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A Brasil By Bys cresce no balanço do busão pela internet

Em seu primeiro ano de atuação, a Brasil By Bus faturou 1,5 milhão de reais vendendo bilhetes de ônibus pela internet. Agora o empreendedor Breno Moraes está fazendo parcerias com agências de viagem e sites de turismo para aumentar as receitas. É o melhor

Breno Moraes, da Brasil By Bus (Fabiano Accorsi / EXAME PME)
DR

Da Redação

Publicado em 7 de maio de 2014 às 14h28.

São Paulo - O administrador paulistano Breno Moraes, de 27 anos, perdeu as contas de quantas viagens de ônibus fez pelo Brasil em 2013. No mínimo uma vez por mês ele vai de São Paulo a capitais próximas, como Curitiba , Belo Horizonte e Rio de Janeiro, para se reunir com parceiros da Brasil By Bus — a empresa de venda online de passagens de ônibus da qual é sócio-fundador.

Em 2013, seu primeiro ano de atuação, a Brasil By Bus faturou 1,5 milhão de reais ao vender bilhetes de 30 empresas de transporte rodoviário, como as viações Itapemirim, 1001 e Cometa. “Vendemos passagens para mais de 3 000 cidades de todas as regiões do Brasil”, afirma Moraes.

De acordo com dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres, há cerca de 230 empresas de ônibus operando no Brasil. Setenta delas vendem bilhetes pela internet. Com base nisso, Moraes estima que apenas 5% das passagens rodoviárias vendidas em 2012 tenham sido emitidas online. “A Brasil By Bus nasceu para aproveitar as oportunidades à medida que mais empresas informatizam suas vendas”, diz ele.

Cada vez que um internauta compra um bilhete no site da Brasil By Bus, a empresa recebe uma comissão, que gira em torno de 10% do valor da passagem. O modelo foi inspirado no site ­redBus, um buscador de passagens de ônibus controlado por um grupo indiano de comércio eletrônico . Moraes conheceu o redBus numa viagem à Índia em 2011.

A época, ele e a irmã, a designer Mariana Malveiro, de 25 anos, percorreram mais de 2 000 quilômetros visitando pequenas cidades entre Bangalore, no sul do país, e a capital, Nova Délhi, no norte. “Programamos todas as viagens de ônibus com a ajuda do site”, diz Moraes. “A principal vantagem era poder mudar nossos planos de repente e comprar a passagem pela internet para o dia seguinte.”


De volta ao Brasil, Moraes e Mariana se juntaram aos programadores André Nascimento, de 32 anos, e Antônio Zegunis, de 26, para criar a Brasil By Bus. Em 2012, a primeira versão do site foi testada — e as vendas começaram em janeiro de 2013. Há poucos meses, Moraes começou a fornecer tecnologia para agências de viagem e sites visitados por pes­soas que buscam informações sobre roteiros turísticos pelo Brasil.

Empresas como o site de geolocalização Apontador, o portal de turismo Aldeia Brasil e a administradora da rodoviária de Goiânia utilizam a plataforma da Brasil By Bus para vender passagens online. “Nesses casos, nossa comissão é dividida com os donos do site onde a venda foi feita”, diz Moraes.

As parcerias com outras empresas são a principal maneira de acelerar a geração de receitas da Brasil By Bus — sobretudo nos meses que antecedem à Copa do Mundo, quando deverá aumentar a demanda por viagens pelo Brasil.

“A busca de parcerias é o caminho que escolhemos para aumentar a escala da empresa”, diz Moraes. “O mais importante agora é definir que outros tipos de acordo deveremos propor a novos parceiros.”

Para refletir sobre os caminhos seguidos por Moraes e seus sócios, Exame PME ouviu Alex Todres, fundador do ViajaNet, portal de comparação de preços de passagens aéreas e de pacotes turísticos, e Everaldo Figueiredo, dono da operadora de turismo Pomptur­. Também opinou José de Freitas Ornelas, dono da consultoria Ornellastour, especializada em turismo. Veja o que eles disseram.

Conquistar novos públicos

Everaldo Figueiredo, da operadora de turismo Pomptur (São Paulo, SP)

Faturamento: 36 milhões de reais (em 2013)


• Perspectivas: No ano passado, o preço das passagens aéreas subiu quase 7,5% no Brasil. Foi o terceiro ano consecutivo em que o aumento superou a inflação. Os economistas acreditam que ficará ainda mais caro viajar de avião em 2014, por causa da procura por bilhetes para datas próximas à Copa do Mundo. Num cenário assim, muita gente deverá preferir viajar de ônibus para evitar gastar demais.

• Oportunidades: O passageiro de ônibus é aquele acostumado a comprar os bilhetes de última hora para fazer viagens de não mais de 6 horas. A Brasil By Bus já sabe como se relacionar com essas pessoas. Agora Moraes precisa ter um plano para atrair quem está pensando em trocar o avião pelo ônibus.

•O que fazer: Moraes pode propor parcerias a empresas que ofereçam algum tipo de vantagem para os clientes da Brasil By Bus. Uma rede de hotéis, por exemplo, pode dar descontos para quem compra bilhetes pelo site. Outra ideia é propor às empresas de ônibus fazer promoções para preencher rotas que não costumam atingir 100% de ocupação.


Buscar parcerias no interior

José de Freitas Ornelas, da consultoria especializada no mercado de turismo Ornellastour (São Paulo, SP)

• Perspectivas: No ano passado, o Ministério do Turismo lançou uma política nacional para desenvolver o potencial turístico das cidades brasileiras. O cronograma inicial prevê investimentos até 2016. Só o es­tado do Ceará, por exemplo, já recebeu 710 milhões de reais para aprimorar sua estrutura turística.

• Oportunidades: Um dos principais objetivos do Plano Nacional de Turismo é fomentar o desenvolvimento regional e aumentar as viagens domésticas no Brasil. Com a melhoria da estrutura turística em cidades afastadas dos grandes centros, tende a aumentar consideravelmente o número de visitantes interessados em desbravar o interior do país.

Isso é ótimo para a Brasil By Bus. Há diversos destinos conhecidos aos quais só é possível chegar de ônibus ou carro. Alguns exemplos são as cidades mineiras de Ouro Preto e Mariana e as gaúchas Gramado e Canela.

• O que fazer: Moraes deve buscar parcerias com empresas de ônibus que operem nas regiões que vão receber investimentos do governo. Imagino que muitas delas ainda não possuem sistemas de vendas online. Nesse caso, a Brasil By Bus pode oferecer sua tecnologia em troca de exclusividade na venda de passagens pela internet. Montar rotas preestabelecidas com preços especiais para quem estiver de férias também pode agradar aos turistas brasileiros.

Atender os turistas estrangeiros

Alex Todres, do site de venda de passagens aéreas e pacotes turísticos Viajanet (São Paulo, SP)

Faturamento: 450 milhões de reais (previsão para 2014)

• Perspectivas: O mercado turístico brasileiro cresceu 7,8% em 2012, a maior evolução da América Latina. Crescemos 3 pontos percentuais acima de países como Chile e Colômbia. Para 2014, a expectativa continua positiva.

• Oportunidades: Aproximadamente 600 000 turistas deverão visitar o Brasil na época da Copa. É provável que muitos queiram fazer viagens curtas de ônibus até lugares próximos às cidades-sede.

•O que fazer: Moraes deve aproveitar a presença dos estrangeiros para aumentar as receitas da Brasil By Bus. Para isso, ele precisará montar um plano agressivo de marketing digital para aparecer bem nos rankings de busca por passagens na internet. Afinal, muitos turistas deverão se programar meses antes de chegar ao Brasil. Se os recursos da Brasil By Bus não forem suficientes, uma alternativa será aliar-se a uma empresa maior, que complemente a oferta de passagens de ônibus com serviços como reserva de hotéis ou pacotes turísticos.

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São Paulo - O administrador paulistano Breno Moraes, de 27 anos, perdeu as contas de quantas viagens de ônibus fez pelo Brasil em 2013. No mínimo uma vez por mês ele vai de São Paulo a capitais próximas, como Curitiba , Belo Horizonte e Rio de Janeiro, para se reunir com parceiros da Brasil By Bus — a empresa de venda online de passagens de ônibus da qual é sócio-fundador.

Em 2013, seu primeiro ano de atuação, a Brasil By Bus faturou 1,5 milhão de reais ao vender bilhetes de 30 empresas de transporte rodoviário, como as viações Itapemirim, 1001 e Cometa. “Vendemos passagens para mais de 3 000 cidades de todas as regiões do Brasil”, afirma Moraes.

De acordo com dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres, há cerca de 230 empresas de ônibus operando no Brasil. Setenta delas vendem bilhetes pela internet. Com base nisso, Moraes estima que apenas 5% das passagens rodoviárias vendidas em 2012 tenham sido emitidas online. “A Brasil By Bus nasceu para aproveitar as oportunidades à medida que mais empresas informatizam suas vendas”, diz ele.

Cada vez que um internauta compra um bilhete no site da Brasil By Bus, a empresa recebe uma comissão, que gira em torno de 10% do valor da passagem. O modelo foi inspirado no site ­redBus, um buscador de passagens de ônibus controlado por um grupo indiano de comércio eletrônico . Moraes conheceu o redBus numa viagem à Índia em 2011.

A época, ele e a irmã, a designer Mariana Malveiro, de 25 anos, percorreram mais de 2 000 quilômetros visitando pequenas cidades entre Bangalore, no sul do país, e a capital, Nova Délhi, no norte. “Programamos todas as viagens de ônibus com a ajuda do site”, diz Moraes. “A principal vantagem era poder mudar nossos planos de repente e comprar a passagem pela internet para o dia seguinte.”


De volta ao Brasil, Moraes e Mariana se juntaram aos programadores André Nascimento, de 32 anos, e Antônio Zegunis, de 26, para criar a Brasil By Bus. Em 2012, a primeira versão do site foi testada — e as vendas começaram em janeiro de 2013. Há poucos meses, Moraes começou a fornecer tecnologia para agências de viagem e sites visitados por pes­soas que buscam informações sobre roteiros turísticos pelo Brasil.

Empresas como o site de geolocalização Apontador, o portal de turismo Aldeia Brasil e a administradora da rodoviária de Goiânia utilizam a plataforma da Brasil By Bus para vender passagens online. “Nesses casos, nossa comissão é dividida com os donos do site onde a venda foi feita”, diz Moraes.

As parcerias com outras empresas são a principal maneira de acelerar a geração de receitas da Brasil By Bus — sobretudo nos meses que antecedem à Copa do Mundo, quando deverá aumentar a demanda por viagens pelo Brasil.

“A busca de parcerias é o caminho que escolhemos para aumentar a escala da empresa”, diz Moraes. “O mais importante agora é definir que outros tipos de acordo deveremos propor a novos parceiros.”

Para refletir sobre os caminhos seguidos por Moraes e seus sócios, Exame PME ouviu Alex Todres, fundador do ViajaNet, portal de comparação de preços de passagens aéreas e de pacotes turísticos, e Everaldo Figueiredo, dono da operadora de turismo Pomptur­. Também opinou José de Freitas Ornelas, dono da consultoria Ornellastour, especializada em turismo. Veja o que eles disseram.

Conquistar novos públicos

Everaldo Figueiredo, da operadora de turismo Pomptur (São Paulo, SP)

Faturamento: 36 milhões de reais (em 2013)


• Perspectivas: No ano passado, o preço das passagens aéreas subiu quase 7,5% no Brasil. Foi o terceiro ano consecutivo em que o aumento superou a inflação. Os economistas acreditam que ficará ainda mais caro viajar de avião em 2014, por causa da procura por bilhetes para datas próximas à Copa do Mundo. Num cenário assim, muita gente deverá preferir viajar de ônibus para evitar gastar demais.

• Oportunidades: O passageiro de ônibus é aquele acostumado a comprar os bilhetes de última hora para fazer viagens de não mais de 6 horas. A Brasil By Bus já sabe como se relacionar com essas pessoas. Agora Moraes precisa ter um plano para atrair quem está pensando em trocar o avião pelo ônibus.

•O que fazer: Moraes pode propor parcerias a empresas que ofereçam algum tipo de vantagem para os clientes da Brasil By Bus. Uma rede de hotéis, por exemplo, pode dar descontos para quem compra bilhetes pelo site. Outra ideia é propor às empresas de ônibus fazer promoções para preencher rotas que não costumam atingir 100% de ocupação.


Buscar parcerias no interior

José de Freitas Ornelas, da consultoria especializada no mercado de turismo Ornellastour (São Paulo, SP)

• Perspectivas: No ano passado, o Ministério do Turismo lançou uma política nacional para desenvolver o potencial turístico das cidades brasileiras. O cronograma inicial prevê investimentos até 2016. Só o es­tado do Ceará, por exemplo, já recebeu 710 milhões de reais para aprimorar sua estrutura turística.

• Oportunidades: Um dos principais objetivos do Plano Nacional de Turismo é fomentar o desenvolvimento regional e aumentar as viagens domésticas no Brasil. Com a melhoria da estrutura turística em cidades afastadas dos grandes centros, tende a aumentar consideravelmente o número de visitantes interessados em desbravar o interior do país.

Isso é ótimo para a Brasil By Bus. Há diversos destinos conhecidos aos quais só é possível chegar de ônibus ou carro. Alguns exemplos são as cidades mineiras de Ouro Preto e Mariana e as gaúchas Gramado e Canela.

• O que fazer: Moraes deve buscar parcerias com empresas de ônibus que operem nas regiões que vão receber investimentos do governo. Imagino que muitas delas ainda não possuem sistemas de vendas online. Nesse caso, a Brasil By Bus pode oferecer sua tecnologia em troca de exclusividade na venda de passagens pela internet. Montar rotas preestabelecidas com preços especiais para quem estiver de férias também pode agradar aos turistas brasileiros.

Atender os turistas estrangeiros

Alex Todres, do site de venda de passagens aéreas e pacotes turísticos Viajanet (São Paulo, SP)

Faturamento: 450 milhões de reais (previsão para 2014)

• Perspectivas: O mercado turístico brasileiro cresceu 7,8% em 2012, a maior evolução da América Latina. Crescemos 3 pontos percentuais acima de países como Chile e Colômbia. Para 2014, a expectativa continua positiva.

• Oportunidades: Aproximadamente 600 000 turistas deverão visitar o Brasil na época da Copa. É provável que muitos queiram fazer viagens curtas de ônibus até lugares próximos às cidades-sede.

•O que fazer: Moraes deve aproveitar a presença dos estrangeiros para aumentar as receitas da Brasil By Bus. Para isso, ele precisará montar um plano agressivo de marketing digital para aparecer bem nos rankings de busca por passagens na internet. Afinal, muitos turistas deverão se programar meses antes de chegar ao Brasil. Se os recursos da Brasil By Bus não forem suficientes, uma alternativa será aliar-se a uma empresa maior, que complemente a oferta de passagens de ônibus com serviços como reserva de hotéis ou pacotes turísticos.

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