Com novos R$180 mi, Click Entregas vira Borzo para ganhar delivery no país
Empresa de entregas "de tudo" recebeu investimento e muda marca para competir com grandes players no Brasil
Maria Clara Dias
Publicado em 31 de agosto de 2021 às 12h31.
Última atualização em 31 de agosto de 2021 às 12h40.
A corrida pela liderança no delivery está acirrada. Além de unicórnios latino-americanos proeminentes como Rappi, a corrida agora ganha novos contornos com o anúncio do aporte de 35 milhões de dólares (181 milhões de reais) na Click Entregas, app brasileiro de delivery que conecta clientes e entregadores “de tudo”.
A plataforma online de entregas expressas do grupo russo Dostavista teve uma série C que envolveu fundos como Mubadala, dos Emirados Árabes Unidos; VNV Global, da Suécia; e RDIF, da Rússia.
Fundada em 2018, a Click Entregas tem como proposta unir, por meio de uma plataforma online, clientes e entregadores, sejam eles autônomos ou de uma empresa. Apesar de também estar disponível para o consumidor final, o foco central da startup é o B2B, especialmente para empresas do e-commerce.
Hoje a empresa tem 35.000 clientes no Brasil, entre empresas e pessoas físicas, além de uma malha de 60.000 entregadores cadastrados.
Agora capitalizada, a empresa também aproveita o novo momento para uma atualização de marca. A companhia decidiu mudar o nome e posicionamento de mercado: agora a Click Entregas é Borzo, uma tentativa de unificar a comunicação da marca em todos os dez países em que atua o grupo Dostavista, do qual faz parte. Na lista estão a Turquia, Coreia do Sul, Filipinas, Índia, Indonésia, Malásia, México, Rússia, Turquia e Vietnã.
“Nosso alvo são as empresas que precisam fazer entregas. O que nos dá um raio de atuação imenso”, diz Bruno Moraes Sá, gerente nacional da Borzo no Brasil.
Mesmo antes de assumir o nome global adotado por grande parte das empresas do grupo russo, a Borzo (antiga Click Entregas), já era responsável por mais de 10% da operação da Dostavista globalmente, além de ser quarta filial em números absolutos, perdendo apenas para Rússia, Filipinas e Índia. Parte disso se deve ao bom desempenho da empresa em 2020: foram mais de 1 milhão de entregas, frente às 120.000 feitas em 2019 – um salto de quase oito vezes.
Neste ano, entre janeiro e junho, essa marca já havia sido superada e, apenas em agosto, foram 250.000 entregas. “Ganhar um volume e um reconhecimento no mercado que ainda não tínhamos”. Com a unificação com as demais matrizes, o número de funcionários passa de 107 para mais de 1.000, e o número de entregadores chega aos 2,5 milhões. "Ganhamos corpo e estrutura para continuar a nossa corrida por mais capilaridade e solidez”, diz.
Com o novo aporte, a empresa pretende aumentar a capilaridade em novas cidades do Brasil. A empresa está atualmente nas capitais São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife. A primeira delas será Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Outras quatro cidades devem receber operações da Borzo ainda neste ano, segundo Sá.
O investimento também será destinado ao marketing e contratação de pessoal. A intenção é reforçar o posicionamento da marca em diferentes canais e também fazer contratações no time operacional e de vendas – hoje, são 37 pessoas no Brasil.
Novos recursos tecnológicos também devem ser desenvolvidos em um futuro próximo, diz o executivo, como autenticação em dois fatores e melhorias no GPS.
Apesar de todas as melhorias, competir com os outros grandes players do setor (vide Rappi e Loggi) para a Click Entregas, depende da valorização dos entregadores. “Esse cuidado com ele e o papel mais humanizado que podemos ter como uma plataforma de tecnologia, ao invés de bots ou e-mails automáticos, nosso esforço será expandir e melhorar em tecnologia mas também cuidar melhor dele com um chart, atendimento e suporte proativo".
Fora o atendimento humanizado, a aposta está em repasses mais generosos aos entregadores. Segundo Sá, a Borzo repassa cerca de 80% do valor das entregas aos profissionais, enquanto a média nacional está em torno de 70%. “Os 11 bilhões de reais movimentados pelo delivery nacional mostram que ainda há muito a se explorar no Brasil e que estamos no caminho certo”, diz.
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