Churrascaria faz sucesso ao deixar de usar produtos da JBS
A curitibana Devons decidiu parar de usar os produtos da empresa, após revelações de sua delação premiada ao Ministério Público Federal
Mariana Fonseca
Publicado em 26 de maio de 2017 às 06h00.
Última atualização em 26 de maio de 2017 às 06h16.
São Paulo – Uma churrascaria curitibana resolveu tomar uma atitude após ter notícias da delação premiada feita por integrantes do grupo JBS ao Ministério Público Federal – que revelou, por exemplo, o pagamento de propina para governadores e ex-governadores. E, com isso, conseguiu uma boa resposta de seus consumidores.
A Devons colocou um pequeno outdoor e soltou um texto no Facebook avisando que não usaria mais os produtos da empresa em seu restaurante .
“Em respeito ao Brasil, à sociedade e aos trabalhadores desse país, informamos que a partir da presente data não trabalhamos mais com produtos da linha JBS”, informam ambos os comunicados.
O proprietário da Devons, Augusto dos Santos, diz que a churrascaria atende uma clientela heterogênea de empresários, membros do judiciário, políticos e publicitários.
A resposta à decisão foi boa no restaurante, de acordo com o empreendedor. “Eu fiquei extremamente feliz e satisfeito. Todo mundo que vem à churrascaria faz questão de me chamar e parabenizar minha atitude patriótica”, afirma. “Clientes que nunca me procuraram fizeram questão disso.”
Nas redes sociais, a resposta também aparenta ser majoritariamente positiva. Veja o post da Devons e os comentários abaixo:
De acordo com o empreendedor, a decisão não irá prejudicar o estoque da churrascaria: ela possui outros fornecedores, como Cooperaliança, Marfrig e VPJ. “Não vai afetar nosso faturamento. A gente já vinha se programando para possíveis situações como essa, por meio dessa diversificação de parceiros.”
Situação
Com a divulgação de detalhes do depoimento de Joesley Batista, a JBS viu seu valor de mercado encolher e seus problemas multiplicarem.
Agora, a empresa tenta recuperar as perdas acumuladas no mês. Ontem à tarde, os papéis da companhia subiam 14,63% e eram negociados em 7,68 reais.