PME

Como empreender com pouco ou nenhum dinheiro

Especialista afirma que como os recursos são escassos o crescimento da startup será lento

Homem sem dinheiro (Pixland/Thinkstock)

Homem sem dinheiro (Pixland/Thinkstock)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de maio de 2015 às 09h08.

Bootstrapping: como empreender com poucos recursos

Respondido por Cynthia Serva, especialista em empreendedorismo

Procurando maneiras para iniciar o seu negócio com poucos recursos? Que tal fazer um bootstrapping? Não entendeu nada? Já explico. A maioria das pessoas ao começar a empreender esbarra em uma das primeiras dificuldades: investimento, ou melhor, a falta dele!

Mesmo que seja uma excelente ideia, que se mostre em um primeiro momento viável do ponto de vista de mercado, muitos utilizam da desculpa da falta de capital próprio ou mesmo da dificuldade em conseguir um investidor para não seguir adiante.

Entretanto, existem maneiras de construir um modelo de negócio e começar a viabilizá-lo contando com o mínimo de recursos possível. No universo do empreendedorismo, essa prática é conhecida como bootstrapping.

Bootstrapping é um termo procedente do inglês sem tradução para o português que significa iniciar um negócio sem recursos ou com pouco recurso externo. Portanto, é quando se começa uma atividade empreendedora utilizando apenas recursos próprios.

Tais recursos podem ser provenientes de uma reserva pessoal, do seu salário ou ainda a partir da renda que será gerada a partir de seus primeiros clientes.

As principais vantagens quando se empreende a partir do bootstrapping é que ao se autofinanciar não fica dependente financeiramente de terceiros e em razão disso não é necessário entregar parte de sua empresa ainda no início, quando não se tem muito claro qual o valor e participação societária que seria justo.

Mas se por um lado pode ser vantajoso não ter que entregar parte de sua empresa muito no início do projeto, e com isso dividir os futuros lucros, lembre-se que as dívidas também serão todas suas, caso o projeto não der certo!

Outra vantagem é que desde o início se desenvolve a cultura do fazer mais com menos. Ou seja, aprende-se a ser mais criativo e mais inovador já que os recursos são limitados e se faz necessário que sejam suficientes. Mas os desafios também são enormes!

De acordo com um estudo da Small Business Administration, agência de governo dos Estados Unidos que presta apoio a empresários e pequenas empresas, aproximadamente 35% das startups que iniciam a partir do bootstrapping não conseguem ir muito longe.

Os principais motivos citados pelos empreendedores por não conseguirem alavancar seus projetos são a falta de recursos ou a falta de tempo para se dedicar ao projeto, uma vez que eles ainda se dividem entre um emprego e sua startup.

Outro ponto importante é que como os recursos são escassos o crescimento de sua startup será lento, e com isso, o risco de modelos de negócio similares ou mesmo outros competidores com mais fôlego financeiro competirem pelo mesmo mercado que o seu (e te deixarem para trás!) é muito grande.

Portanto, ao optar pelo bootstrapping ao empreender é preciso considerar a sua capacidade de ter a visão do todo e desempenhar múltiplos papéis necessários no início: do estratégico a gestão.

Isso significa desenvolver conhecimento, competências e atitudes nas diversas áreas da gestão e planejamento que seu negócio irá exigir. E o mais importante claro, não se esquecer de que o foco principal no início deverá ser o desenvolvimento e a busca por clientes de forma muito rápida!

Cynthia Serva é coordenadora e professora do Centro de Empreendedorismo do Insper.

Acompanhe tudo sobre:dicas-de-empreendedorismodicas-de-financas-de-pmedicas-para-seu-negocioPequenas empresas

Mais de PME

ROI: o que é o indicador que mede o retorno sobre investimento nas empresas?

Qual é o significado de preço e como adicionar valor em cima de um produto?

O que é CNAE e como identificar o mais adequado para a sua empresa?

Design thinking: o que é a metodologia que coloca o usuário em primeiro lugar