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Como trazer uma franquia internacional para o Brasil

Hoje, só 7% das redes de franquias são estrangeiras e muitas estão interessadas no país

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 1 de dezembro de 2011 às 05h00.

São Paulo – Com quase o mundo inteiro em crise, o Brasil se tornou atraente para diversos tipos de investimento, inclusive as franquias. Hoje, segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), 7% das marcas de franquias que atuam no país são internacionais. “O Brasil tem potencial de crescer com marcas estrangeiras. Em outros países, este percentual é de 30%”, diz Paulo Cesar Mauro, presidente da consultoria Global Franchise.

“O Brasil é a bola da vez. Tem outros países que também são, mas com uma situação mais confusa. Nossos pontos favoráveis são economia, mercado acessível e o valor que o brasileiro dá às marcas que vem de fora”, afirma Mauricio Galhardo, sócio-fundador da Praxis Education.

Por isso, o interesse dos brasileiros em trazer redes estrangeiras para cá tem crescido a cada dia. “Somos uma noiva maravilhosa. As redes de sucesso querem estar aqui”, brinca Mauro. As grandes redes de franquias, principalmente dos Estados Unidos e da Europa, têm sim interesse em estar no Brasil. O negócio, no entanto, não é para qualquer empreendedor. “Geralmente, eles aceitam vir por quem já opera uma rede de franquias aqui”, explica Galhardo.

Elas exigem comprovação de renda e de experiência em outros negócios para liberar um acordo de franquia máster. “Para ser um máster, precisa de experiência no setor. Eles procuram um empresário de sucesso, com experiência na área e que queira diversificar negócios”, conta Mauro.

A figura do franqueado máster é relativamente comum no Brasil. “O franqueado máster é a pessoa que responde para a franqueadora sobre o andamento da marca no Brasil e tem o direito de fazer o processo de seleção e venda de novas unidades”, explica Galhardo.


Os negócios variam de 350 mil e a 3 milhões de reais ou mais, dependendo da rede. “Serviços, varejo, alimentação e estética são os setores que mais chegam aqui”, diz o presidente da Global Franchise. Segundo o especialista, alimentação é o tipo de negócio mais fácil de trazer. “Não tem que importar nada. Hoje, o Brasil tem fornecedores para quase todo tipo de restaurante”, explica Mauro. A legislação costuma atrapalhar a entrada de negócios na área de estética, por exemplo. “Tem uma burocracia de registro de equipamentos que é grande, cara e demorada”, diz.

Quem se encaixa no perfil que as redes priorizam pode tentar um contato direto com a empresa. “O ideal é ir buscar direto na sede. Tentar fazer um acesso direto e, mais do que despertar interesse, apresentar um projeto”, ensina Galhardo.

Nesta fase, o empreendedor vai até a sede da empresa, conhece o negócio e negocia as condições para trazer ao Brasil. “Geralmente, discute-se sobre condições como em quais regiões vai estar, se será franqueado máster, qual suporte e apoio vai receber. Esta é a fase mais importante. Para diminuir o risco, as empresas costumam dividir o Brasil em dois ou três territórios”, explica Mauro.

As grandes redes quase nunca fecham negócio sem antes vir para o Brasil. “Não se negocia só a franquia. Mas os royalties, o que vai ser mandado para lá, se pode ter um fornecedor local”, diz Mauro. Esta fase de negociação dura três meses, em média.

Depois dos contratos assinados, o empresário recebe treinamento lá fora e começa a implantação da loja piloto. “Esta fase é primordial. Os negócios que não deram certo não foram bem nesta etapa”, conta Mauro. Um dos cuidados é identificar bem o público. “A marca tem certa experiência, mas não com esse consumidor especificamente. Precisa tropicalizar, traduzir produtos e serviços para os costumes brasileiros, respeitando a cultura do país”, sugere Galhardo.

Para começar a expandir, a rede testa o mercado por um período de seis meses a um ano. “Depois da entrada, é comum que a rede repense o modelo de negócios. Algumas investem nas primeiras unidades com um franqueado máster e depois se instalam no país com um escritório próprio”, alerta Galhardo.

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