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O que (realmente) é transformação digital — e o papel das startups nisso

Passo a passo da transformação digital, empreendedorismo e poder das startups para a inovação corporativa foram debatidos em evento da EXAME em parceria com a Aladas

Tecnologia e inovação: motor da transformação (Hernan Muttoni/Exame)
MC

Maria Clara Dias

Publicado em 13 de março de 2022 às 09h00.

A ampla difusão do conceito de transformação digital coloca em dúvida o real significado do termo. Mas, para especialistas, a definição do assunto em diferentes contextos e indústrias se resume a uma tríplice indiscutível: o uso de tecnologia e dados para a tomada de decisões, foco no consumidor e o fator humano, algo que inclui a mudança de mentalidade.

A transformação digital e sua relação com a educação, a formação empreendedora e o desenvolvimento da inovação no país foi o assunto da painel “Tecnologia e inovação: motor da transformação”, transmitido na terça-feira, 8, Dia Internacional da Mulher, no evento Agora é Que São Elas, da EXAME em parceria com a Aladas. Participaram do debate Dany Carvalho, CEO da Órbi Conecta, Andrea Mansano, CEO América Latina da EMERITUS, Thatiana Papaiz, diretora de alianças na Salesforce e Iona Szkurnik, CEO e fundadora da Education Journey. A conversa foi mediada por Pedro Waengertner, CEO da ACE.

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Para Dany Carvalho, CEO do hub de inovação mineiro Órbi Conecta, há um “quê” humano, mesmo quando o assunto é inovação e tecnologia. “Não dá para falar de transformação digital sem falar das pessoas”, disse. “Como as pessoas se comportam, se relacionam e resolvem seus problemas — e como usar a tecnologia para solucionar problemas de maneira mais digital”.

O aspecto humano é o que torna o processo tão natural, acrescentou Andrea Mansano, da EMERITUS. “É algo que vejo como muito natural. Em educação, por exemplo, se considerarmos a transformação que tivemos nos últimos dois anos, por conta do covid, quem não pensava no digital, automaticamente passou a pensar”, afirmou.

Se antes da pandemia a transformação digital era considerada uma ação fora da curva para determinadas empresas, com a revolução no relacionamento entre companhias e pessoas, isso passou a ser mandatório — assim como o foco nos desejos do consumidor. “Vimos grandes companhias que inovaram e foram disruptivas, como a Amazon, por exemplo, mostraram que há diferença na entrega e qualidade do trabalho quando há todo um ecossistema da empresa embedado na transformação e com foco no consumidor”, disse Iona Szkurnik.

O poder das startups

Um consenso entre as debatedoras foi sobre a importância da liderança e das pequenas empresas tecnológicas nesse processo inovativo. "Um líder bom é aquele que empodera a empresa para se arriscar'', afirmou Szkurnik. Já Carvalho, à frente de um ecossistema de inovação que conecta grandes empresas e empreendedores, afirma que as gigantes têm muito a aprender com as startups. “Os empreendedores podem ajudar e muito as grandes empresas no processo de transformação digital, no sentido de levar consigo a mentalidade de time e cliente no centro”, diz.

É um argumento atestado por Thatiana Papaiz, diretora de alianças na Salesforce. Segundo a executiva, na empresa de tecnologia, a inovação e disrupção que vêm das startups geram muito valor para o cliente. "É muito inspirador. Aprendemos todos os dias com as startups", contou.

Para Szkurnik, há ainda uma característica comum às startups que são válidas tanto para empreendedores novatos quanto para líderes e profissionais inseridos em grandes empresas: as chamadas soft skills, ou habilidades comportamentais que vão além do conhecimento técnico. "A resiliência é um fator importante. Se houver a consciência de que a gente não sabe de tudo, que vamos errar e que tudo bem errar, essa resiliência vai ajudar a levar para frente", disse.

Veja o painel completo abaixo:

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