Funcionários felizes em uma das salas de escritório da empresa (GettyImages)
Da Redação
Publicado em 22 de dezembro de 2014 às 09h51.
Segredos da perenidade de uma marca no franchising
Respondido por Lyana Bittencourt, especialista em franquias
Por que duas empresas que atuam no mesmo segmento, no mesmo mercado e com produtos com alta aceitação pelos consumidores tem desempenhos distintos? Uma sobrevive, por mais de cinquenta anos e a outra morre, desaparece, antes mesmo de completar trinta?
Não há como falar de perenidade das empresas sem citar Jim Collins, o maior especialista no tema, que dedica seu tempo para pesquisar e estudar empresas e os motivos que as levaram ao sucesso ou ao fracasso.
Jim Collins prega seus conselhos por meio de seus livros - um de seus best sellers é “Empresas feitas para Durar” - e em palestras exclusivas para empresários. Além disso, atua como pesquisador e consultor em grandes corporações.
Os conselhos são válidos para todos os tipos de empresas, porte e modelos de atuação, e o franchising não poderia ficar de fora. As empresas que atuam no sistema de franquias têm uma particularidade que exige ainda mais atenção do empresário, pois elas carregam junto outro grupo de empresários, que, via de regra, dependem do seu sucesso.
Quando um empresário decide pela expansão via o franchising deve estar consciente que não dá para voltar atrás a qualquer momento, a partir do primeiro franqueado a sua responsabilidade aumenta muito. Os outros empresários que investiram nesse modelo de negócio e na marca, dependem do sucesso da empresa e de sua permanência no mercado ao longo de muitos anos, para que consigam obter o retorno do capital investido, se remunerarem e se realizarem como empresários também.
Dentre os motivos que levam uma empresa à perenidade citados por Jim Collins, destacamos dois:
1. Evite o excesso de confiança
Evitar a arrogância, pois quando isso acontece o empresário se descuida de negócio, de analisar o mercado, as tendências e pode ser surpreendido de um dia para outro por um concorrente ou por uma nova tecnologia.
Além disso, não descuide de ameaças, mesmo que sejam irrelevantes o que pode levar a negligenciar algo potencial. Mantenha orientação para o aprendizado, a busca contínua por excelência em produto, gestão e processos.
2. Evite a busca indisciplinada por mais e mais
Dê um passo de cada vez e não confunda o grande com o excelente. Evite também que os interesses pessoais suplantem os interesses organizacionais.
Além dos conselhos de Jim Collins, as empresas franqueadoras têm que ter uma consciência muita clara da relação de interdependência e da relação ganha-ganha, caso contrários os problemas podem ser potencializados na rede causando desmotivação, saída de franqueados, o que pode levar o negócio ao insucesso e junto todos os franqueados que investiram na marca.
O franchising é um modelo de expansão, se o franqueador souber aplicar as boas práticas do franchising ele tende a ter sucesso duradouro. Uma vez que soma sua capacidade a de muitos outros empresários e o negócio passa a ter uma força jamais vista no meio empresarial, cabe a cada um essa reflexão.
Lyana Bittencourt é especialista em franchising e sócia do Grupo BITTENCOURT, consultoria em redes de franquias e negócios.