Esta modelo pode te ensinar a transformar seguidores em vendas
A modelo plus size Ashley Alexiss acumula também a profissão de empreendedora: com o sucesso nas redes, lançou sua coleção de biquínis.
Mariana Fonseca
Publicado em 25 de outubro de 2016 às 06h00.
Última atualização em 26 de outubro de 2016 às 14h46.
São Paulo – A modelo plus size Ashley Alexiss possui mais de seis milhões de seguidores nas redes sociais - combinando Facebook, Instagram e Twitter. Então, quando resolveu empreender , não teve dúvidas: aproveitaria a relação que tem com seus fãs virtuais para gerar vendas . Assim nasceu, no ano passado, a loja virtual de biquínis e maiôs Alexiss Swimwear.
Seu mote? “Beleza não é um tamanho”. Segundo o próprio negócio, o público-alvo são mulheres que procuram roupas de banho divertidas, atualizadas com as tendências de moda, tecnologicamente adaptadas a tamanhos menores e maiores e com conforto e bom suporte às curvas.
“Eu sou uma modelo plus size e faço muitos ensaios de roupa de banho e lingerie para clientes. Muitas vezes as pessoas que me seguem nas redes me perguntam: ‘Onde você achou essa peça? Eu nunca consigo achar uma que sirva para meu peito’. Então essa foi a ideia original -se eu consigo fazer essa peça se encaixar para mim, por que não fazer isso para todo mundo que tem o mesmo problema?”, conta a modelo à Entrepreneur.
A ideia parece ter dado certo: nos últimos doze meses, duas mil peças foram vendidas e Alexiss recebe mensagens carinhosas das consumidoras.
“Choro pelo menos quatro vezes por semana, ouvindo mulheres me dizerem que nunca vestiram uma roupa de banho e que eu as inspirei a encomendar uma. Eu criei a empresa exatamente para isso.”
A Alexiss Swimwear quer se tornar uma marca reconhecida em até cinco anos. A ideia é que as mulheres vejam vitrines da loja e entrem para provar novas coleções, sem o medo que havia antes da entrada da marca.
A modelo também está adquirindo conhecimentos teóricos em gestão para escalar o negócio: ao mesmo tempo em que administra a loja virtual, está cursando um MBA.
Mas, afinal, como Alexiss transformou seus seguidores em vendas de verdade? Confira a seguir seus conselhos, compilados pela Entrpreneur.
Conselhos vindos da prática
A modelo conta que sempre se surpreende quando conversa com empreendedores e ouve que eles têm uma página no Facebook, mas não a usam tanto. “Por que não tirar vantagem de plataformas de marketing fáceis e gratuitas?”, indaga Alexiss.
Seus conselhos podem ser resumidos em três aspectos: quanto, quando e o quê postar.
Quanto postar?
O quanto você posta é muito importante: é preciso manter um equilíbrio entre atualizar seus consumidores e não ser insistente demais.
"O algoritmo do Facebook previne que seus posts se acumulem no feed de notícias dos seguidores, mas o Instagram não. Se você postar 10 vezes, começará a irritar as pessoas”, alerta a empreendedora. “Eu diria de duas a três vezes por dia, no máximo.”
Quando postar?
Além de prestar atenção na quantidade de postagens, é importante saber em quais horários o seu público – inclusive aqueles que você ainda pretende atingir – está online.
“Se você quiser ser internacional, é preciso lembrar que, enquanto você dorme, boa parte da sua audiência está acordada e querendo saber o que você está fazendo”, diz Alexiss.
“O Facebook é ótimo porque você pode agendar postagens. Também há ferramentas terceirizadas para agendar no Instagram e no Twitter, mas eu gosto de fazer tudo diretamente na plataforma, porque facilita responder os comentários. Sou do time que não dorme mesmo!”
O que postar?
Saber o que postar é algo muito pessoal, já que varia de acordo com o segmento em que você está inserido. No caso de Alexiss, ela ressalta sua intimidade na hora de dialogar com seus consumidores e futuros consumidores, de forma a criar engajamento.
“Meu segredo é apenas colocar tudo para fora – o bom e o ruim. Eu descobri que muitas pessoas se identificam com os problemas que eu escrevo nas redes, quer seja o fim de um relacionamento ou simplesmente estar de mau humor. As pessoas se identificam, compartilham, seus amigos veem e também compartilham. É um efeito dominó”, escreve a modelo.
E no Brasil?
Você pode até fazer tudo que Alexiss recomenda – mas talvez esteja cometendo outros erros, muito comuns aos brasileiros, na hora de tentar fazer sua página empresarial gerar vendas.
Um erro visto diversas vezes é pensar que apenas o número de curtidas importa. Essa é uma ideia dos primórdios das redes sociais: hoje, o mais importante é o engajamento dos seus fãs, e não o número deles.
“Redes sociais não é quantidade, é qualidade. Não importa o número de seguidores, e sim se eles são reais, se eles se identificam mesmo com sua marca e se eles realmente consumiriam seu produto”, explica Celso Fortes, CEO da agência digital Novos Elementos.
Depois disso, a maioria das falhas dos brasileiros se relaciona à terceira dica dada por Alexiss: o que postar.
Dedique uma especial atenção à produção de conteúdo, porque essa é a chave para conduzir os usuários organicamente para a compra - no lugar de colocar tantos anúncios a ponto de irritar seu seguidor.
“Tenha 80% de conteúdo relevante e 20% de conteúdo comercial”, aconselha Fortes. “Muitos empreendedores costumam criam uma página que só anuncia produtos e traz pouca informação. Você deve pensar, pelo contrário, em sua página como algo útil, que por acaso vende alguma coisa.”
O bom tratamento do conteúdo deve acompanhar um bom tratamento aos que comentam na sua página – inclusive os reclamões. O especialista recomenda adotar uma postura de humildade em relação àqueles que fizeram seu negócio acontecer: os clientes. “Abra um canal de troca de informações e responda os comentários. Se eles foram críticas, responda de forma construtiva.”
Por fim, a regra de todo bom investimento: não coloque todos os seus ovos na mesma cesta. Afinal, nada garante que o Facebook, o Instagram e o Twitter durarão para sempre. Por isso, faça como Alexiss e esteja presente em diversas mídias. “Fique antenado em novos canais que estão surgindo e pulverize seu conteúdo o máximo possível, adotando linguagens específicas”, finaliza Fortes.