Como ganhar dinheiro com luz, câmera, ação?
A Wide Story cresce produzindo vídeos e peças publicitárias para empresas, mas o empreendedor Ricardo Chut quer aumentar as receitas com filmes e séries. O que priorizar neste momento?
Da Redação
Publicado em 24 de setembro de 2013 às 19h39.
O paulistano Ricardo Chut, de 37 anos, vem construindo um negócio em expansão ao ajudar grandes empresas a se comunicar. Ele é dono da Wide Story, que no ano passado faturou 160.000 reais produzindo vídeos publicitários e institucionais para clientes como a seguradora espanhola Mapfre, a fabricante holandesa de aparelhos eletrônicos Philips e a marca italiana de chocolates Ferrero Rocher.
Desde sua fundação, a empresa vem crescendo, em média, 40% ao ano, impulsionada pelo aumento no interesse de grandes anunciantes por vídeos online. "Inicialmente, não era minha intenção concentrar os negócios na produção para internet", diz Chut. "Isso acabou acontecendo pela demanda dos clientes."
Nos últimos dois anos, a Wide Story aproveitou para crescer em um mercado aquecido. De acordo com um estudo da consultora americana comScore, a audiência de sites de vídeos, como o YouTube , aumentou 18% no ano passado — o crescimento tem atraído grandes empresas, que passaram a produzir peças de divulgação de suas marcas, produtos e serviços para esse novo canal.
Agora, Chut faz planos para investir numa nova frente. Seu objetivo é começar a produzir flmes e séries de entretenimento para distribuir no Brasil e no exterior. Para isso, ele trouxe sócios com experiência na área de entretenimento — como a jornalista Ana Maria Bahiana, especializada na cobertura da indústria cinematográfca.
A empresa vai abrir uma flial em Miami, cujo objetivo é frmar parcerias que ajudem a abrir o mercado americano para os projetos da Wide Story. Chut também pretende usar as leis brasileiras de incentivo à cultura para fnanciar seus flmes, além de reinvestir parte dos lucros que a empresa obteve no ano passado para adquirir equipamentos necessários para a nova fase do negócio.
Boa parte dos grandes clientesda Wide Story chegou por intermédio de contatos que Chut mantém entre profssionais de marketing e publicidade. A Wide Story não foi seu primeiro negócio. Antes, ele havia sido sócio de uma distribuidora de flmes e de uma empresa especializada em produzir conteúdo e administrar projetos culturais.
Formado em música, Chut também já trabalhou como produtor de trilhas sonoras para comerciais, novelas e vídeos institucionais. Ao fundar a Wide Story, o empresário estava procurando transformar em realidade um antigo sonho.
“Uma das lembranças mais marcantes de minha infância é de quando meus pais me levaram para ver E.T. no cinema”, afrma ele. “Desde garoto, alimentei o desejo de contar histórias que pudessem emocionar as pessoas, da mesma maneira que me emocionei naquele dia.”
Para dar continuidade a seus planos, Chut terá de entrar em um mercado bastante diferente daquele em que está atuando, no qual o seu trabalho é atender as encomendas da área de marketing dos clientes. Qual o melhor caminho a seguir para a empresa continuar crescendo?
Para discutir as estratégias da Wide Story, Exame PME conversou com Tiago Bacchin, da Cadastra, que faz campanhas de marketing online e redes sociais, e com Edson Mackeenzy, sócioda Videolog, empresa de produção e armazenamento de vídeos online. Também opinou Helio Moreira, da New Growing, consultoria especializada em gestão de marcas. Veja o que eles disseram.
Investir em inovação
Edson Mackeenzy, da Videolog (Rio de Janeiro, RJ)
Produção e armazenamento de vídeos na internet
Faturamento: 4 milhões de reais(em 2012, segundo empresa)
• Perspectivas: O mercado de vídeos comerciais e de entretenimento está em expansão desde 2004. E esse crescimento deve se manter em taxas elevadas — de 30% a 40% ao ano, de acordo com as estimativas — pelo menos nos próximos cinco anos, com o aumento da convergência entre as mídias tradicionais, como a TV, e a internet.
• Oportunidades: Um mercado no qual há bom potencial para crescimento nos próximos anos é o de vídeos tutoriais, que muitas empresas estão usando para substituir os manuais de instruções que costumam acompanhar os produtos. Há uma tendência entre os consumidores de preferir a linguagem mais didática e explicativa dos vídeos.
• O que fazer: Chut não deve se preocupar nesse momento em investir na compra de equipamentos. Ele deve concentrar seus recursos e sua energia no desenvolvimento de uma linguagem própria para seus vídeos — tanto os comerciais quanto os filmes e séries que pretende fazer. Há muito conteúdo disponível — imagine quantos milhões de vídeos há no YouTube, por exemplo. É preciso descobrir como se destacar em meio a tanto conteúdo.
Atender grandes empresas
Helio Moreira, da New Growing (São Paulo, SP)
Consultoria especializada em gestão de marcas
• Perspectivas: Os vídeos são um bom canal de comunicação para as empresas transmitirem seus valores e sua identidade ao público consumidor. Por isso, sua produção está em expansão. As empresas vêm valorizando os audiovisuais por causa da facilidade e da assertividade com que esse tipo de mídia transmite as informações.
• Oportunidades: Uma empresa como a Wide Story, que busca produzir vídeos conceituais, com criatividade e inovação, deve firmar parcerias com empresas especializadas em gestão de marcas — e não apenas com agências de publicidade. Geralmente, a publicidade precisa de vídeos mais objetivos e diretos. Os escritórios de gestão de marcas, por sua vez, buscam vídeos mais criativos, que unam som e imagem para definir a identidade de uma empresa.
• O que fazer: Chut deve rever seus planos de investir em entretenimento e manter o foco na produção de vídeos comerciais. O melhor caminho é concentrar- se nos grandes clientes — empresas menores ainda não estão acostumadas a criações mais conceituais. Nesse momento, seria interessante para a Wide Story procurar estratégias para manter sua clientela já conquistada e fortalecer a área comercial para fechar contratos com empresas que ainda não conhecem seus serviços.
Tornar a marca mais conhecida
Thiago Bacchin, da Cadastra (São Paulo, SP)
Marketing em mídias sociais
Faturamento: 24,5 milhões de reais (em 2012, segundo empresa)
• Perspectivas: Entre os recursos de marketing à disposição das empresas, os vídeos são os que apresentam as maiores taxas de crescimento, de acordo com uma pesquisa da consultoria americana ContentWise. Os vídeos online acabam sendo interessante para as empresas, principalmente porque podem ser compartilhados pelos internautas em suas redes sociais, criando o fenômeno conhecido como viralização.
• Oportunidades: Pequenas e médias empresas, que geralmente contam com poucos recursos, têm muitas dificuldades para produzir vídeos de qualidade. A Wide Story poderia atender à demanda desse mercado oferecendo serviços a custos acessíveis para empresas emergentes.
• O que fazer: Para atender negócios menores, Chut precisa tornar sua empresa mais conhecida. Um bom caminho é usar a capacidade de produção da empresa para produzir vídeos sobre seus serviços para serem divulgados na internet. Assim, os clientes podem ter uma boa amostra do trabalho da Wide Story.
O paulistano Ricardo Chut, de 37 anos, vem construindo um negócio em expansão ao ajudar grandes empresas a se comunicar. Ele é dono da Wide Story, que no ano passado faturou 160.000 reais produzindo vídeos publicitários e institucionais para clientes como a seguradora espanhola Mapfre, a fabricante holandesa de aparelhos eletrônicos Philips e a marca italiana de chocolates Ferrero Rocher.
Desde sua fundação, a empresa vem crescendo, em média, 40% ao ano, impulsionada pelo aumento no interesse de grandes anunciantes por vídeos online. "Inicialmente, não era minha intenção concentrar os negócios na produção para internet", diz Chut. "Isso acabou acontecendo pela demanda dos clientes."
Nos últimos dois anos, a Wide Story aproveitou para crescer em um mercado aquecido. De acordo com um estudo da consultora americana comScore, a audiência de sites de vídeos, como o YouTube , aumentou 18% no ano passado — o crescimento tem atraído grandes empresas, que passaram a produzir peças de divulgação de suas marcas, produtos e serviços para esse novo canal.
Agora, Chut faz planos para investir numa nova frente. Seu objetivo é começar a produzir flmes e séries de entretenimento para distribuir no Brasil e no exterior. Para isso, ele trouxe sócios com experiência na área de entretenimento — como a jornalista Ana Maria Bahiana, especializada na cobertura da indústria cinematográfca.
A empresa vai abrir uma flial em Miami, cujo objetivo é frmar parcerias que ajudem a abrir o mercado americano para os projetos da Wide Story. Chut também pretende usar as leis brasileiras de incentivo à cultura para fnanciar seus flmes, além de reinvestir parte dos lucros que a empresa obteve no ano passado para adquirir equipamentos necessários para a nova fase do negócio.
Boa parte dos grandes clientesda Wide Story chegou por intermédio de contatos que Chut mantém entre profssionais de marketing e publicidade. A Wide Story não foi seu primeiro negócio. Antes, ele havia sido sócio de uma distribuidora de flmes e de uma empresa especializada em produzir conteúdo e administrar projetos culturais.
Formado em música, Chut também já trabalhou como produtor de trilhas sonoras para comerciais, novelas e vídeos institucionais. Ao fundar a Wide Story, o empresário estava procurando transformar em realidade um antigo sonho.
“Uma das lembranças mais marcantes de minha infância é de quando meus pais me levaram para ver E.T. no cinema”, afrma ele. “Desde garoto, alimentei o desejo de contar histórias que pudessem emocionar as pessoas, da mesma maneira que me emocionei naquele dia.”
Para dar continuidade a seus planos, Chut terá de entrar em um mercado bastante diferente daquele em que está atuando, no qual o seu trabalho é atender as encomendas da área de marketing dos clientes. Qual o melhor caminho a seguir para a empresa continuar crescendo?
Para discutir as estratégias da Wide Story, Exame PME conversou com Tiago Bacchin, da Cadastra, que faz campanhas de marketing online e redes sociais, e com Edson Mackeenzy, sócioda Videolog, empresa de produção e armazenamento de vídeos online. Também opinou Helio Moreira, da New Growing, consultoria especializada em gestão de marcas. Veja o que eles disseram.
Investir em inovação
Edson Mackeenzy, da Videolog (Rio de Janeiro, RJ)
Produção e armazenamento de vídeos na internet
Faturamento: 4 milhões de reais(em 2012, segundo empresa)
• Perspectivas: O mercado de vídeos comerciais e de entretenimento está em expansão desde 2004. E esse crescimento deve se manter em taxas elevadas — de 30% a 40% ao ano, de acordo com as estimativas — pelo menos nos próximos cinco anos, com o aumento da convergência entre as mídias tradicionais, como a TV, e a internet.
• Oportunidades: Um mercado no qual há bom potencial para crescimento nos próximos anos é o de vídeos tutoriais, que muitas empresas estão usando para substituir os manuais de instruções que costumam acompanhar os produtos. Há uma tendência entre os consumidores de preferir a linguagem mais didática e explicativa dos vídeos.
• O que fazer: Chut não deve se preocupar nesse momento em investir na compra de equipamentos. Ele deve concentrar seus recursos e sua energia no desenvolvimento de uma linguagem própria para seus vídeos — tanto os comerciais quanto os filmes e séries que pretende fazer. Há muito conteúdo disponível — imagine quantos milhões de vídeos há no YouTube, por exemplo. É preciso descobrir como se destacar em meio a tanto conteúdo.
Atender grandes empresas
Helio Moreira, da New Growing (São Paulo, SP)
Consultoria especializada em gestão de marcas
• Perspectivas: Os vídeos são um bom canal de comunicação para as empresas transmitirem seus valores e sua identidade ao público consumidor. Por isso, sua produção está em expansão. As empresas vêm valorizando os audiovisuais por causa da facilidade e da assertividade com que esse tipo de mídia transmite as informações.
• Oportunidades: Uma empresa como a Wide Story, que busca produzir vídeos conceituais, com criatividade e inovação, deve firmar parcerias com empresas especializadas em gestão de marcas — e não apenas com agências de publicidade. Geralmente, a publicidade precisa de vídeos mais objetivos e diretos. Os escritórios de gestão de marcas, por sua vez, buscam vídeos mais criativos, que unam som e imagem para definir a identidade de uma empresa.
• O que fazer: Chut deve rever seus planos de investir em entretenimento e manter o foco na produção de vídeos comerciais. O melhor caminho é concentrar- se nos grandes clientes — empresas menores ainda não estão acostumadas a criações mais conceituais. Nesse momento, seria interessante para a Wide Story procurar estratégias para manter sua clientela já conquistada e fortalecer a área comercial para fechar contratos com empresas que ainda não conhecem seus serviços.
Tornar a marca mais conhecida
Thiago Bacchin, da Cadastra (São Paulo, SP)
Marketing em mídias sociais
Faturamento: 24,5 milhões de reais (em 2012, segundo empresa)
• Perspectivas: Entre os recursos de marketing à disposição das empresas, os vídeos são os que apresentam as maiores taxas de crescimento, de acordo com uma pesquisa da consultoria americana ContentWise. Os vídeos online acabam sendo interessante para as empresas, principalmente porque podem ser compartilhados pelos internautas em suas redes sociais, criando o fenômeno conhecido como viralização.
• Oportunidades: Pequenas e médias empresas, que geralmente contam com poucos recursos, têm muitas dificuldades para produzir vídeos de qualidade. A Wide Story poderia atender à demanda desse mercado oferecendo serviços a custos acessíveis para empresas emergentes.
• O que fazer: Para atender negócios menores, Chut precisa tornar sua empresa mais conhecida. Um bom caminho é usar a capacidade de produção da empresa para produzir vídeos sobre seus serviços para serem divulgados na internet. Assim, os clientes podem ter uma boa amostra do trabalho da Wide Story.