Depois da aquisição pela Loft, startup Uotel muda marca para Nomah
A empresa deixa de se posicionar só como alternativa para estadias curtas e vai investir R$ 50 milhões em tecnologia e expansão nos próximos três anos
Carolina Ingizza
Publicado em 10 de março de 2021 às 10h30.
Última atualização em 10 de março de 2021 às 14h27.
No último ano, tudo mudou para a startup de locação de imóveis para estadias curtas Uotel. Fundada em 2016 pelos sócios Fabio Bertini e Thomaz Guz, a empresa se propunha a ser uma alternativa aos tradicionais hotéis e apartamentos do Airbnb. Com a chegada da pandemia em março do ano passado, as necessidades dos clientes mudaram e, pouco a pouco, a companhia se viu atendendo a um público que busca estadias mais longas, mas não quer se amarrar em um contrato de aluguel de vários meses.
Em maio de 2020, a startup foi adquirida pelo unicórnio Loft , de compra e venda de apartamentos, o que deu fôlego para a empresa mudar sua estratégia. Nesta quarta-feira, 10, a companhia anuncia que está deixando a marca antiga e adotando o nome Nomah. A mudança consolida essa transição do foco em estadias curtas para abarcar também as mais longas — hoje, 20% do portfólio de 400 apartamentos está alugado para locações mensais e a modalidade cresceu 300% de janeiro a fevereiro deste ano.
“Decidimos fazer a mudança por entender que a Uotel entregava só essa proposta de valor da locação curta. Além disso, queremos nos posicionar como uma gestora de ativos residenciais e precisávamos de uma marca que representasse isso”, diz Thomaz Guz.
A empresa recebeu um aporte de 50 milhões de reais da Loft para poder investir na expansão das unidades administradas e em tecnologia pelos próximos três anos. Até o final de 2021, os planos da Nomah são chegar a 1.200 apartamentos sob gestão e iniciar as operações em outra capital — provavelmente o Rio de Janeiro.
A proposta da Nomah
A Nomah trabalha como uma gestora de imóveis de proprietários e investidores, em modelo similar ao da Housi (startup spin-off da Vitacon). Ao assumir um apartamento, a empresa garante que o dono o reforme e decore seguindo seu padrão de qualidade.
Depois disso, ela se responsabiliza por pagar as contas, fazer a manutenção e alugar a unidade em um modelo de locação flexível, em que o cliente pode ficar pelo tempo que precisar. No final do mês, os proprietários recebem um valor variável de acordo com o aluguel daquele período.
Agora, a Nomah está olhando com mais atenção para o mercado de investidores institucionais de imóveis — que tende a crescer com a taxa básica de juros na casa de 2%. “Estamos abrindo nosso leque e conversando com parceiros que tenham interesse nos nossos serviços, como fundos, family offices e investidores imobiliários”, diz Guz.
Em outra frente, a startup pretende se associar com incorporadoras para se colocar à disposição dos compradores desde o momento da aquisição do imóvel. A ideia é que a parceria ajude as pessoas interessadas em comprar apartamentos para investir a se sentir mais seguras de que terão renda no futuro. “Já temos cinco contratos fechados”, afirma o fundador.
Hoje, os imóveis na plataforma, que variam de 20 a 75 m², têm valor médio de locação de 4.000 reais, com condomínio, luz e internet inclusos. Além disso, a startup disponibiliza serviços como limpeza e café da manhã, que precisam ser pagos separadamente. "Desde o primeiro apartamento que tivemos sob nossa administração, a experiência do cliente sempre foi prioridade", diz o cofundador Fabio Bertini, responsável pela área de engenharia e arquitetura da empresa.