Exame Logo

Demanda das pequenas empresas por crédito cai, diz SPC

Segundo a empresa de informações de crédito, a demanda das pequenas empresas por empréstimos e o interesse delas por investimentos caíram mês passado

Notas de Real: pesquisa ouviu 800 empresas com até 49 empregados em todo o país (Arquivo/Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2015 às 16h34.

São Paulo - A demanda das pequenas empresas no país por empréstimo , assim como o interesse delas por investimentos caíram em setembro, refletindo o cenário econômico adverso e as altas taxas de juros, informou nesta quarta-feira a empresa de informações de crédito SPC Brasil .

No mês passado, o indicador da entidade que mede a disposição dessas companhias a tomar financiamento atingiu 11,1 pontos. Em agosto, o indicador tinha apontado 13,85 pontos.

O levantamento também apontou recuo na intenção dessas companhias de investir, com o indicador desse segmento apontando 26,6 pontos no mês passado, ante 29,6 pontos em agosto.

A pesquisa ouviu 800 empresas com até 49 empregados em todo o país. A escala vai de zero a 100, subindo quanto mais cresce a disposição do empresário tomar crédito e investir.

Segundo a economista-chefe da SPC Brasil, Marcela Kawauti, os números mostram um cenário bastante pessimista, dado contexto de recessão, juros altos e a própria debilidade financeira das próprias companhias.

"Esse quadro tem impactado na confiança dos empresários e nos planos de expansão dos negócios", disse ela à Reuters.

A percepção de acesso mais difícil a crédito de certa forma é agravada, explica ela, porque muitas companhias buscam financiamento já para pagar dívidas. "É uma espiral negativa; como as empresas já estão endividadas, tentam buscar novos empréstimos mais caros para pagar dívidas vencidas", disse.

Reforçando o quadro, na semana passada, fonte graduada do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) afirmou à Reuters que o banco está se aproximando do final do ano sem praticamente receber novos pedidos de financiamento.

REGISTRO DE INADIMPLÊNCIA

A SPC Brasil, que também divulga dados sobre inadimplência, alguns deles em parceria com a Serasa Experian, pode ter as próximas leituras comprometidas pelos efeitos da lei paulista que dificulta a inclusão de devedores nos cadastros de calotes.

A lei estadual 15.659 obriga o envio de correspondência com Aviso de Recebimento para devedores em atraso, e não mais uma correspondência simples. Se o devedor não responder a carta, a alternativa do credor é levar a dívida a protesto em cartório.

Com isso, a Serasa anunciou na véspera a suspensão dos levantamentos sobre inadimplência.

"Isso vai prejudicar as próximas leituras da SPC sobre inadimplência", disse Marcela, explicando que o número de calotes têm crescido mais entre empresas do que nas pessoas físicas nos últimos meses. A SPC ainda não decidiu se manterá as pesquisas sobre inadimplência.

A companhia divulgou na semana passada que cerca de 57 milhões de pessoas físicas no Brasil estão com compromissos financeiros em atraso, o que equivale a cerca de 40 por cento das pessoas com idade entre 18 e 94 anos.

Veja também

São Paulo - A demanda das pequenas empresas no país por empréstimo , assim como o interesse delas por investimentos caíram em setembro, refletindo o cenário econômico adverso e as altas taxas de juros, informou nesta quarta-feira a empresa de informações de crédito SPC Brasil .

No mês passado, o indicador da entidade que mede a disposição dessas companhias a tomar financiamento atingiu 11,1 pontos. Em agosto, o indicador tinha apontado 13,85 pontos.

O levantamento também apontou recuo na intenção dessas companhias de investir, com o indicador desse segmento apontando 26,6 pontos no mês passado, ante 29,6 pontos em agosto.

A pesquisa ouviu 800 empresas com até 49 empregados em todo o país. A escala vai de zero a 100, subindo quanto mais cresce a disposição do empresário tomar crédito e investir.

Segundo a economista-chefe da SPC Brasil, Marcela Kawauti, os números mostram um cenário bastante pessimista, dado contexto de recessão, juros altos e a própria debilidade financeira das próprias companhias.

"Esse quadro tem impactado na confiança dos empresários e nos planos de expansão dos negócios", disse ela à Reuters.

A percepção de acesso mais difícil a crédito de certa forma é agravada, explica ela, porque muitas companhias buscam financiamento já para pagar dívidas. "É uma espiral negativa; como as empresas já estão endividadas, tentam buscar novos empréstimos mais caros para pagar dívidas vencidas", disse.

Reforçando o quadro, na semana passada, fonte graduada do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) afirmou à Reuters que o banco está se aproximando do final do ano sem praticamente receber novos pedidos de financiamento.

REGISTRO DE INADIMPLÊNCIA

A SPC Brasil, que também divulga dados sobre inadimplência, alguns deles em parceria com a Serasa Experian, pode ter as próximas leituras comprometidas pelos efeitos da lei paulista que dificulta a inclusão de devedores nos cadastros de calotes.

A lei estadual 15.659 obriga o envio de correspondência com Aviso de Recebimento para devedores em atraso, e não mais uma correspondência simples. Se o devedor não responder a carta, a alternativa do credor é levar a dívida a protesto em cartório.

Com isso, a Serasa anunciou na véspera a suspensão dos levantamentos sobre inadimplência.

"Isso vai prejudicar as próximas leituras da SPC sobre inadimplência", disse Marcela, explicando que o número de calotes têm crescido mais entre empresas do que nas pessoas físicas nos últimos meses. A SPC ainda não decidiu se manterá as pesquisas sobre inadimplência.

A companhia divulgou na semana passada que cerca de 57 milhões de pessoas físicas no Brasil estão com compromissos financeiros em atraso, o que equivale a cerca de 40 por cento das pessoas com idade entre 18 e 94 anos.

Acompanhe tudo sobre:CréditoEmpréstimosSPC

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de PME

Mais na Exame