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Novo unicórnio brasileiro: Creditas recebe aporte de US$ 255 milhões

A startup de crédito foi avaliada em US$ 1,75 bilhão na rodada liderada pelo LGT Lightstone e acompanhada pelo Softbank e Kaszek Ventures

Sergio Furio, presidente da Creditas: ele veio da Espanha para atacar um mercado concentrado no Brasil (Germano Lüders/Exame)
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Carolina Ingizza

Publicado em 18 de dezembro de 2020 às 09h06.

Última atualização em 18 de dezembro de 2020 às 14h23.

O Brasil ganha um novo unicórnio na reta final de 2020. A startup de crédito Creditas anuncia nesta sexta-feira, 18, o recebimento de um aporte de 255 milhões de dólares que a avaliou em 1,75 bilhão de dólares. A rodada série E foi liderada pelo LGT Lightstone e teve participação dos fundos Tarsadia Capital, Wellington Management, e.ventures e Advent International.

Os investidores anteriores da empresa, SoftBank, VEF, Kaszek Ventures e Amadeus Capital Partners também acompanharam a rodada, que começou a ser discutida em setembro. Até então, a empresa havia recebido 314 milhões de dólares em investimento.

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“Temos acompanhado a Creditas há bastante tempo e entendemos que a empresa tem a combinação perfeita de um time de altíssima capacidade de entrega e um mercado endereçável enorme e que é mal atendido pelas instituições financeiras”, afirma Marcos Wilson Pereira, sócio da LGT Lightstone no Brasil.

Em carta assinada pelo presidente e fundador Sergio Furio, a Creditas se compromete a usar o capital para expandir em três frentes: fintech, soluções para o consumidor e mercado internacional.

Desde 2019, a Creditas trabalha para trazer produtos financeiros além do crédito com imóvel com garantia. Ao longo de 2020, por exemplo, ela entrou no mercado de benefícios corporativos e lançou uma loja que parcela cursos e produtos de tecnologia direto na folha de pagamento.

“A gente enxerga uma compressão nas taxas de juros no mundo inteiro. Temos a crença de que o banco do futuro vai ter que se reinventar, não pode só entregar serviços financeiros, mas sim soluções completas”, afirma Furio em entrevista à EXAME.

Dentro da agenda de ter produtos para a "casa, carro e salário" dos clientes, a Creditas não descarta fazer fusões e aquisições para acelerar o desenvolvimento de produtos. A estratégia já foi usada antes. No ano passado, por exemplo, para entrar no mercado de crédito consignado, a empresa adquiriu a Creditoo.

Expansão internacional?

Fora do Brasil, o foco da empresa é no México, em que atua há quatro meses com uma equipe de 60 pessoas. "Creditas está no início de uma jornada para penetrar o pouco explorado mercado de crédito com garantia no Brasil e no México” afirma Paulo Passoni, do SoftBank Latin America Fund.

De acordo com o Furio, as oportunidades por lá são semelhantes às do mercado brasileiro.“No México, o custo de crédito é mais barato que no Brasil, mas é um mercado com penetração baixa, os bancos não estimulam que as pessoas consumam crédito com garantias”, afirma Furio.

O presidente afirma que a empresa não deve entrar em nenhum outro país, pelo menos, pelos próximos dois anos, devido ao alto custo das expansões. "Já temos muito trabalho no Brasil e no México", diz.

Trajetória do negócio

A Creditas foi criada para oferecer opções de crédito mais baratas ao brasileiro. O negócio foi idealizado pelo espanhol Sergio Furio, que trabalhou no mercado financeiro em Nova York e ficou abismado quando soube pela namorada brasileira dos altos custos de crédito no país.

Em 2012, então, ele desembarcou em São Paulo para criar o BankFacil, uma plataforma de educação sobre crédito que prospectava clientes para os bancos tradicionais.

Foi só a partir de 2016 que a empresa entrou no mercado que a tornaria conhecida: o de crédito online com garantia de imóvel e automóvel. Foi aí que o negócio passou a adotar o nome Creditas.

Desde então, a Creditas já superou a marca de 1 bilhão de reais na carteira de crédito. Em setembro de 2020, o melhor mês da história da startup, o faturamento bateu 30,4 milhões de reais.

A projeção é que a Creditas termine 2020 com receita de 320 milhões, mais que o dobro do ano passado. Somada a receita dos três primeiros trimestres, a companhia faturou 232,1 milhões e teve prejuízo de 129 milhões de reais.

A Creditas atribui o prejuízo aos esforços para adquirir clientes, desenvolver novos produtos e expandir para outros mercados. Assim como empresas de tecnologia norte-americanas, a startup prioriza o alto crescimento ao lucro enquanto conquista espaço no mercado.

A partir do anúncio, Furio se comprometeu a divulgar trimestralmente os resultados da Creditas.

Antes dessa rodada, a empresa havia recebido um aporte de 231 milhões de dólares em julho de 2019 liderado pelo Softbank. Na época, foi avaliada em 750 milhões de dólares.

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