Benefícios para a família dos funcionários
Conheça algumas iniciativas promovidas em pequenas e médias empresas que beneficiam parentes dos funcionários
Da Redação
Publicado em 13 de março de 2012 às 10h14.
São Paulo - Muitas pequenas e médias empresas estão descobrindo que envolver os parentes dos empregados em suas políticas de recursos humanos pode dar bons resultados. "Agradar à família dos funcionários é uma forma inteligente de estabelecer vínculos com eles", diz Leda Machado, coordenadora de pós-MBA da escola de negócios HSM Educação, de São Paulo.
A Pormade, fabricante de portas de madeira sediada em União da Vitória, no interior do Paraná — que fatura 36 milhões de reais por ano -, criou em 2002 cursos de pintura em madeira para os familiares dos funcionários. O projeto começou aos poucos e foi ganhando força, a ponto de ocupar hoje uma área de 800 metros quadrados, inaugurada recentemente ao lado da sede da empresa.
"Sempre há um novo módulo sendo lançado", diz Hermine Schreiner, diretora de recursos humanos. Os cursos se estendem por quatro meses, com aulas uma noite por semana, e aproveitam como matéria-prima resíduos do processo de fabricação das portas. "É um material que antes simplesmente seguia para a queima na caldeira e agora se transforma em arte", diz Cláudio Zini, presidente da empresa.
A professora de ensino fundamental Cristiane Ruschel Zago, mulher do engenheiro Hilton Douglas Zago, está completando o quinto módulo, iniciado em setembro. Ela foi acompanhada ao longo de todo o curso pela filha Stella, de 12 anos.
Cristiane dedica à atividade o tempo que sobra do trabalho em dois turnos num colégio público e dos cuidados com a casa. "Os cursos me permitem ganhar algum dinheiro vendendo os produtinhos que faço nas aulas", diz Cristiane.
A metalúrgica Alboss, de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, fabrica peças injetadas de alumínio e tem 50 funcionários. Há cinco anos, a empresa mantém um programa de empréstimos para quitação de dívidas dos funcionários e de seu cônjuge.
A ideia surgiu diante da constatação de que essa era uma questão angustiante para quem estava com crédito restrito, como foi o caso do operador de acabamento Rodinele da Silva Pereira. "As pessoas vinham pedir as contas para usar o dinheiro do Fundo de Garantia na quitação de dívidas", diz Martha Bosso, sócia da empresa.
Ela decidiu que a cada início de ano checaria o nome dos funcionários incluídos no Serasa e tentaria ajudar quem estivesse com problemas, adiantando um valor que pode chegar ao triplo do salário — reembolsado posteriormente por meio de descontos na folha de pagamentos, em dez vezes sem juros.
No começo, o problema chegava a atingir 30% dos empregados. Quando os casos começaram a se tornar mais pontuais, a empresa passou a atender também a pedidos para limpar o nome do cônjuge.
Um dos favorecidos foi o inspetor de qualidade José Ricardo da Silva Correia. Quando ele entrou na empresa, há três anos, estava com o nome nos cadastros de inadimplentes por uma dívida de 1.300 reais no cartão de crédito e numa loja de departamentos. A direção da Alboss o surpreendeu com a iniciativa de assumir a negociação com os credores.
"Há empresas que não contratam quem tem restrição de crédito", diz Correia. "Aqui recebemos ajuda para limpar o nome." O número de devedores caiu graças, também, à orientação sobre finanças pessoais que faz parte do programa. "Ainda assim, sempre há alguém a ser salvo", diz Martha. "Reincidentes vão para o final da fila e não têm garantia de que voltarão a ser ajudados."
Na paulista Unica Service, empresa com faturamento anual de 35 milhões de reais que fornece mão de obra para limpeza em shopping centers, cada supervisor foi incumbido de visitar a casa dos 1 300 funcionários para identificar os problemas que mais preocupam sua família e propor ideias para resolvê-los.
"Constatamos que o maior problema é falta de acesso a bons serviços de saúde", diz Giovanni Cervieri, sócio da Unica Service. "Ficou decidido que pagaremos médicos para fazer consultas na casa dos empregados de tempos em tempos." Para a consultora Leda, da HSM Educação, a Unica Service acertou no primeiro passo: "Conhecer as necessidades dos funcionários é fundamental".
Às vezes, algo que parece muito simples gera um impacto bem positivo. É o caso do concurso de desenhos dos filhos dos funcionários da rede de postos de combustível Amigão, do Rio de Janeiro. Lá, quem faz os melhores desenhos ganha prêmios como bicicletas, que no ano passado foram doadas pela Shell e pelo Bradesco. "Não custa quase nada e a iniciativa faz bem para o clima interno", diz a sócia Ionara Mafia.
São Paulo - Muitas pequenas e médias empresas estão descobrindo que envolver os parentes dos empregados em suas políticas de recursos humanos pode dar bons resultados. "Agradar à família dos funcionários é uma forma inteligente de estabelecer vínculos com eles", diz Leda Machado, coordenadora de pós-MBA da escola de negócios HSM Educação, de São Paulo.
A Pormade, fabricante de portas de madeira sediada em União da Vitória, no interior do Paraná — que fatura 36 milhões de reais por ano -, criou em 2002 cursos de pintura em madeira para os familiares dos funcionários. O projeto começou aos poucos e foi ganhando força, a ponto de ocupar hoje uma área de 800 metros quadrados, inaugurada recentemente ao lado da sede da empresa.
"Sempre há um novo módulo sendo lançado", diz Hermine Schreiner, diretora de recursos humanos. Os cursos se estendem por quatro meses, com aulas uma noite por semana, e aproveitam como matéria-prima resíduos do processo de fabricação das portas. "É um material que antes simplesmente seguia para a queima na caldeira e agora se transforma em arte", diz Cláudio Zini, presidente da empresa.
A professora de ensino fundamental Cristiane Ruschel Zago, mulher do engenheiro Hilton Douglas Zago, está completando o quinto módulo, iniciado em setembro. Ela foi acompanhada ao longo de todo o curso pela filha Stella, de 12 anos.
Cristiane dedica à atividade o tempo que sobra do trabalho em dois turnos num colégio público e dos cuidados com a casa. "Os cursos me permitem ganhar algum dinheiro vendendo os produtinhos que faço nas aulas", diz Cristiane.
A metalúrgica Alboss, de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, fabrica peças injetadas de alumínio e tem 50 funcionários. Há cinco anos, a empresa mantém um programa de empréstimos para quitação de dívidas dos funcionários e de seu cônjuge.
A ideia surgiu diante da constatação de que essa era uma questão angustiante para quem estava com crédito restrito, como foi o caso do operador de acabamento Rodinele da Silva Pereira. "As pessoas vinham pedir as contas para usar o dinheiro do Fundo de Garantia na quitação de dívidas", diz Martha Bosso, sócia da empresa.
Ela decidiu que a cada início de ano checaria o nome dos funcionários incluídos no Serasa e tentaria ajudar quem estivesse com problemas, adiantando um valor que pode chegar ao triplo do salário — reembolsado posteriormente por meio de descontos na folha de pagamentos, em dez vezes sem juros.
No começo, o problema chegava a atingir 30% dos empregados. Quando os casos começaram a se tornar mais pontuais, a empresa passou a atender também a pedidos para limpar o nome do cônjuge.
Um dos favorecidos foi o inspetor de qualidade José Ricardo da Silva Correia. Quando ele entrou na empresa, há três anos, estava com o nome nos cadastros de inadimplentes por uma dívida de 1.300 reais no cartão de crédito e numa loja de departamentos. A direção da Alboss o surpreendeu com a iniciativa de assumir a negociação com os credores.
"Há empresas que não contratam quem tem restrição de crédito", diz Correia. "Aqui recebemos ajuda para limpar o nome." O número de devedores caiu graças, também, à orientação sobre finanças pessoais que faz parte do programa. "Ainda assim, sempre há alguém a ser salvo", diz Martha. "Reincidentes vão para o final da fila e não têm garantia de que voltarão a ser ajudados."
Na paulista Unica Service, empresa com faturamento anual de 35 milhões de reais que fornece mão de obra para limpeza em shopping centers, cada supervisor foi incumbido de visitar a casa dos 1 300 funcionários para identificar os problemas que mais preocupam sua família e propor ideias para resolvê-los.
"Constatamos que o maior problema é falta de acesso a bons serviços de saúde", diz Giovanni Cervieri, sócio da Unica Service. "Ficou decidido que pagaremos médicos para fazer consultas na casa dos empregados de tempos em tempos." Para a consultora Leda, da HSM Educação, a Unica Service acertou no primeiro passo: "Conhecer as necessidades dos funcionários é fundamental".
Às vezes, algo que parece muito simples gera um impacto bem positivo. É o caso do concurso de desenhos dos filhos dos funcionários da rede de postos de combustível Amigão, do Rio de Janeiro. Lá, quem faz os melhores desenhos ganha prêmios como bicicletas, que no ano passado foram doadas pela Shell e pelo Bradesco. "Não custa quase nada e a iniciativa faz bem para o clima interno", diz a sócia Ionara Mafia.