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O empreendedor deve controlar tudo na empresa?

O perfil controlador costuma não ser saudável para o crescimento do negócio

Homem estressado (StockXchng/Rajesh Sundaram)

Homem estressado (StockXchng/Rajesh Sundaram)

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Da Redação

Publicado em 1 de junho de 2012 às 15h00.

O empreendedor deve controlar tudo na empresa?

Respondido por Marcio de Oliveira Santos Filho, especialista em empreendedorismo

Um estudo da University College London, na Grã-Bretanha, concluiu que a melhor decisão é sempre fruto de uma discussão entre dois indivíduos ou mais, ou seja, eles provaram que "duas cabeças pensam melhor do que uma".

É claro que uma pequena empresa usualmente tem a tomada de decisão muito centralizada no fundador ou em outro sócio, mas, a princípio, o perfil controlador não é saudável para o crescimento do negócio. O ponto central a ser discutido é sobre o limite de centralização da tomada de decisão e controle operacional da empresa para que ela consiga escalar. É evidente que o empreendedor deve saber tudo que se passa em sua empresa, mas é impossível controlar e centralizar todas as decisões que devem ser tomadas.

Os projetos que se tornam empresas de sucesso têm equipes altamente qualificadas, focadas na execução, lideradas por pessoas competentes e com boa visão de negócio. Fazendo uma analogia, um time de futebol só funciona bem se os 11 jogadores quiserem jogar, seguirem a estratégia do técnico e souberem trabalhar em equipe, ou seja, aproveitando a habilidade e posicionamento de cada jogador em campo. Em uma empresa, a lógica é semelhante.

O empreendedor não deve controlar tudo, pelo contrário, deve ter um time competente para delegar grande parte do trabalho operacional e focar na estratégia organizacional, contato direto com o cliente e mercado em geral.

Para conseguir delegar tarefas e motivar, faça com que os funcionários sintam-se donos do negócio, com programa de stock options, por exemplo. Desenhe processos bem definidos e atribua responsáveis para cada processo com metas bem claras e factíveis de serem alcançadas.

Estabeleça rotinas de aferição de resultados, sendo que cada responsável pelo processo deve apresentar os números/atribuições de sua área com justificativas e planos de ação. Crie um conselho consultivo com pessoas de fora do seu negócio para opinar com uma visão imparcial.

Seguindo essa direção o empreendedor vai instituir um nível de governança corporativa interessante em sua empresa, consequentemente vai adicionar valor ao seu negócio e a empresa vai avançar de forma positiva no seu mercado de atuação.

 Peterson Vilela Muta é advogado especialista em direito do trabalho

 


Marcio de Oliveira Santos Filho
 é associado da Inseed Investimentos e coordenador do Desafio Brasil.

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examecanalpme@abril.com.br
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