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Demitido aos 56 anos, ele decidiu empreender e hoje fatura R$ 15 milhões

Ele perdeu o emprego num momento da vida em que é difícil voltar ao mercado, mas resolveu o problema criando um negócio milionário.

 (Tia Sô Minidelícias/Divulgação)

(Tia Sô Minidelícias/Divulgação)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 20 de abril de 2018 às 06h00.

Última atualização em 20 de abril de 2018 às 11h00.

São Paulo – Perder o emprego nunca é fácil, ainda mais quando a idade avança e o desafio para se recolocar no mercado se multiplica. Pois foi nessa situação que Luis Belentani se viu há cerca de quatro anos, quando foi demitido da empresa onde trabalhava como gerente comercial.

Porém, ele soube fazer dos limões uma bela limonada. Aproveitou a rescisão para colocar um antigo sonho de pé: montar um empreendimento próprio no ramo da alimentação. “Quando recebi a notícia da demissão já pensei logo em abrir o meu negócio. É mais difícil para quem tem mais idade conseguir um serviço, então pensei: ‘agora é a hora’”, lembra o empreendedor.

Nascia assim a Tia Sô Minidelícias, uma loja de salgadinhos que virou rede de franquias e já fatura 15 milhões de reais. O negócio começou em São José do Rio Preto (SP) e hoje está em seis estados pelo país, com 61 unidades.

A principal estratégia do empreendedor foi agir rápido. “Numa situação como essa, em que estava desempregado, senti que não podia demorar, precisava tomar uma atitude rápido”, diz.

Com 50 mil reais de investimento inicial – a rescisão do emprego perdido, mais a venda de uma moto – além do financiamento do maquinário para fazer os salgadinhos, Belentani abriu as portas em setembro de 2014, vendendo mini coxinhas.

A escolha pelo salgado veio da constatação de que “todo mundo gosta de coxinha”, e não havia oferta parecida na cidade do interior de São Paulo.

Belentani conta que, nas reuniões de família, o salgado sempre foi um sucesso. “Temos o costume de nos reunir aos fins de semana para cozinhar, e sempre que o cardápio é salgadinho, todo mundo gosta”, afirma.

O gosto da família foi então um termômetro para projetar a aceitação do público, e a medida deu certo. Nos primeiros três dias de negócio, todo o estoque produzido para quinze dias já havia sido consumido.

“Precisamos trabalhar de noite, varar a madrugada para fazer coxinha. Teve dias que eu estendi um saco de farinha no chão da fábrica para descansar. Cheguei a ver o sol nascer na produção”, lembra o empreendedor.

Com isso, a empresa cresceu rápido. Belentani comprou mais máquinas de salgados para dar conta da demanda e logo começou a preparar o negócio para o franchising. “As pessoas perguntavam se era franquia, se interessavam em abrir unidade, então formatamos o modelo”, diz. A primeira unidade franqueada veio no início de 2015.

Assim como nas reuniões em família, é a esposa de Belentani, Solange, quem comanda a cozinha da marca. “É ela quem faz todos os temperos dos sabores de salgados e doces e cuida diariamente da fábrica”, conta o empreendedor.

No início do negócio, Solange dava aulas e por isso participava da produção apenas nas horas vagas. Hoje trabalha em tempo integral na Tia Sô, que inclusive foi batizada em sua homenagem. Outro que atua no negócio desde o início é o filho do casal.

Hoje a empresa tem 33 funcionários, fora as franquias.

Toda a produção de salgados e doces é feita em São José do Rio Preto e segue congelada para os franqueados. Atualmente a marca vende coxinhas de diversos sabores (frango, calabresa, pizza, legumes), bolinha de queijo, quibe e churros doces, com recheio de doce de leite, chocolate, dentre outros.

Quem se interessar em abrir uma unidade deve estar preparado para um investimento inicial de 80 mil reais, que já inclui a taxa de franquia, de 35 mil reais. O faturamento médio mensal de uma loja fica entre 40 mil e 50 mil reais, sendo que a lucratividade é de 30%, segundo a franqueadora.

Vale lembrar que, antes de investir numa franquia é importante conversar com franqueados e ex-franqueados da rede, além de analisar os números do negócio.

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