Gestora assume hospitais e amplia atuação em meio à pandemia
A empresa, com operações iniciadas em fevereiro de 2020, conseguiu aumentar em um ano as receitas em 40% e reduzir custos operacionais em mais de 10%
André Martins
Publicado em 26 de março de 2021 às 19h03.
Última atualização em 29 de março de 2021 às 18h03.
Após o primeiro ano de atuação com resultados positivos em meio à pandemia, a Opy Health, empresa brasileira focada na gestão de infraestrutura hospitalar, , assumiu a gestão de operações que investiram mais de 700 milhões de reais na implantação de dois hospitais, um em Belo Horizonte e outro Manaus.
Ambos, administrados via parcerias público-privadas (PPPs), receberam investimentos para a ampliação de leitos em meio a alta de casos do novo coronavírus .
A empresa, com operações iniciadas em fevereiro de 2020, conseguiu aumentar em um ano as receitas em 40% e reduzir custos operacionais em mais de 10%, resultando em um Ebitda de 130 milhões de reais, equivalentes a 54% da receita corrente líquida e um crescimento de 31% em relação ao ano anterior, quando a gestora ainda não havia assumido a gestão dos hospitais.
Além disso, , os dois ativos da Opy Health, as concessionárias ONM Heath e OZN Health, realizaram a primeira distribuição de dividendos de sua história, contribuindo conjuntamente com 52 milhões de reais em dividendos distribuídos para a holding, recurso que será utilizado pela companhia em sua estratégia de crescimento e expansão dos negócios.
Atualmente a empresa tem a concessão administrativa do Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro, em Belo Horizonte, e do Hospital Delphina Rinaldi Abdel Aziz, em Manaus, ambos por 20 anos.
Segundo o grupo de saúde, os resultados significativos reforçam o modelo de negócios, principalmente em relação às PPPs. "Os resultados da atuação da Opy Health mostram, ainda, como uma PPP pode ser interessante para alavancar benefícios longevos à sociedade", disse a gestora em comunicado.
Segundo estudo da consultoria Radar PPP as parcerias entre municípios e a iniciativa privada decolaram nos últimos anos. Enquanto em 2015 havia apenas 321 iniciativas anunciadas, projetos em andamento e contratos assinados em todo o Brasil, em setembro do ano passado esse número chegou a 1.718.
O governo do estado de São Paulo, por exemplo, projeta assinar até 2022 contratos de concessão e deParcerias Público-Privadas que podem render 18 bilhões de reais em investimentos no estado no médio e longo prazos.
"As PPPs não podem e não devem ser confundidas com privatização da saúde. Devem ser vistas como meios para o estabelecimento de parcerias longevas, onde cada ente participante contribui com sua expertise e cujo resultado é a otimização de serviços e processos e, consequentemente, melhoria da saúde para a população", explicou a Opy Health.
Entenda como funciona uma PPP
Aumento de leitos na pandemia
Com o Brasil como epicentro da pandemia de covid-19, a Opy Health investiu principalmente em aumento de leitos para tratamento da doença nos dois hospitais que administra. O Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro, em Belo Horizonte, atende mais de 23% dos pacientes com covid-19 da cidade desde o início da crise sanitária.
Atualmente o hospital tem capacidade de disponibilização de até 645 leitos, sendo o aumento de leitos de UTI de 80 para 150 e de 380 leitos de internação para 495. Originalmente, o hospital tinha 460 contratados.
Já o Hospital Delphina Rinaldi Abdel Aziz, em Manaus, teve ampliações consecutivas em sua estrutura, chegando a um acréscimo de 260% da quantidade de leitos de UTI originalmente contratados (de 50 para 180 Leitos de UTI). Atualmente o hospital tem capacidade de 471 leitos operacionais.
Desde maio de 2020, quando a Opy Health assumiu a concessão, ocorreu a expansão da operação do hospital em andares antes inativos, saindo de 202 para 471 leitos operacionais, passando de 50% para 100% da disponibilidade de leitos."
Doação de usinas de oxigênio ao governo do Amazonas
A Opy Health e o Banco da Amazônia (BASA) anunciaram nesta sexta-feira, 26, que vão doar ao Amazonas duas usinas de oxigênio que serão utilizadas pela rede de saúde para atender municípios do interior do estado.
Segundo nota da empresa, a doação das usinas da Sysadvance tem como intenção estender ajuda ao estado para atender localidades remotas e de difícil acesso, em especial para o abastecimento de oxigênio, e que "será um legado essencial mesmo depois da pandemia".
Com capacidade de produzir em conjunto 873.600 litros de O2 por dia, as usinas têm potencial de abastecer, em média, até 110 leitos clínicos
A Secretaria de Saúde do Amazonas determinará quais cidades e hospitais da região receberão a doação.
“Trata-se de um financiamento para salvar vidas neste momento difícil que estamos atravessando", disse André Vargas, superintendente regional do Banco da Amazônia.