Com venda de 'kit festas' empreendedora faz sucesso durante a pandemia
Com o isolamento social e o aumento das comemorações em casa, a empreendedora Adriana Gonçalves criou a "Drikka Doces Finos", que vende kits personalizados para festas
Maria Clara Dias
Publicado em 30 de maio de 2021 às 08h00.
Buscar alternativas para salvar um negócio que ia bem antes da chegada da pandemia de Covid-19 tem sido o caminho de muitos empreendedores nesse tempo de dúvidas e incertezas. Foi esse o caso da empreendedora Adriana Gonçalves, de Santo André. Até o início de 2020, ela estava satisfeita com as vendas de sua empresa de marmitas fitness, onde conseguia complementar sua renda de forma tranquila e sem sustos. Vendia para clientes do bairro e também para vizinhos do condomínio onde mora, mas, com a pandemia, ela acabou se perdendo em meio ao caos estabelecido e isso afetou diretamente o seu negócio.
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Sem saber o que fazer, Adriana começou a se afundar em dívidas e viu as vendas estagnarem. Ela conta que tinha até fechado por volta de dez contratos para fornecer marmitas para os pequenos negócios do seu bairro – até que em março do ano passado tudo mudou. “Tudo estava indo muito bem, eu vendia por dia, em média, 30 marmitas, fora os produtos fitness e, de repente, tudo fechou. Na minha cabeça, o fechamento iria durar por apenas dez dias, só que foi durando 20 e depois um mês. As pessoas que compravam comigo pararam de comprar, foi quando começaram a cancelar os pedidos e as minhas contas começaram a crescer”, diz Adriana.
A empreendedora também conta que não se programou corretamente para esse momento e que não tinha caixa para quitar e suportar as dívidas. Foi então que ela teve a ideia de começar a vender suas marmitas por aplicativo, mas não esperava pelo óbvio: a grande concorrência. “Comecei a ficar desesperada, pois as contas estavam chegando e eu não tinha como pagá-las. Então tive a ideia de começar a vender as minhas marmitas em aplicativos. Só que eu e mais milhares de pessoas tivemos a mesma ideia para sair do vermelho. Cheguei a ficar mais de dois meses sem efetuar nenhuma venda e as dívidas e a parcela do meu apartamento vencendo”, relata a empreendedora. Mas a sorte dela começou a mudar.
Periodicamente, Adriana pegava encomenda de bolos, doces e salgados para fazer. Era algo que ela tinha como segundo plano, sem compromisso algum. Os rumos do seu negócio mudaram quando uma amiga publicou no markerplace do Facebook fotos de um “kit festa” que ela montava. “Essa minha amiga acabou publicando uma foto sem eu saber de nada. Quando passou uma semana, e eu fui olhar a publicação, muitas pessoas estavam perguntando pelo ‘kit festa’”, relembra.
Naquele momento, no final de abril de 2020, o Sebrae foi peça fundamental para sua nova ideia. Adriana não era formalizada e muito menos sabia como começar a empreender. “Quando a Adriana chegou aqui, indicamos para ela o curso ‘Organize seu Negócio’. Na época, ela ainda estava vendendo as marmitas. Foi quando eu a questionei sobre o que ela gostava de fazer. Ela respondeu que tinha gosto por fazer bolos, doces e até organizar alguns eventos. A partir disso a ajudamos a reestruturar todo o seu negócio”, conta Osvaldo Serafim dos Anjos Filho, analista de negócios do Sebrae-SP no Grande ABC.
Assim que Adriana entendeu o seu modelo de negócio, o primeiro passo foi organizar suas finanças. Com a ajuda do Sebrae-SP, Adriana não só organizou sua parte financeira como começou a ter lucro com as encomendas. Hoje, a empreendedora trabalha com seus preços tabelados para atender todas as demandas possíveis e tem uma presença nas redes sociais muito estruturada.
“Quando eu mudei o foco do meu negócio, as coisas ainda estavam bem bagunçadas, tive que pedir para uma vizinha vir me ajudar com as encomendas. Os pedidos chegavam de todos os cantos, gente que morava fora de Santo André me mandava mensagem perguntando sobre os kits. Hoje, posso dizer que tenho total controle sobre tudo nada passa desapercebido. O que me ajudou bastante também foram os feedbacks que os clientes davam sobre os produtos que eram enviados até eles”, diz Adriana.
Com o negócio ajustado, a empreendedora sonha alto e detalha seus planos logo depois que a pandemia acabar. “A Drikka Doces Finos ficou pequena para o meu apartamento. Meu desejo hoje é ir para um local maior, que suporte minha demanda e onde eu possa colocar mais gente para trabalhar comigo. O Sebrae ajudou a recolocar meu negócio nos trilhos, devolveu a minha vontade de empreender e fazer aquilo que eu gosto, que é levar alegria até as pessoas”, finaliza.
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