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MEI: conheça a categoria empresarial que conta com mais de 12 milhões de empreendedores

MEI é a sigla para Microempreendedor Individual. A categoria foi criada, principalmente, para ajudar autônomos a saírem da informalidade

MEI (Morsa Images/Getty Images)

MEI (Morsa Images/Getty Images)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 16 de julho de 2024 às 15h46.

Se você é um trabalhador autônomo ou um pequeno empreendedor, já deve ter ouvido falar do MEI (ou Microempreendedor Individual). Mas o que exatamente isso significa e como pode beneficiar seu negócio?

Neste guia, vamos explicar as principais informações que você precisa para abrir — e até mesmo fechar — um MEI. Além disso, exploramos os principais benefícios da categoria empresarial responsável por formalizar mais de 12 milhões de empreendedores brasileiros.

Sim, este é o número de inscritos no cadastro de Microempreendedores Individuais. Eles compõem a maior parte das empresas no nosso país.

O que é MEI?

O MEI (Microempreendedor Individual) é uma categoria empresarial criada para formalizar trabalhadores autônomos e pequenos empreendedores. Este modelo foi criado em 2008, a partir da Lei Complementar de número 128.

Com o MEI, é possível ter um CNPJ, emitir notas fiscais, contribuir para o INSS e ter acesso a benefícios previdenciários, tudo de maneira simplificada e com um custo muito baixo. Também é possível começar a atuar rapidamente, sem prévio alvará ou licença. 

A formalização por essa via também torna mais viável o acesso a linhas de crédito e serviços financeiros em geral: maquininha de cartão, conta no banco e cartões, são alguns exemplos. Até mesmo a compra de um carro pode ser facilitada — e mais barata!

Para ter o MEI regularizado, é preciso fazer o pagamento de uma única guia mensal, que pode ser gerada pela internet de maneira simples e rápida. 

Como se tornar MEI?

Para se tornar MEI, o faturamento anual não pode ultrapassar R$ 81.000,00, e a atividade deve estar entre as permitidas pelo programa. Pessoas que exercem atividades intelectuais não podem atuar sob esse regime! 

Ficam proibidas profissões como:

  • Médicos;
  • Engenheiros;
  • Dentistas;
  • Advogados;
  • Publicitários;
  • Jornalistas;
  • Nutricionistas;
  • Psicólogos;
  • Fisioterapeutas;
  • Entre outros.

Para consultar as atividades permitidas, você pode buscar pelos CNAEs do MEI e entender se a sua atuação está contemplada. Ao todo, mais de 460 profissões estão na lista de permissão, então a gama é bem grande.

Além da lista de atividades, o empreendedor pode ter apenas um funcionário e cumprir requisitos como:

  • Não ter nenhum sócio;
  • Não ter outras empresas registradas em seu nome;
  • Não participar de outro negócio, como administrador ou sócio;
  • Não ser Servidor Público Federal em atividade;
  • A atividade não pode ser regulamentada por uma entidade de classe.

O que acontece se estourar o faturamento do MEI?

É muito importante ficar atento ao teto de faturamento. Muitas pessoas não controlam as entradas financeiras e são pegas de surpresa ao perceberem que não poderão mais atuar como MEI, o que implica principalmente no pagamento de impostos.

Se o seu faturamento ultrapassar em mais de 20% o limite de R$ 81 mil, a empresa é automaticamente desenquadrada do regime. Será necessário pagar impostos de forma retroativa sobre o valor excedente obtido ao longo do ano. 

Caso perceba que está perto do teto, recomendamos que busque por um contador especializado, que poderá te ajudar a escolher o melhor regime para o seu novo perfil de faturamento.

Quais os custos para ser MEI?

Em 2024, os valores para abrir um MEI variam entre R$ 71,60 e R$ 175,44. Esse valor vai depender da área de atuação do profissional:

  • R$ 71,60 para comércio ou indústria
  • R$ 75,60 para prestação de serviços
  • R$ 76,60 para comércio e serviços
  • Aproximadamente R$ 175 para caminhoneiros

O Microempreendedor Individual deve pagar uma guia mensal, que inclui os impostos obrigatórios. 

Esse cálculo é feito com base no seguinte racional: 5% do limite mensal do salário mínimo + R$ 1 de ICMS (se for contribuinte do imposto) ou R$ 5 de ISS (se for o contribuinte do imposto).

Como encerrar um MEI?

Se você não usa mais o seu MEI ou deseja encerrá-lo por qualquer motivo, precisa fazer a baixa. Infelizmente, muitas pessoas acreditam que se pararem de gerar as notas fiscais, o CNPJ fica inativo após um tempo, mas não é o que acontece. 

As guias continuam sendo emitidas e se não forem pagas, há um débito perante o governo. 

Ao fazer a baixa, o CNPJ é retirado das administrações tributárias estaduais e municipais — assim como todas as licenças, alvarás e inscrições. 

Siga o passo a passo abaixo, indicado pelo Governo Federal, para fazer a baixa:

  1. Acesse o Portal do Empreendedor
  2. Selecione o tema "Já Sou"
  3. Acesse o card "Baixa de MEI"
  4. Acesse o card "Solicitar baixa"
  5. Informe a Conta de acesso ao gov.br
  6. Informe os dados solicitados
  7. Revise o formulário
  8. Assinale a declaração de baixa
  9. Finalize

É preciso quitar todos os débitos em aberto para que o MEI seja cancelado. Para isso:

  1. Acesse o Portal do Simples Nacional
  2. Informe o número completo do CNPJ
  3. Gere o boleto para eventuais débitos em aberto
  4. Realize o pagamento

Por fim, você precisa fazer a Declaração Anual do Simples Nacional Situação especial:

  1. Acesse o Portal do Simples Nacional
  2. Informe o número completo do CNPJ
  3. Revise o formulário
  4. Finalize
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