Elas inovam mais em serviços e querem mais crédito (Ryan McVay/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 9 de março de 2011 às 17h03.
São Paulo – Um levantamento feito pela Endeavor, instituição que apoia empreendedores de alto impacto, mostra que as mulheres são mais inovadoras no processo produtivo, como na implementação de novas técnicas de marketing, recursos humanos e integração da equipe.
Os homens estão concentrados em áreas tradicionais, como o registro de patentes de novos produtos. Quase 60% dos homens garantem ter dificuldades área de RH ou no processo produtivo. Entre as mulheres, o percentual é de 34,6%.
Entre os ouvidos, homens e mulheres demonstraram valorizar igualmente o crescimento da empresa e optar por expandir em outras localidades ao invés de diversificar a atuação.
Crédito
Uma das queixas das empreendedoras é sobre o acesso a financiamentos. A pesquisa aponta que por terem inovações menos visíveis, as mulheres têm mais dificuldades em conseguir crédito, tanto público quanto privado. Elas se queixam ainda de discriminação por parte dos bancos, governos e financiadoras tanto por serem mulheres quanto por serem jovens.
Entre os entrevistados, 38,5% dos homens conseguiram algum financiamento governamental para suas inovações, enquanto somente 19,2% das mulheres receberam o incentivo. Segundo Amisha Miller, gerente de pesquisa da Endeavor, as instituições de fomento precisam aprender a lidar com o jeito feminino de fazer negócios.
Networking e família
A pesquisa mostra ainda que as mulheres têm uma rede de contatos menor do que os homens e começam um negócio com menos sócios. Menos de 30% das empreendedoras têm 3 ou mais sócios. Entre os homens, o índice dobra.
Quando o assunto é família, homens e mulheres concordam que o lar é mais importante do que o escritório. Isso foi constatado principalmente entre os entrevistados casados.
Foram ouvidos 52 empreendedores entre setembro e novembro de 2010, com faturamento entre US$ 10 mil e US$ 10 milhões. A amostragem contou com a mesma quantidade de homens e mulheres.
A pesquisa, inédita no país, faz parte de estudo da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (UNCTAD), financiado pelo governo sueco. Brasil, Suécia, Suíça, Estados Unidos, Uganda e Jordânia serão analisados no levantamento.