Dinheiro (Germano Luders)
Da Redação
Publicado em 10 de abril de 2012 às 15h22.
É melhor captar investidores para startups no Brasil ou no exterior?
Respondido por Cassio Spina, especialista em startups
Captar investidores no Brasil tem como vantagens o seu conhecimento do mercado local, menos dúvidas sobre questões legais e mais confiança sobre o investimento. A facilidade de comunicação e a proximidade são também fatores que facilitam e contribuem muito para a captação. Por outro lado, o número de opções de investidores no Brasil é mais restrito e pode demorar mais para o processo de decisão e efetivação.
Investidores estrangeiros normalmente têm maior receio de investir em startups no exterior. Eles costumam ter dúvidas com relação a suas garantias jurídicas de que seus direitos serão respeitados e conhecem pouco os aspectos regulatórios brasileiros. Só vale a pena para eles quando for um negócio muito atrativo e com um valor que justifique os custos adicionais, como viagens, advogados internacionais, etc, que vai ter.
Por outro lado, o seu processo de decisão normalmente é mais ágil e se sua empresa estiver pensando em se internacionalizar, eles podem contribuir para este processo.
Importante observar que o cenário brasileiro para investidores estrangeiros mudou muito nos últimos anos. O nosso crescimento e as dificuldades econômicos estrangeiras fizeram com que eles estivessem mais ávidos por encontrarem novos mercados para atuarem.
Do ponto de vista prático, se o valor de sua captação for abaixo de 4 milhões de reais, muito provavelmente será mais fácil obter recursos no Brasil. Mas se seu patamar estiver acima deste valor e sua empresa estiver pronta para atender aos padrões internacionais de governança, vale a pena também buscar potenciais investidores lá fora.
Vale lembrar que é bom não descartar as opções brasileiras, pois também é muito comum os estrangeiros quererem fazer um co-investimento com um investidor local, assim a combinação dos dois pode ser a melhor solução.
Cassio A. Spina foi empreendedor por 25 anos, é investidor-anjo e fundador da Anjos do Brasil.