Empreendedores têm menor confiança já registrada, diz Insper
Desde o segundo semestre de 2009 os empreendedores não estavam com tanta insegurança
Mariana Fonseca
Publicado em 1 de julho de 2015 às 10h36.
São Paulo - A confiança dos empreendedores brasileiros no terceiro trimestre de 2015 é a menor de toda a série histórica, segundo estudo feito pelo Insper e com apoio do Santander. O resultado do Índice de Confiança do Empresário de Pequenos e Médios Negócios no Brasil (IC-PMN) foi divulgado nesta quarta-feira.
O índice registrou 57,4 pontos, um recuo de 0,5% em comparação com o mesmo período do ano passado. O antigo pior nível de confiança havia sido registrado no segundo trimestre de 2009, com 58,8 pontos.
Gino Olivares, professor de economia do Insper, afirma que o resultado veio dentro das expectativas. "Dado que o desempenho da economia foi ruim no primeiro trimestre e parece que será ainda pior no segundo, temos uma tendência de estabilidade, infelizmente, em um patamar baixo", afirma.
Para a próxima leitura, que será sobre as expectativas do quarto trimestre, o professor espera uma estabilidade do resultado ou uma recuperação que "parece ser ainda remota ou muito discreta".
O recuo visto no IC-PMN foi puxado principalmente pelo setor industrial, que marcou 54,7 pontos no nível de confiança registrado pelo Insper, sendo também o menor da série histórica. No trimestre anterior, a confiança era de 58,9 pontos.
O comércio cravou 58 pontos, sendo que o setor já havia alcançado seu menor valor do IC-PMN com as expectativas para o segundo trimestre de 2015. O setor de serviços registrou 57,8 pontos para este terceiro trimestre, sendo que havia registrado 58,4 pontos no segundo.
Segundo Olivares, há sinais mais claros de estabilização no comércio do que na indústria, por enquanto. "O comércio chegou ao seu fundo do poço, esperamos, antes da indústria. Ele sinaliza que já pode estar em recuperação no terceiro trimestre, enquanto a indústria avisa que espera piores resultados", diz Olivares.
Olhando o índice por regiões, o Centro-Oeste (0,9%) e o Sudeste (1,4%) contribuíram com análises positivas sobre o terceiro trimestre. Houve retração nas expectativas econômicas das regiões Norte (-1,0%), Sul (-3,1%) e Nordeste (-3,2%), o que fez o IC-PMN encerrar com desaceleração. As porcentagens comparam a expectativa para o terceiro trimestre de 2015 sobre a expectativa com o trimestre imediatamente anterior.
Para os empreendedores brasileiros, o principal impacto da inflação em seu negócio é de diminuir o lucro, com 48,5% das respostas. Veja, a seguir, o gráfico com a porcentagem de todas as respostas:
Os dados para elaborar o IC-PMN foram obtidos por meio de entrevistas telefônicas com 1280 pequenos e médios empresários da indústria, do comércio e de serviços, de todo o país. A margem de erro do índice é de 1,4% para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.