Uri Levine foi um dos fundadores do Waze - aplicativo de tráfego e navegação, adquirido pelo Google em 2013 por mais de US$ 1 bilhão. Desde então, investiu em diversas startups e viaja o mundo ministrando palestras sobre empreendedorismo e compartilhando experiências.
Na última sexta-feira (16), ele marcou presença no fechamento do Startup Summit e falou para um auditório lotado no encerramento do evento. Levine ainda deu dicas valiosas para a busca das startups por investimentos.
O empreendedor contou a trajetória do Waze, que, segundo ele, tem uma história ímpar: “A magia do Waze é que nós, os motoristas, criamos todas as funcionalidades do aplicativo”.
Assim, foi desenvolvido um servidor que coletava informações permitindo que o mapa fosse editado pelos próprios usuários com informações úteis, como novas rotas ou tráfegos ruins. “Você não precisa ter o produto perfeito. Algo bom o suficiente vai ganhar o mercado naquele momento e ninguém consegue competir com isso”.
Levine comparou o ato de empreender a uma montanha russa, com altos e baixos. No caso das startups, as oscilações costumam ser mais intensas: “Tem dias que nada dá certo. A jornada em si é de fracassos e isso é importante que vocês saibam”, sentenciou.
Para ele, a caminhada das startups começa com a verificação de um problema. “Se é um problema comum, vá pesquisar e entender as diferentes percepções para criar uma solução. Não confie apenas nos seus extintos. Leve para o escritório, compartilhe”. O convidado ainda deixou a dica: “Ao apresentar o negócio, comece pelo problema que vai resolver. Investidores são usuários, se eles não enxergam utilidade, não vão investir. Aprenda a contar uma boa história”.
Bruno Quick, diretor técnico do Sebrae Nacional, também participou do encerramento do Startup Summit e propôs ampliar o evento para todo o país devido ao sucesso da iniciativa. “Vamos fazer o que pudermos para empoderar os empreendedores brasileiros e, assim, mudar o país, tornando-o mais dinâmico e mostrando ao mundo essa maravilha que somos. Os nossos empreendimentos transmitem essa transformação”, concluiu.
Unicórnio brasileiro
Mais cedo, Leandro Caldeira, CEO da Gympass, um serviço de assinatura para acesso a academias de ginástica, apresentou o painel “Como construir um unicórnio”, em referência às startups de capital fechado que superam US$ 1 bilhão em valor de mercado.
O modelo de negócio da Gympass foca no estímulo à prática de exercício físico. Ao mapearem as dificuldades que as pessoas listam para se exercitarem, falta de tempo e valores estão no topo. Dessa forma, a plataforma construiu uma rede de parceiros com várias opções de valores, em diversas localidades e com leque de modalidades.
“Adaptamos nossa abordagem focando no prazer, ao invés da performance. Começamos a trabalhar o lado emocional”, conta Caldeira. Ao entender que o prazer combate a obrigação, reposicionaram a comunicação e atingiram público mais amplo.
Leandro ainda lembrou que atender ao mercado corporativo foi outro ponto de virada, mudando o modelo de B2C para B2B. As empresas começaram a contratar a startup para oferecer o serviço aos funcionários. “Dobramos de tamanho e encontramos uma demanda enorme por meio da tecnologia”.