Cerqueira, considera a chamada pública uma grande oportunidade para os empresários desenvolverem produtos e serviços com características inovadoras, aproveitando o apoio e os recursos públicos.
“O PAPPE é um instrumento valioso de apoio financeiro aos projetos de inovação. Hoje são raríssimas as micro e pequenas empresas que dispõem de recursos para investir em inovação. Com recursos garantidos, o empresário tem condições de pensar no futuro”, explica o consultor.


Aloísio Cerqueira salienta ainda que conhecimento do mercado no qual a empresa está inserida é crucial. “É o exemplo de Constantino de Marchi Júnior. Um empresário não pode pensar em desenvolver um novo produto ou serviço sem conhecimento, por isso, é necessário se envolver no processo de desenvolvimento, para ter condições de absorver a transferência de conhecimento tecnológico na empresa, conduzida pelos pesquisadores contratados”, observa.

Para Felipe Couto, coordenador do Núcleo de Capital Inovador do Centro Internacional de Inovação do Senai, empresas que investem em melhorias incrementais de produtos ou processos conquistam posicionamento e resultados de mercado.

“O empresário da Hortaviva Sementes soube buscar parcerias para inovar, tem experiência e visão de mercado. Observar os concorrentes também é outra característica fundamental”, avalia Felipe Couto.

O coordenador do Núcleo de Capital Inovador do Centro Internacional de Inovação do Senai salienta ainda que inovação, aplicada a melhorias de produtos ou serviços, gera valor para as micro e pequenas empresas.

O projeto da Hortaviva Sementes está entre os 55 escolhidos pelo PAPPE Subvenção Paraná, que, em recursos financeiros, disponibilizou mais de R$ 13 milhões para incentivar a inovação em pequenos negócios, no Estado.

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