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Como a Havanna driblou a crise investindo em franquias mais caras

A marca argentina priorizou o modelo de cafeteria em detrimento do de quiosque - e conseguiu aumentar o faturamento em 14% no começo de 2017

Café da Havanna: marca argentina aumentou o faturamento ao aumentar os produtos de suas lojas e se proteger contra sazonalidade (Havanna/Divulgação)

Mariana Fonseca

Publicado em 22 de junho de 2017 às 16h00.

Última atualização em 22 de junho de 2017 às 16h02.

São Paulo – Durante a crise econômica , muitas redes de franquias apostam em modelos enxutos para manter o interesse de futuros franqueados. A marca argentina Havanna, porém, resolveu fazer o contrário.

A rede parou de comercializar seus quiosques para focar em cafeterias e cafés-quiosques, formatos mais sofisticados em produtos - e em investimentos iniciais. Com isso, o faturamento da franqueadora acabou aumentando.

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“Foi uma decisão tomada justamente por conta do momento de crise”, diz Bruna Guimarães, gerente de franquias da marca, em entrevista a EXAME.com na 26ª edição da ABF Franchising Expo. “Nosso modelo de quiosque acabou sendo prejudicado pela recessão da economia.”

Conseguir aumentar o faturamento com modelos mais caros, em um momento de economia para a maioria da população, pode parecer estranho.

Porém, segundo Guimarães, isso ocorre porque a cafeteria e o café-quiosque oferecem um mix maior de produtos e, dessa forma, conseguem manter uma estabilidade maior no faturamento.

Enquanto isso, os quiosques antigos dependem mais de datas comemorativas para ter um incremento de vendas – o que gera um fluxo de caixa instável.

“Nos modelos atuais, a gente consegue atender tanto cliente do dia a dia, que vai pedir um café com um alfajor ou uma empada, quanto o cliente que busca um presente. Não dependemos de picos sazonais, como no formato exclusivo de quiosque”, explica Guimarães.

As cafeterias e cafés-quiosques oferecem produtos como bebidas frias e quentes, salgados, sanduíches e tortas. Também possuem os itens que já eram comercializados nos quiosques: alfajores, chocolates, ovos de páscoa e panetones, por exemplo.

Especialmente na cafeteria, a experiência de loja também é um diferencial: o ambiente e o atendimento são mais aconchegantes (veja a foto que abre a matéria), o que também faz o ticket médio subir. Hoje, o ticket está em 25 reais para os cafés.

Hoje, apenas três das 50 unidades são quiosques. O modelo não é comercializado para novos franqueados desde o ano passado. A Havanna recomenda aos atuais franqueados de quiosque que o modelo seja operado em épocas mais sazonais e que uma expansão para o formato café-quiosque seja considerada.

De acordo com a gerente de franquias, a mudança de posicionamento fez o faturamento da Havanna aumentar 14% no primeiro quadrimestre de 2017, em comparação com o mesmo período do ano passado.

Para 2017, a expectativa da Havanna é abrir mais 24 unidades. No ano que vem, a marca quer chegar a todos os estados brasileiros.

Café
Investimento inicial: 520 mil reais
Prazo de retorno: 36 a 48 meses

Café-quiosque
Investimento inicial: 350 mil reais
Prazo de retorno: 36 a 48 meses

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