Empresas também precisam de networking, mostra estudo
Confraternizações esporádicas podem ajudar a fortalecer conexões entre empresas do mesmo ramo, diz Pesquisa da Universidade Municipal de São Caetano do Sul
Da Redação
Publicado em 22 de fevereiro de 2011 às 10h10.
São Paulo - O networking para quem está empregado é fundamental para a sobrevivência profissional. Não é diferente no meio empresarial, principalmente quando se trata de micro e pequenas empresas. No mundo globalizado, fazer parcerias e ser conhecido na cadeia produtiva do seu negócio pode fazer toda a diferença no faturamento do final do mês.
Um estudo denominado Social Network Analises, realizado pelos professores-doutores da Universidade Municipal de São Caetano do Sul, Milton Farina e Marco Antonio Pinheiro da Silveira, no Polo de Noivas no Grande ABC paulista, revela que os relacionamentos entre as empresas precisam ser melhorados. O polo nasceu com o apoio do escritório regional do Sebrae na região do ABC.
O estudo, segundo o professor Silveira, tem o objetivo de contribuir para identificar ações que visem à melhoria das relações do grupo, buscando ações conjuntas. “A interação e a integração são importantes para que eles atinjam seus objetivos". Os primeiros resultados deste trabalho foram apresentados recentemente no campus da Universidade de São Caetano do Sul.
Um dos resultados, segundo o pesquisador, é que o nível de conexões entre as empresas participantes não é ruim, mas pode ser melhorado. “Os empresários sugeriram confraternizações esporádicas fora do polo para que possam se conhecer melhor e também o trabalho que realizam”, disse.
Tudo para a noiva
Em uma região onde são realizados aproximadamente 20 mil casamentos oficiais por ano e uma média de 55 casamentos por dia (IBGE/2007), o Polo de Noivas tem um papel fundamental na economia da região.
Começou em 2008 com 53 empresas. Hoje são 88 empresários de 20 diferentes segmento, abrangendo as sete cidades do ABC paulista. “A iniciativa é inovadora e tem trazido resultados aos participantes, como aumento de vendas e na carteira de clientes”, diz a gestora do projeto no Sebrae em São Paulo, Ana Claudia Banin.
Bons resultados já foram sentidos pelo empresário Edésio Mandelli, proprietário da Elegance Veículos Especiais e presidente grupo. “Depois da criação do polo aumentei em 20% o tíquete médio. As noivas perceberam que as empresas trabalham conjuntamente e garantem a credibilidade do negócio”, diz.
As empresas são reunidas em várias células, que vão desde eventos, flores, buffets até fotógrafos e dia da noiva. “Sem mexer na individualidade de cada empresa, conseguimos nos tornar parceiros. A concorrência existe. O segredo de produção, como o tempero das coxinhas, é de cada um”, brinca.
Em relação ao estudo, Mandelli diz que há muita coisa ainda a ser melhorada. “Nós sabemos que muitos negócios deixam de ser feito por falta de networking e comunicação entre as empresas. Vamos mudar isso com o estudo em mãos”.
Segundo o professor Silveira, cada empresa receberá uma planilha com todos os seus contatos de networking, e a diretoria, sugestões de ações para melhorar a comunicação.