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O dinheiro vem de impressões digitais

Ismael Akiyama criou um negócio que faturou 21,5 milhões de reais em 2010 ajudando órgãos de segurança e do Judiciário a cadastrar as impressões digitais dos brasileiros

Ismael Akiyama, fundador da Akiyama Soluções Tecnológicas (Fernando Cavalcanti)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2011 às 10h24.

Desde o ano passado, funcionários a serviço da Justiça Eleitoral visitam localidades remotas como a cidade de Girau do Ponciano, no interior de Alagoas, ou o município acreano de Bajuri, quase na divisa com o estado do Amazonas.

Nesses lugares, eles convocam os eleitores para registrar suas impressões digitais em equipamentos eletrônicos retirados de maletas prateadas. Seu trabalho é cadastrar 10 milhões de eleitores para que, nas eleições do ano que vem, eles possam votar se identificando pela leitura do polegar por um scanner digital.

Para o curitibano Ismael Akiyama, de 32 anos, o cadastramento das digitais dos eleitores se tornou um grande negócio. Ele é dono da Akiyama, empresa de Curitiba que fornece os softwares e os equipamentos utilizados pelos funcionários que trabalham para o Tribunal Superior Eleitoral.

Nas maletas prateadas de quem trabalha no cadastramento, há um leitor eletrônico das impressões digitais, câmeras, uma tela de fundo para montar um estúdio fotográfico improvisado e baterias que mantêm toda a parafernália funcionando durante horas mesmo em rincões da Amazônia onde não há energia elétrica.


No ano passado, o contrato com a Justiça Eleitoral ajudou a empresa a atingir um faturamento de 21,5 milhões de reais, 35% mais que em 2009. No total, até 2014, o cadastramento de eleitores deve render à Akiyama pelo menos 23 milhões de reais em receitas.

Ao investir no negócio da identificação, Akiyama encontrou um mercado em franca expansão. O cadastramento eletrônico das impressões digitais está sendo usado não apenas pela Justiça Eleitoral mas também por outros órgãos que precisam se prevenir contra fraudes na documentação, como os departamentos de trânsito que emitem carteiras de motorista e órgãos ligados à segurança pública.

"Os grandes eventos previstos para acontecer no Brasil nos próximos anos, como a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpía­da do Rio de Janeiro, em 2016, também vão exigir sistemas de segurança mais rigorosos para controlar o fluxo de pessoas em locais públicos", diz Akiyama.

Noutro projeto em que a Akiyama está envolvida, o Ministério dos Esportes pretende cadastrar os torcedores que irão aos estádios para os jogos da Copa. A Akiyama já começou um projeto piloto em Curitiba, cadastrando integrantes das torcidas organizadas dos times paranaenses.

Akiyama ingressou nesse mercado em 2005. Após deixar um emprego como gerente de comércio exterior numa pequena fabricante de equipamentos eletrônicos de Curitiba, abriu uma importadora de sistemas para identificação digital.


Pouco tempo depois, ele venceu uma licitação para fornecer equipamentos de identificação biométrica para o Detran do Paraná, que procurava uma maneira de evitar fraudes nos testes que os alunos de autoescolas precisam fazer para tirar a carteira de habilitação.

Os negócios com identificação biométrica ajudaram a empresa a multiplicar por 5 suas receitas em pouco mais de três anos. Agora Ismael Akiyama enfrenta um desafio típico de quem está à frente de negócios que crescem repentinamente — o de adaptar a estrutura de uma empresa iniciante para atender grandes contratos.

"Eu não estava preparado", diz Akiyama. "A empresa não tinha recursos nem pessoas capacitadas o suficiente para a expansão."

Para não perder o controle sobre o negócio, Akiyama precisou cortar linhas de produtos menos rentáveis e concentrar os recursos para atender os grandes contratos. Desde junho do ano passado, ele também contratou profissionais experientes para assumirem cargos executivos na empresa.

Hoje, os negócios com identificação digital correspondem a 65% das receitas da empresa. O restante vem do mercado de automação — a Akiyama mantém uma unidade em Joinville, no Norte de Santa Catarina, onde produz peças utilizadas por fabricantes de catracas e equipamentos de controle de acesso em edifícios comerciais.

"Procuro fazer com que as duas unidades se desenvolvam de modo independente", diz ele.

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Desde o ano passado, funcionários a serviço da Justiça Eleitoral visitam localidades remotas como a cidade de Girau do Ponciano, no interior de Alagoas, ou o município acreano de Bajuri, quase na divisa com o estado do Amazonas.

Nesses lugares, eles convocam os eleitores para registrar suas impressões digitais em equipamentos eletrônicos retirados de maletas prateadas. Seu trabalho é cadastrar 10 milhões de eleitores para que, nas eleições do ano que vem, eles possam votar se identificando pela leitura do polegar por um scanner digital.

Para o curitibano Ismael Akiyama, de 32 anos, o cadastramento das digitais dos eleitores se tornou um grande negócio. Ele é dono da Akiyama, empresa de Curitiba que fornece os softwares e os equipamentos utilizados pelos funcionários que trabalham para o Tribunal Superior Eleitoral.

Nas maletas prateadas de quem trabalha no cadastramento, há um leitor eletrônico das impressões digitais, câmeras, uma tela de fundo para montar um estúdio fotográfico improvisado e baterias que mantêm toda a parafernália funcionando durante horas mesmo em rincões da Amazônia onde não há energia elétrica.


No ano passado, o contrato com a Justiça Eleitoral ajudou a empresa a atingir um faturamento de 21,5 milhões de reais, 35% mais que em 2009. No total, até 2014, o cadastramento de eleitores deve render à Akiyama pelo menos 23 milhões de reais em receitas.

Ao investir no negócio da identificação, Akiyama encontrou um mercado em franca expansão. O cadastramento eletrônico das impressões digitais está sendo usado não apenas pela Justiça Eleitoral mas também por outros órgãos que precisam se prevenir contra fraudes na documentação, como os departamentos de trânsito que emitem carteiras de motorista e órgãos ligados à segurança pública.

"Os grandes eventos previstos para acontecer no Brasil nos próximos anos, como a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpía­da do Rio de Janeiro, em 2016, também vão exigir sistemas de segurança mais rigorosos para controlar o fluxo de pessoas em locais públicos", diz Akiyama.

Noutro projeto em que a Akiyama está envolvida, o Ministério dos Esportes pretende cadastrar os torcedores que irão aos estádios para os jogos da Copa. A Akiyama já começou um projeto piloto em Curitiba, cadastrando integrantes das torcidas organizadas dos times paranaenses.

Akiyama ingressou nesse mercado em 2005. Após deixar um emprego como gerente de comércio exterior numa pequena fabricante de equipamentos eletrônicos de Curitiba, abriu uma importadora de sistemas para identificação digital.


Pouco tempo depois, ele venceu uma licitação para fornecer equipamentos de identificação biométrica para o Detran do Paraná, que procurava uma maneira de evitar fraudes nos testes que os alunos de autoescolas precisam fazer para tirar a carteira de habilitação.

Os negócios com identificação biométrica ajudaram a empresa a multiplicar por 5 suas receitas em pouco mais de três anos. Agora Ismael Akiyama enfrenta um desafio típico de quem está à frente de negócios que crescem repentinamente — o de adaptar a estrutura de uma empresa iniciante para atender grandes contratos.

"Eu não estava preparado", diz Akiyama. "A empresa não tinha recursos nem pessoas capacitadas o suficiente para a expansão."

Para não perder o controle sobre o negócio, Akiyama precisou cortar linhas de produtos menos rentáveis e concentrar os recursos para atender os grandes contratos. Desde junho do ano passado, ele também contratou profissionais experientes para assumirem cargos executivos na empresa.

Hoje, os negócios com identificação digital correspondem a 65% das receitas da empresa. O restante vem do mercado de automação — a Akiyama mantém uma unidade em Joinville, no Norte de Santa Catarina, onde produz peças utilizadas por fabricantes de catracas e equipamentos de controle de acesso em edifícios comerciais.

"Procuro fazer com que as duas unidades se desenvolvam de modo independente", diz ele.

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